sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Sobre paradoxos do actual sistema monetário

Pela primeira vez leio aquilo que já tinha escrito em tempos sobre paradoxos do sistema monetário actual (um onde o crescimento do stock de crédito se dá pela criação monetária).

E um deles era que quando o stock de empréstimos bancários diminui, isso faz "desaparecer" massa monetária, sendo o reverso óbvio de que quando o sistema bancário aumenta o stock de crédito, o faz pela pura criação de moeda, não porque a poupança monetária disponível para ser transferida aumentou.

E daí os ciclos de expansão, bolhas e crises económicas e bancárias (por isso, de certa forma, a falência potencial dos bancos nestas crises seria a consequência natural e até justa...mas que nominalmente nunca ocorrerá, será sempre a solução quantitativa inflacionista a prevalecer ).

O esquema é simples:

1. Concessão de crédito que marginalmente aumenta o stock total de crédito do sistema

Activo: novo crédito a empresa X
Passivo: novo DO (depósito à ordem)

2. Pagamento do crédito: o crédito desaparece por débito da DOs, e assim, o stock total de DOs também diminui, ou seja, deflação quantitativa de moeda.

Agora o interessante é que o simples pagamento de juros também diminui o stock de DOs, dado que é efectuado por débito das contas DOs, por isso, neste sistema precário, a quantidade de DO criada em cada ano digamos tem de ser no mínimo, maior que o total de juros debitados em DOs para a quantidade total de moeda não diminuir.

(Muito mais há a dizer como por exemplo que em tese um banco pode aumentar o capital de forma totalmente fictícia se simplesmente conceder crédito aos seus próprios futuros (ou correntes) accionistas, e criando os DOs respectivos que serão debitados pela subscrição do aumento de capital. O maravilhoso mundo criado pelos bancos centrais.)

Seja como for, pelas estatísticas presentes o stock de crédito bancário está mesmo a diminuir (nos EUA e creio que também na zona Euro) e a massa monetária desde Março tem tido um
crescimento aproximadamente nulo.

http://mises.org/story/3810#

Does a Fall in Credit Lead to Deflation?
Mises Daily: Thursday, October 29, 2009 by Frank Shostak

(...) Hence an increase in credit out of thin air, all other things being
equal, gives rise to an expansion in the money supply. A fall in
credit out of thin air, all other things being equal, results in a
contraction of the money supply.

So in this sense it is valid to argue that a fall in bank lending out
of thin air contributes to the decline in the rate of growth of the
money supply and thus to deflation.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

The Next Bubble

Um artigo no WST diz:

"How the Fed Can Avoid the Next Bubble: The central bank needs to watch asset prices and raise rates quickly when it decides the time is right.

Ben Bernanke and the Federal Reserve face a number of very difficult challenges in the years ahead. They include:

• Resisting pressure to monetize deficits, which would eventually cause high inflation.

• Implementing an exit strategy from the massive monetary easing of the past year.

• Maintaining the Fed's independence, which has been compromised by the direct and indirect bailout of financial institutions and congressional attempts to micromanage the central bank.

• Properly calculating asset prices and the risk of asset bubbles according to the Taylor rule, an important guideline central banks use to set interest rates.

• Supervising and regulating the financial system more effectively, particularly in the role of "systemic risk" regulator."

Mas esta lista é tudo o que nunca os Bancos Centrais conseguiram fazer. E como é que sabem que não estamos novamente e já numa nova bolha? Pelos métodos empíricos com que conseguiram assistir ao desabar do sistema financeiro?

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

A ter em atenção



O crédito continua a contrair apesar do excesso de reservas actualmente detido pelos Bancos.