terça-feira, 20 de maio de 2008

As falácias do Monetarismo II

"Why Is the Money Supply Important?

Because money is used in virtually all economic transactions, it has a powerful effect on economic activity. An increase in the supply of money puts more money in the hands of consumers, making them feel wealthier, thus stimulating increased spending. Business firms respond to increased sales by ordering more raw materials and increasing production. The spread of business activity increases the demand for labor and raises the demand for capital goods. In a buoyant economy, stock market prices rise and firms issue equity and debt. If the money supply continues to expand, prices begin to rise, especially if output growth reaches capacity limits. As the public begins to expect inflation, lenders insist on higher interest rates to offset an expected decline in purchasing power over the life of their loans.

Opposite effects occur when the supply of money falls, or when its rate of growth declines. Economic activity declines and either disinflation (reduced inflation) or deflation (falling prices) results."Money Supply by Anna J. Schwartz

Problemas:

Parece afirmar que o dinheiro aparece nas mãos dos consumidores não se sabe bem de onde, e que ao consumir mais isso estimula a economia, depois a bolsa sobre e ...

... se o crescimento passar o limite da capacidade (e só se ?!?) os preços começam a subir.

Diria que tudo isto é uma enorme confusão. Se o aumento do consumo estimula a economia porque não obrigar as pessoas a consumir mais e a poupar menos? E porquê deixar de fora a origem do "mais dinheiro nas mãos dos consumidores"?

E porquê "consumidores" e não "aforradores"? Afinal com um dado rendimento as pessoas consumem e poupam.

Porque não "os aforradores com mais dinheiro vão poupar/investir mais"? Bem, porque os monetaristas são keynesianos mal disfarçados e assim o mistico "multiplicador" continua presente.

Significativo que deixem no ar e de forma vaga que até certo ponto mais moeda é positivo desde que não faça a economia passar um dado limite de crescimento. Ninguém sabe qual é esse limite embora os economistas passem a vida a falar dele.

O monetarismo aqui prefere deixar de lado que o crescimento monetário em grande parte tem origem na concessão de crédito e faz isso de forma consistente como vamos ver a seguir (também tem origem na monetização da dívida pública, mas diria que é perfeitamente legítimo dizer que até aí existe concessão de crédito embora pelo Banco Central).

Os preços não sobem por causa do limite de capacidade ter sido ultrapassado mas porque existe mais moeda (e mesmo que não subam é porque na sua ausência podiam descer, o que seria prova de crescimento económico).

Mais grave é parecer ligar a desaceleração do crescimento monetário com desaceleração económica.

E mais grave ainda é ligar recessão com descida de preços.

Na verdade, se a quantidade de moeda fôr fixa, todo o crescimento económico se vai revelar em descida de preços. É uma pena que a ciência económica não comece por ser pensada em primeiro lugar como um paradigma de quantidade de moeda fixa. Quase todas as falácias presentes no keynesianismo-monetarismo revelam-se por si próprias.

A confusão entre causa e consequências e entre várias consequências com origem em diferentes causas é a pedra de toque do monetarismo. Logo volto com mais.

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