domingo, 29 de fevereiro de 2004

Sociedade civil e segurança privada

Reportagem: A Nova Vaga das Milícias Populares

"Em Abragão, freguesia rural de Penafiel, populares patrulham as ruas à noite, para combaterem o que classificam como uma vaga de assaltos a estabelecimentos comerciais. Dizem que a GNR (que tem 45 efectivos para 34 freguesias) é "incapaz" de manter a segurança. O exemplo foi seguido em carregal do Sal, Viseu. TEXTO "

E em

"Podemos Fundar Uma Firma de Segurança"
Por A.C.P.
Domingo, 29 de Fevereiro de 2004

"Isto lá é uma milícia!", insurge-se um dos elementos do piquete popular da freguesia de Abragão, concelho de Penafiel. "Isto não é Timor-Leste!", goza outro, para afastar a imagem dos grupos sanguinários que fazem parte da memória nacional. Se a GNR começar a rondar a aldeia para os identificar, os vigilantes já sabem como irão agir: "Podemos fundar uma firma de segurança."

Legítima defesa, acção directa, detenção em flagrante delito são direitos contemplados no ordenamento jurídico português - que admite até o uso da "força privada", na impossibilidade de se poder recorrer em tempo útil à força pública."

Comentário: esta do "até o uso da "força privada"" tem piada, como o direito natural à defesa e segurança nos tivesse de ser concedido por alguém, que não
Deus. Não, não tenham medo de ser uma milícia. O que pode fazer de bem ou mal depende das suas acções e objectivos não o de ser uma milícia ou não. É ainda assim desejável que estejam organizados como uma associação de vizinhos ou empresa.

sábado, 28 de fevereiro de 2004

Economia clandestina

"O Combate à Fraude
Por AMÍLCAR CORREIA

A informalidade - a chamada economia clandestina - é a principal força de bloqueio da produtividade em Portugal. "O não-cumprimento das obrigações por parte dos agentes económicos" é sinónimo de evasão fiscal, fuga às prestações sociais e do não-cumprimento de normas de mercado (níveis mínimos de qualidade dos produtos, normas de segurança, restrições ambientais, etc.)."

Mas na União Soviética era um espaço de liberdade e o que ainda permitia o funcionamento a níveis mínimos da sua economia. Em tempos em que no "Mundo Livre" mais de 50% de toda a produção é colectada pelo Estado e a inflação legislativa não tem limites (como alternativa à regulamentação privada) não se passará mais ou menos o mesmo? Qual será a fronteira entre desobediência civil ilegítima e necessária?

E agora vamos perder o direito ao sigilo bancário (a invasão de um contrato privado entre o cliente e o seu banco) por causa do IRS. Não seria mais legítimo abolir os impostos directos abolindo a ilegitimidade de uma porção da população colectar receitas da outra e ainda por cima para o fazer ter de invadir também a sua vida privada?

The Real Churchill

Para uma visão crítica - um tema sempre difícil quando se trata de por em causa mitos - de Churchill. Para muitos pode ser um choque, para mim, deixei de acreditar em grandes líderes que conduzem grandes causas com as vidas e recursos financeiros dos outros à muito tempo atrás. Só acredito na liberdade individual e na propriedade privada como os únicos elementos que permitem a civilização que subsiste "apesar de" e não "por causa" dos ataques que lhe são feitos por todos os quadrantes políticos.

Em poucas palavras, Churchill teve na origem da estúpida Grande Guerra, o fim das monarquias europeias e o nascimento das repúblicas fascistas e comunistas na Europa, no Crash de 1929 (ao defender e provocar a deflação artificial da Libra), no surgimento do ódio e fanatismo nazi (o bloqueio alimentar realizado até à assinatura de Versailles - já depois do acordo nos pontos de Wilson - provocou a morte a centenas de milhares de alemães, depois juntaram-se as indemnizações, a destruição do império austríaco - reduzido a 25% - separação dos alemães para a Polónia e outros países inventados), no envolvimento Inglês no Médio oriente, o desenho de novos países como o Iraque, trazendo os americanos para a Segunda Guerra (correspondia-se directamente com Roosevelt passando por cima do Primeiro Ministro), na aliança com Estaline que conduziu à sua conquista de metade da Europa e com Roosevelt à destruição do Japão (aprovou o uso das bombas atómicas como antes aprovou o uso de gás contra as tribos "rebeldes" no Iraque) que permitiu o caminho livre em toda a Ásia para o comunismo. E as descolonizações violentas. E com tudo isso a destruição do seu bem amado Império Britânico pelo qual alimentou um ódio natural a qualquer nação que tivesse a veleidade de se lhe querer comparar em termos de colónias e poderio naval (como a Alemanha que praticamente não as tinha) – uma das causas para o princípio disto tudo que foi a Grande Guerra (a outra é que todos queriam o seu próprio Império). Churchill é bem o actor da destruição do velho mundo que representou o século 20, ao querer preservá-lo. E com isso o crescimento do grande estado moderno, das ilusões socialistas e sociais-democratas. Foi também o fim da Old England. E o início do fim da América como "a Republic not an Empire".

Deixo apenas a parte final mas recomendo a sua leitura integral.

" (...) In Churchill's single-minded decades-long obsession with preventing a single hegemonic power from arising on the European continent that would pose a threat to the British Empire, he failed to see that his alliance with Stalin produced exactly that. "As the blinkers of war were removed," John Charmley writes, "Churchill began to perceive the magnitude of the mistake which had been made." Churchill is alleged to have blurted out after finally realizing the scale of his blunder: "We have slaughtered the wrong pig!"

But it was too late. For decades Churchill worked for the destruction of Germany. Yet only after Stalin had devoured half of Europe did this "great statesman" realize that destroying the ability of Germany to act as a counterbalance to Russia left Europe ripe for invasion and conquest by a resurgent Russia.

By 1946 Churchill was complaining in a voice of outrage about the Iron Curtain of tyranny that descended on Eastern Europe. But Churchill helped to weave the fabric.

With the balance of power in Europe wrecked by his own hand, Churchill saw only one recourse: to bind America to Europe permanently. Thus Churchill returned to his tried-and-true strategy, embroiling the United States in another war. This time a "Cold War" that would entrench the military-industrial complex and change America forever.

Conclusion

With his lack of principles and scruples, Churchill was involved in one way or another in nearly every disaster that befell the 20th century. He helped destroy laissez-faire liberalism, he played a role in the Crash of 1929, he helped start WWI, and by bringing in America to help, prolonged the war and created the conditions for the rise of Nazism, prolonged WWII, laid the groundwork for Soviet domination, helped involve America in a cold war with Russia, and pioneered in the development of total war and undermining western civilized standards.

Chris Matthews described Churchill as the "man who save[d] the honor of the 20th century." Rather than this great accolade, Winston Churchill must be ranked with Karl Marx, Woodrow Wilson, Vladimir Lenin, Adolf Hitler, Joseph Stalin, Herbert Hoover and Franklin Roosevelt as one of the destroyers of the values and greatness of Western civilization.

And it is fitting that the Library of Congress exhibition is entitled "Churchill and the Great Republic" because few men have done more to overthrow the American Republic(s) and institute the great centralized global war machine that has taken its place.

Prof. José Manuel Moreira e Ordem Natural

Na apresentação do livro "O que é a Escolha Pública?" lembrou os presentes que:

Os impostos não são o preço que pagamos pela civilização mas sim o preço pela não civilização, uma vez que um mundo civilizado não devia necessitar de recorrer à cobrança coerciva de receitas.

E de facto assim é, num mundo cada vez mais civilizado todas as nossas acções em sociedade devem resultar cada vez mais em escolhas individuais, contratos voluntários e propriedade privada. E se assim for, a política e os políticos não têm lugar e a democracia passar a ser exercida nas Assembleias gerais das empresas, das associações, dos condomínios.

Revisitar o Golfo I

In the 1980s, after all, the U.S. encouraged Saddam to attack Iran, and supported his aggression with billions in subsidized food, weapons, and intelligence.

In those days, the Ayatollah Khomeini was Hitler, so the U.S. pressured the U.N. not to condemn Saddam's poison gas attacks on Iranian troops. The U.S. even protected Iraqi oil tankers. When the U.S.S. Vincennes' billion-dollar Aegis missile-aiming radar system shot down an Iranian jetliner, killing 290 civilians, it was on pro-Saddam duty.

On July 25th, after the massing of Iraqi troops on the Kuwaiti border, U.S. Ambassador April Glaspie told Saddam that regarding a possible invasion of Kuwait, that "the United States has no opinion on Arab-Arab conflicts, like your border disagreement with Kuwait." "James Baker has directed our official spokesmen to emphasize this."

On July 26th, the Washington Post reported that "some officials" in the White House, Pentagon, and State Department "asserted yesterday that an Iraq attack on Kuwait would not draw a U.S. military response."

On July 30th, assistant secretary of state John Kelly confirmed to the House Middle East subcommittee, in response to a question by Lee Hamilton (D-IN), that nothing obligated us to engage U.S. forces there."

When Saddam, acting on the winks and nods, invaded Kuwait on August 2, he went from ally to Adolf overnight. Bush poured troops into Saudi Arabia, but to do so, he had to twist the Saudis' arm with angry visits from Dick Cheney and others.

Unnamed Defense Department officials were quoted as complaining about Saudi "wimps who don't want to defend themselves." The pressure worked, of course, and now – as Baker crows – the U.S. will protect its kings and kinglets with a "new regional security arrangement," courtesy of the U.S. taxpayer.

Bush's lying lips told us the troops were there for purely defensive purposes; meanwhile he and Baker worked busily, checkbooks in hand, getting U.N. members to authorize an attack. Then, right after the November election, Bush doubled the number of troops, forbade rotations, went on the offensive, and announced that he would attack if Saddam weren't out unconditionally by January 15th.

For home consumption, Bush announced that Baker would go to Baghdad, and travel the "last mile for peace," on "any date between now and the U.N. deadline of January 15th" that Iraq picked. But the offer was fraudulent. When Saddam said OK, and picked January 12th, Bush denounced him and cancelled the deal.

Advised by the psychological warfare branch of his old agency, the CIA, Bush set out to humiliate Saddam, to make sure that "Arab psychology" would prevent a pullout. That's why Bush talked about "kicking his ass," deliberately mispronounced his name (it's SaDOM, not SADem), and always used contemptuous language.

Meanwhile, all peace overtures, including the harmless idea of a Middle Eastern peace conference (which an allegedly sacred U.N. resolution has long called for), were dismissed as "rewarding aggression."

Yes, Saddam is a thug, like most of the Third World pals of the U.S. government. Yet there are real border questions between Iraq and Kuwait, as a result of British duplicity. And even the State Department admits that the Kuwaiti kleptocracy – the Bush-blessed "legitimate government" – was drilling diagonally underneath the border and stealing Iraq's oil.

Kuwait had also, apparently at U.S. behest, broken the OPEC production agreement by massively increasing its oil production over the previous six months. This lowered the price at a time when Iraq needed more money for reconstruction after the Iranian war.

There would have been, in a less-bellicose administration, plenty of room for negotiation. In fact, Iraq privately expressed a willingness to leave Kuwait the weekend of August 4–5 – having, in its view, "taught Kuwait a lesson." It asked, however, that it not be condemned by the Arab League and the U.S. Immediately, Bush gave a denunciatory speech, and Baker pressured the Arab League to condemn Iraq. We were off to the races.

Bush denounced Saddam again and again as "The Dictator" and "The Aggressor." This is the same Bush who just gave himself, by executive fiat, dictatorial war powers over the American economy.

History Repeating, But Faster, Llewellyn H. Rockwell, Jr.

Haiti - lá vamos nós (quero dizer eles...pelo menos por enquanto) outra vez

Desta vez Bush de braço dado com Dominique de Villepin?

Bush Backs Global Police Force for Haiti: "WASHINGTON - President Bush (news - web sites) said Wednesday the United States supports the creation of an international security presence in Haiti to maintain order if a political settlement is reached. France's foreign minister, Dominique de Villepin, went a step further, saying such a force should be established immediately so it can get to work quickly once a government of national unity is formed. "

A assim temos o grande consenso intervencionista que se pode resumir nos novos democratas"We aim to rebuild the moral foundation of U.S. global leadership by harnessing America’s awesome power to universal values of liberal democracy. A new progressive internationalism can point the way."

Ivan Eland: Avoid the Temptation to Meddle in Haiti

During the 20th century, the United States repeatedly has been deeply involved Haiti’s affairs. For example, in 1915 and 1916, to keep the Germans out and help fulfill his promise to teach Latin American countries “to elect good men,” Woodrow Wilson ordered the occupation of Haiti. The United States governed Haiti for 19 years but was not a good teacher. A nationalist protest against the U.S. occupation and a massacre of such protestors by the U.S. Marines eventually led to a U.S. withdrawal in 1934 (some U.S. financial control remained until 1947). After the pull-out, a series of corrupt and authoritarian presidents ruled the country. In 1957, the even more oppressive Francois “Papa Doc” Duvalier came into power and used his secret police to terrorize the country until 1971, when he died. His despotic son, Jean-Claude “Baby Doc” Duvalier ruled until 1986.

In 1994, a flood of poor Haitian refugees began arriving on U.S. shores in makeshift boats. Then-President Clinton realized that this flow would not be popular in Florida. Under the justification of restoring the ousted democratically-elected Jean-Bertrand Aristide, he therefore assembled a U.S. military force offshore that threatened to invade Haiti if the dictatorial regime of Raoul Cedras did not leave power. That rhetoric was hypocritical because the United States had previously undermined Haiti’s nascent democracy after the 1990 election and then restored Aristide in 1994 only after he agreed to adopt policies of the U.S.-backed candidate in the 1990 elections, who had received only 14 percent of the vote.

Of course, the wealthy United States could have assimilated those refugees without threatening a potential invasion of Haiti, but that was a politically unacceptable solution. The threat worked and the Cedras regime departed without the need for a U.S. attack. A great victory was declared for human rights and democracy. (...)"

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2004

Israeli Police Kill Two Palestinians, Witnesses Say

"BIDDO, West Bank (Reuters) - Israeli police shot dead two Palestinians Thursday during a confrontation with stone-throwers at a demonstration against Israel's West Bank barrier, witnesses said."

Talvez possamos ouvir mais uns comentários sobre como os israelitas só matam terroristas e que é por isso que morrem 4 vezes mais árabes neste confronto sem fim. E estas pedras foram fornecidas pelo Irão, Saddam, a Siria e quem sabe a França. E talvez esta seja uma posta anti-semita.

Junk Science

No Público: "a Alemanha, através do chanceler Gerhard Schroeder, e a França, pela voz do primeiro-ministro, Jean-Pierre Rafarin - juntaram-se esta semana para apelar ao BCE que desça as taxas de juro de curto prazo, com o objectivo de suster a valorização da moeda única europeia face ao dólar e apoiar, desta forma, a recuperação da economia do Velho Continente"

Tradução "austríaca":

Políticos pedem a um burocrata que desça administrativamente um preço (a taxa de juro não é um preço, mas isso é outra conversa austríaca) para que o preço relativo entre dois papeis moedas (que só existem por decreto) ajude a recuperar a economia (essa visão abstracta e colectivizante de um conjunto de entidades independentes quase transformadas num orgão vivo) que é obrigada a usar uma delas.

A diferença

Ao ler a "Sagrada Violência ou Jesus Segundo Mel Gibson" na Rua da Judiaria acabei a pensar - afinal qual a diferença entre Judaismo e Cristianismo? Jesus Cristo. E as diferenças devem ser assumidas. E isso percebe-se nessa posta. E que as diferenças são tão importantes quanto o que existe em comum.

Os democratas com uma guilhotina

depois dos jacobinos humanistas com uma guilhotina

Pensamentos que me ocorrem ao ler no Intermitente "O Movimento Anti-Guerra Revisto e Diminuído".

Que depois de um desastre em termos de confiança na intocável e mitica superioridade moral e dos métodos das decisões de guerra das "democracias liberais ocidentais" provocado pela Guerra do Iraque, (defendida por muitos que se reclamam acreditar na descentralização Hayekiana e na desconfiança quanto a tentativas construtucionistas de quem admira Edmund Burke e ainda, quero acreditar, num pessimismo crónico quanto ao intervencionismo social) tem energias para põr em causa as razões do movimento anti-guerra (que para quem não sabe, incluiu muitos e rigidos conservadores e liberais, como o meu caso).

Vamos lá ler a introdução: "Recomendo vivamente a leitura integral deste artigo de Anis Shivani na Newtopia Magazine (que não pode, propriamente ser acusada de direitista)."

É como a satisfação de João Pereira Coutinho no Expresso passado, em anunciar que as políticas de Bush remontam a Clinton (que argumento demolidor para um conservador).

Aliás, posso mesmo afirmar, todas as guerras que procuraram transformar "A Republic" num "Empire" foram da Esquerda Americana: Woodrow WIlson (o desastre civilizacional da WWI) , Roosevelt (a vitória de Estaline e Mao), Truman (as WMD sobre civis japoneses e a Coreia), Kennedy e Lyndon Johnson (o Vietname). E com eles a transformação de um república e união livre de Estados num grande welfare warfare state.

"The anti-war movement should support regime change not just in Iraq (or Syria or Iran) but in fifty or sixty mostly Muslim countries that are tyrannical and abusive of basic human rights (...) Why shouldn't Iraqis and Iranians and Egyptians have access to the same rights we have taken for granted? Why shouldn't any means possible - short of wanton destruction - be used to bring about this state of affairs?

Why shouldn't patriotism, meaning the belief in the best that America represents, become a force for global good again?"


Estes tipos são mesmo perigosos. Os novos revolucionários. Os novos Jacobinos. Não com guilhotinas mas bombardeiros. O militarismo das falinhas mansas e da superioridade ideológica. A democracia à bomba.

Metam-se na vossa vida. Deixem as populações tratarem dos seus regimes. Lutem pelo Comércio Livre - o melhor método de transmitir liberdade individual (claro que pelo contrário passam a vida a congeminar SANÇÔES) e incentivo à formação de direitos de propriedade, em todos os pontos do globo, em todas as culturas.

Rabbi Daniel Lapin

"Finally I believe the attacks on Mel Gibson are a mistake because while they may be in the interests of Jewish organizations who raise money with the specter of anti-Semitism, and while they may be in the interests of Jewish journalists at the New York Times and elsewhere who are trying to boost their careers, they are most decidedly not in the interests of most American Jews who go about their daily lives in comfortable harmony with their Christian fellow citizens. You see, many Christians see all this as attacks not just on Mel Gibson alone or as mere critiques of a movie, but with some justification in my view, they see them as attacks against all Christians. This is not so different from the way most people react to attack. We Jews usually feel that we have all been attacked even when only a few of us suffer assault on account of our faith."

Via Did Jesus Get Lost in Translation?, by Gary North

Coisas de NeoCons

Via: The Neo-Authoritarians

1.

David Horowitz whines about a lack of 'academic freedom' – and calls for government regulation of campuses to ensure 'diversity': According to Horowitz's own website, Colorado Republican lawmakers have introduced legislation embodying his Orwellian concept of "academic freedom":

"The bill requires schools to enact a grievance procedure for students subjected to a 'hostile environment' toward their religious and political views. It also says students have a right to be free from professors who introduce 'controversial matter' unrelated to the subject they are teaching."
...
So now Horowitz is campaigning for legislation to ensure that the tender little egos of the campus Republicans are protected from bad vibes and other potentially deadly hate-thoughts! How pathetic. Horowitz isn't and never was opposed to "political correctness" – he just wants in on the PC game.

2.

The same police state mentality pervades An End to Evil, a book advertised on Horowitz's website, in which authors David Frum and Richard Perle propose a national identification card recording the bearer's retinal pattern, and advocate setting up a national domestic spying system that would "alert" authorities to such "suspicious" activities as expressing opposition to U.S. foreign policy or "suddenly" growing a beard (!) "A free society," intone Frum and Perle, "is a self-policed society." So peek in your neighbor's window, and write down the license plate number of every car parked outside that antiwar meeting, lest any of them feel un-free. Yeah, and just remember: War is Peace, Freedom is Slavery, and Ignorance is Strength.

A crítica a Buchanan e Tullock e algumas premissas da Escolha Pública

Espero que o meu colega e amigo AAA me perdoe esta posta no dia da apresentação do "O que é a Escolha Pública? Para uma análise económica da política", mas uma das características e quase missão da Causa Liberal é precisamente provar que a Filosofia do Liberalismo é muito diversa, ao contrário do que muitos pensam, que a dão como tendo um qualquer pensamento único.

Numa entrevista a Hans-Hermann Hoppe recentemente publicada no Mises.org é abordada a Escolha Pública:

Akkurt: What are your views on the public choice school. If I am not wrong you criticize James Buchanan for defending the state. Would you briefly describe your view on this issue. Why is there a tension between your thinking and public choice?

Hoppe: The Public Choice school—most notably Buchanan and Tullock—is typically credited for the insight that people within government are just as much self-interested as people outside of government, i.e., in private business. People do not change their nature and become less self-interested upon becoming a government official.

Now this is of course a fundamentally correct insight. But this insight is not new. You can find it all over in the literature. Certainly 'realist' political sociologists such as Gaetano Mosca and Robert Michels knew this much, and 'Austrians' knew it too, of course.

What is new about the Buchanan-Tullock school is its theory of the State and political (as contrasted to economic) action. However, this innovation is patently false.

Buchanan and Tullock think the State is essentially a voluntary institution, on a par with private business firms. They claim that 'the market and the State are both devices through which cooperation is organized and made possible.' (Calculus of Consent, p. 19) And since the State is like a firm, Buchanan then concludes in his Limits of Liberty, whatever happens in politics, every status quo, 'must be evaluated as if it were legitimate contractually.'

Now, I regard all of this as dangerous nonsense. Until Buchanan & Tullock, there existed almost universal agreement, regardless of whether one was a State-apologist or an anarchist critic of the State, as to the nature of the State, i.e., what a State actually was. States were recognized as categorically different forms of organization than firms: unlike firms, every State fundamentally rested on coercion. Buchanan's claim to the contrary would have been regarded as a childish intellectual error.

The great Austrian economist Joseph Schumpeter (himself a member of the Lausanne rather than the Vienna or Austrian School) once remarked on views such as Buchanan's: a "theory which construes taxes on the analogy of club dues or the purchase of the service of, say, a doctor only proves how far removed this part of the social sciences is from scientific habits of minds." I wholeheartedly agree with this verdict.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2004

E mais notícias sobre o separatismo albanês no Kosovo (terroristas ajudados pela Nato?)

Balkan Express

"Earlier this month, NATO had been planning to reduce its occupation force in the Serbian province of Kosovo. But a full retreat should not be expected any time soon.

Two more Serbs were killed last Friday, their murderers "unknown" as usual. The murders went largely unnoticed, especially after a car bomb almost killed a minister in the Kosovo Albanian government Saturday. It was almost certainly a feud between factions of the KLA, a typical example of political discourse in the occupied province. Even though the UN/NATO occupation is precisely what has enabled this ongoing campaign of terror against Serbs and Albanian political rivals of the KLA, the "lack of security and reconciliation" is being cited as a reason for its continuation.

That suits the Albanians fine, it seems, as they push harder than ever for Kosovo's official separation from Serbia. At the recent inauguration of the Kosovo Assembly, non-Albanians refused to enter the lavish new building erected with Imperial donations because the paintings exhibited in the halls depicted scenes of exclusively Albanian history. Polite requests by the UN viceroy to remove the paintings were rebuffed, and more Albanian symbols are scheduled to appear. (...)"

Anti-anti-semitismo II

Escrevi a posta anterior ainda sem ter dado uma volta na blogosfera e deparar-me com um sem número de comentários a resvalar para o histerismo anti-pretensamente-anti-semita sobre Mel Gibson e o seu filme.

Com a mesma letra podia-se responder a (no Homem a Dias) "Jesus foi um entre os muitos milhões de judeus assassinados, num exercício anterior a Ramsés II e que se prolonga animadamente até hoje. Outros judeus, discutivelmente melhores, decerto igualmente humanos, morreram pela ‘morte’ desse particular judeu e pelo que calhou sem que se ouvisse um pio de indignação." com talvez um certo anti-Cristianismo, não?

Nota: sabe-se que foi a Aristocracia católica alemã, parte de origem Prussa, que tentou de dentro combater Hitler e até tentar um assassinato (trágicamente falhado). Também parece que os "aliados" recusaram qualquer ajuda. Interessante foi saber que Mussolini pediu a excomunhão de Hitler ao Vaticano. Também tentou ajudar a Áustria quando da sua anexação mas uma hipócrita Liga das Nações (constrúida para proteger o Status Quo do grande Império Britânico e Francês saído do desastroso Versailles) condenava-a por causa da sua presença na Etiópia.

Muitos e bem (pelo menos na direita liberal) denunciam a victimologia crónica nos EUA (e em todo o lado) para justificar a discriminação positiva dos afro-americans ou como David Horowitz da FrontpageMagazine para combater um anunciado pedido de indemnização aos negros pela escravidão, mas no que toca ao sofrimento dos Judeus parecem não existir limites à constante vitimologia usada quer para denunciar os criticos de Israel, da guerra ao Iraque, ou do traçado do Muro, ou de Mel Gibson, ou...

A propósito da Igreja e do que diz sobre a morte de Cristo e os Judeus (via LRCBlog)

But how long do we have to put up with the libelous baloney that the Catholic Church taught that "the Jews" were responsible for the Crucifixion, until the glorious dawn of Vatican II? Here's just one of the things that the Catechism of the 16th century Council of Trent had to say: "Men of all ranks and conditions were gathered together against the Lord, and against His Christ. Gentiles and Jews were the advisers, the authors, the ministers of His Passion: Judas betrayed Him, Peter denied Him, all the rest deserted Him."

E como aqui se diz, quanto mais tempo tem de passar a ouvirmos de como foi o Vaticano II que de alguma forma terá renunciado à culpa dos Judeus na morte de Cristo? O que é dito que TODOS foram culpados. Todos somos culpados.

Mas no discurso habitual Anti-"anti-semitismo" vemos como se tenta passar a ideia que um Católico tradicionalista crítico do C.Vaticano II óbviamente está a renunciar a tal renúncia. O que só pode significar anti-semitismo.

Parece que os Italianos têm mais razão de queixa pelas cenas anti-romanas.

Anti-anti-semitismo

A propósito de "O Vaticano, o anti-semitismo e os extremismos de sempre (agora em nova embalagem) " no Mata-Mouros que remete para The Vatican's Betrayal of Israel

Permito-me surpreender para já que um Católico escreva um texto intitulado de "The Vatican's Betrayal of Israel". É como quando Thomas Fleming escreve sobre Michael Novak:

"Dear Michael, I read your latest piece in Il Sole, in which you take issue with an Italian priest who had said that democracy could not be established at the point of a gun. (...) I well remember the first time I heard you speak—though it was a speech you had given (and would give) many times. Your basic argument was that the only problem with Latin America was that it had never had a Protestant Reformation. I was an Anglican in those days, but I could not understand how a Catholic could be so disloyal to his Church. I still don’t."

Antes de prosseguir com uma breve análise do artigo em questão vou sugerir aqui a leitura de um texto de Murray N. Rothbard (conservative-libertarian, filho de pais judeus - tal como o seu mentor e austríaco Ludwig von Mises - imigrantes da Polónia).

PAT BUCHANAN AND THE MENACE ANTI-ANTI-SEMITISM

Nota rápida: parto-me sempre a rir quando leio neste texto "...Poor Barbara; like all Randians, she is perpetually out of sync" - esta é uma boca aos adoradores do culto de Ayn Rand" :)

"I have it on good authority that Barbara Branden is spending a good portion of her time lately brooding about the Arising menace of anti-Semitism." Poor Barbara; like all Randians, she is perpetually out of sync. There is indeed a menace in this area, Barbara, but it is precisely the opposite: the cruel despotism of Organized Anti-Anti-Semitism. Wielding the fearsome brand of "Anti-Semite" as a powerful weapon, the professional Anti-Anti-Semite is able, in this day and age, to wound and destroy anyone he disagrees with by implanting this label indelibly in the public mind. How can one argue against this claim, always made with hysteria and insufferable self-righteousness? To reply "I am not an anti-Semite" is as feeble and unconvincing as Richard Nixon's famous declaration that "I am not a crook."

So far, Organized Anti-Anti-Semitism has been able to destroy, to drive out of public life, anyone who receives the "anti-Semite" treatment. True, "anti-Semitic" expression is not yet illegal (though it is banned in many Western "democracies," as well as increasingly – as with other "hate speech" – serving as grounds for expulsion, or at the very least compulsory "reeducation," on college campuses). But the receiver of the brand is generally deprived of access to organs of influential opinion, and is marginalized out of the centers of public life. At best, the victim of the brand may be driven to abase himself before his persecutors, and, by suitable groveling, apologies, and – most important – the changing of positions of crucial interest to his enemies, he may work his way back into public life – at the expense of course, of self-emasculation. Or, if, by chance, the victim manages to survive the onslaught, he may be induced to exercise due caution and shut up about such issues in the future, which amounts to the same thing. In that way, Organized Anti-Anti-Semitism (OAAS) creates, for itself, a win-win situation."

Mas voltando a Don Kenner, que não conheço, e que escreve na FrontpageMagazine de David Horowitz (um antigo esquerdista anti-guerra do vietname que achou por bem fazer um upgrade para neoconservador). Parece que o problema é condenar o Muro. Pois eu acho que o Muro é uma decisão que compete a Israel mas não vejo como a Igreja pudesse apoiá-la em tal decisão. O Muro é uma derrota de uma certa estratégia e um retrocesso. Pode ser necessário ou não, compete aos próprios decidi-lo, mas é um retrocesso. Os extremistas alimentam-se destes retrocessos. Mesmo quando são necessários.

Quase que apostaria que o mesmo Don Kenner terá escrito sobre a traição (ou coisa do género) do Vaticano aos EUA na questão do Iraque. Os Neoconservadores escreveram abundantemente sobre a falta de patriotismo ("unpatriotic conservatives") dos conservadores tradicionais (aqueles que desconfiam da "national greatness", do "império benevolente", da exportação da democracia na ponta da baioneta - tal como o padre italiano que Novak quis rebater).

Curiosamente não cita a sua fonte, compõe um texto que não fornece e diz (vou pôr a Negro o mais importante):

"The real violation is to be found in article 11, section 2, which reads:

"The Holy See, while maintaining in every case the right to exercise its moral and spiritual teaching-office, deems it opportune to recall that, owing to its own character, it is solemnly committed to remaining a stranger to all merely temporal conflicts, which principle applies specifically to disputed territories and unsettled borders."

It is refreshing to hear the so-called "occupied lands" referred to as disputed territories. But the Bishops refer to the anti-terrorism fence as a "land grab" and speak of it cutting through "Palestinian land." Does this sound like a solemn commitment to "remaining a stranger" to conflicts concerning "unsettled borders"?"

Pois, primeiro congratula-se por poder concluir que os "territórios ocupados" são "territórios em disputa", depois quer apanhar em contradição e uma razão de "traição a Israel" pela aparente (mais uma vez não cita o texto, quer "apenas" que acreditemos na sua palavra) condenação a partes do seu traçado. Um pouco excessivo, não?

Finalmente, conclui magnificamente: "Later, during a heated exchange, Latin-rite Patriarch Michel Sabbah told Israeli President Moshe Katsav that the security fence is not necessary because the occupation causes terrorism. It cannot be stated too often that Arab pogroms against Jews, massacres of Jewish civilians, and even terrorism predate the 1967 war, and therefore predate the "occupation."

Uma conclusão forçada. Como muitas neste assunto. Antes de 1967 as vítimas israelitas de ataques árabes eram muito diminutas comparando com as depois da guerra de 1967 (e consequente expansão territorial alegando necessidades de defesa). Querer provar que ovo precedeu a galinha ou o contrário na necessidade de "ocupação" não afasta a realidade da "ocupação" e os seus custos (e vidas) impostos sobre os não terroristas (a maioria da população), e a cuja falta de soluções alimenta os que escolhem o terrorismo.

Deixo ainda o final do texto de Murray N. Rothbard:

"But am I not redefining anti-Semitism out of existence? Certainly not. On the subjective definition, by the very nature of the situation, I don't know any such people, and I doubt whether the Smear Bund does either. On the objective definition, where outsiders can have greater knowledge, and setting aside clear-cut anti-Semites of the past, there are in modern America authentic anti-Semites: groups such as the Christian Identity movement, or the Aryan Resistance, or the author of the novel Turner's Diaries. But these are marginal groups, you say, of no account and not worth worrying about? Yes, fella, and that is precisely the point."

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2004

John Kerry: The Gigolo with the Guillotine

"New Democrat" John Kerry could launch as many, if not more wars than Bush, in the name of progressive internationalism. Of course, Kerry would provide America's "allies" with plenty of goodies from the US taxpayer to ensure his unconstitutional wars are UN-approved." Via LRC Blog
Em 'It's Time to Get Over It' John Kerry Tells Antiwar Movement to Move On:

The New Democrats don't begrudge the Bush administration for invading Iraq. They take issue with the Bush administration's strategy of refusing to invite key members of the international community to the invasion until it was too late. The neocons' unilateralist approach, the New Democrats believe, will ultimately harm U.S. political and economic dominance around the world.

"We are confident that a new Democratic strategy, grounded in the party’s tradition of muscular internationalism, can keep Americans safer than the Republicans’ go-it-alone policy, which has alienated our natural allies and overstretched our resources," the New Democrats say in their foreign policy manifesto. "We aim to rebuild the moral foundation of U.S. global leadership by harnessing America’s awesome power to universal values of liberal democracy. A new progressive internationalism can point the way."

in A Democratic National Security Strategy

terça-feira, 24 de fevereiro de 2004

Destaques

1. CIA soube em 1999 identidade de terrorista que viria a pilotar avião no 11 de Setembro

Nota: O mito que o Estado nos defende melhor do que ninguém. Talvez a única causa directa (as indirectas têm formulações mais complicadas como a dos Estados acharem que é da sua competência perseguir políticas externas que conduzem a que os seus cidadãos sejam objecto de ódios alheios) seja a proibição pelo governo federal de os pilotos e as companhias de aviação tratarem como entenderem da sua segurança a bordo.

2. Patrões pedem menos impostos para relançar consumo e investimento privados

Nota: Não. Devemos pagar menos impostos porque isso diminui a totalidade do nossa produção colectada coercivamente para financiar serviços que não se sujeitam à liberdade individual. E com isso o resultado provável é uma maior crescimento económico. Por outro lado, é uma contradição afirmar que é para aumentar o consumo e a poupança (investimento).

3. Irão: Revolução Islâmica Celebrada com Arte Britânica

A revolução que se deu contra um regime déspota (ridiculamente ocidentalizado) possível pela intervenção da CIA ao depor um Presidente eleito democraticamente nos anos 50 alegando a sua intenção de nacionalizar a indústria petrolífera - que foi exactamente o que fizeram os Britânicos nessa altura. Mais tarde combatidos por Saddam, ajudado por bem sabem quem.

4. Ontem, Há 60 Anos, Por JOSÉ MANUEL FERNANDES

Nota: José Manuel Fernandes fala abertamente sobre os tchetchenos e as dificuldades que passaram e passam. Agora pergunto, quando David Frum e Richard Perle falam no combate ao terrorismo em todo o mundo isso quer dizer que devem os EUA combater directamente os tchetchenos? Mas porquê? Porque querem ser independentes? Como se julga em termos absolutos moralmente todo o tipo de terrorismo quando se sabe que é um infeliz táctica que foi usada para muitos conseguirem as suas causas (Irlanda, Israel, a independência dos EUA, etc.)? Mas os julgamentos sobre a violência em si podem e se calhar devem ser sempre feitos, quer dos terroristas, quer das acções dos Estados. Errado é querer tomar parte nos conflitos de terceiros e ainda por cima com a pretensão de uma superioridade moral absoluta. Ainda pior é com isso querer justificar uma guerra permanente evocando a procura uma paz permanente.

5. Está a Europa Tomada de Novo pelo Anti-semitismo? Por VITAL MOREIRA

Nota: Existe hoje um anti-anti-semitismo (assim como um anti-anti-americanismo) que passa muito para além do razoável os timings que usa, nos argumentos simplistas e fáceis que dispara. Muito dele é mesmo estranho. Quando nas presidenciais francesas Le Pen (e ainda Pim Fortuyn na Holanda) avisava contra a imigração árabe descontrolada, foram capazes de jogar a cartada anti-semita quando os atentados que se verificavam e verificam ainda hoje, são de árabes. E serão os árabes anti-semitas? E serão os tchetchenos anti-russos? Jogar a cartada racial misturando-a com conflitos e disputas territoriais e de soberania é o maior contributo para que a questão racial acabe mesmo um dia por vir a ser uma realidade.

Numa nota final diz uma verdade incómoda para muitos (estou a lembrar-me por exemplo das certezas de Vasco Rato e Luis Delgado no dia seguinte à exposição de Powell na ONU): "2. Os que apoiaram a justificação americana da guerra do Iraque deveriam ter visto o programa 60 Minutos, da CBS, que passou este fim-de-semana na SIC Notícias. Devastadora a desmontagem da tese da ameaça iraquiana e das armas de destruição maciça. Verdadeiramente patético é rever as "provas" apresentadas por Colin Powell ao Conselho de Segurança das Nações Unidas há um ano, particularmente as fotografias, fazendo passar um barracão de recolha de veículos por uma instalação nuclear e carros de bombeiros por "veículos de descontaminação"! O império está a ser governado por possessos..."

A verdade tem de ser procurada

O caso das ADM no Iraque revela como temos de ser nós, individualmente, a fazer o nossos próprio julgamento, a fazer a nossa própria investigação e reflexão, sobre a busca da verdade e dando um peso muito relativo quanto às verdades oficiais, por reputadas agências, reputados políticos, reputados analistas, etc.

A intervenção de que alguns se socorrem para lembrar o óbvio: a actual política norte-americana começou já com Clinton (e com William Kristoll a ameaçar mudar para o partido democrata se os Republicanos não o apoiassem no Kosovo). Mas estes esquecem-se que o problema está precisamente aí. A direita conservadora e liberal incorporou o "fatal conceipt" da esquerda com o uso da capacidade de defesa militar para objectivos confusos, ideológicos, para assuntos dos outros, para o intervencionismo social em massa. E aqui para ir defender os separatistas muçulmanos albaneses (e com ligações a Bin Laden). E o resultado é uma ocupação sem fim de vista. O inicio do envolvimento da Nato em assuntos que não são de defesa territorial. E a destruição de centenas igrejas cristãs ortodoxas, das mais antigas da Europa. E depois os julgamentos.

No assunto do Kosovo como em muitos outros, a memória colectiva entra em amnésia selectiva que faz com que ninguém queira realmente saber o que aconteceu e o que vai acontecendo. No nosso cérebro temos uma gaveta já fechada que diz: algo se passava, fomos lá (bombardear um pais durante 72 dias dia e noite), agora está tudo bem.

Judge's Resignation Puts Milosevic Trial in Doubt

"Now, more than two years after it began, the war crimes tribunal of Slobodan Milosevic may have to be restarted after the presiding judge resigned.

The trial was plunged into uncertainty yesterday after Richard May’s resignation on health grounds raised speculation that the former Yugoslav president could demand a new trial.

Milosevic, who is charged with genocide, crimes against humanity and war crimes in the Balkans in the 1990s, could call on the Hague tribunal to abort the trial and start afresh, one of his legal advisers said. "

E quando se sabe (pelo menos alguns) que (em The Madness of Carla Del Ponte Out In the Open At Last):

it happens, this week marked the end of the Prosecution's case against Slobodan Milosevic. Del Ponte predictably claimed victory, telling AFP: "We have succeeded in showing the responsibility of Milosevic." After two years of continual embarrassments and bitter defeats, the statement has all the ring of wishful thinking, though the press took it at face value. In fact, Del Ponte and her fellow Inquisitors have done nothing of the sort.

Writing in The Guardian last Thursday, commentator Neil Clark argued that "things have gone horribly wrong for Ms. Del Ponte":

"…not only has the prosecution signally failed to prove Milosevic's personal responsibility for atrocities committed on the ground, the nature and extent of the atrocities themselves has also been called into question."

It is obvious, he says, that the Prosecution has been "working backwards – making charges and then trying to find evidence."

(...)

While trying to make it seem as if Milosevic could have prevented the alleged events of 1995, Morillon let it slip that the Serbs were out for blood because of Muslim massacres of Serb civilians. The enraged Muslims announced they would sue the French general as accessory to genocide."

Sobre a destruição das igrejas: CRUCIFIED KOSOVO Destroyed and desecrated Serbian Orthodox churches in Kosovo and Metohia (June-October 1999)

Para quem quiser saber sobre "Explaining the Srebrenica "Massacre"

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2004

George H. W. Bush (pai)

"We should not march into Baghdad, turning the whole Arab world against us. Assigning young soldiers to a fruitless hunt for a securely entrenched dictator and condemning them to fight in what would be an unwinnable urban guerilla war, it could only plunge that part of the world into ever greater instability."

A World Transformed, by Brent Scowcroft and George H. W. Bush, Knopf, September 1998

Pois

Iraq may claim Jordan, Kuwait

"The president of Iraq's interim Governing Council has said Baghdad would consider territorial claims over neighbouring Jordan and Kuwait in the future.

(...)

During British rule after the first world war, two branches of the Hashemite royal family governed Iraq and Jordan.

In 1958 King Husayn of Jordan and his first cousin King Faisal
of Iraq declared an Arab Hashemite Federation between their
countries. But the monarchy was overthrown in Iraq later the same year.

Baghdad has for decades laid claim to Kuwait as an integral part of Iraq, arguing the emirate was artificially separated by the British colonisers. (...)"

Tax is Robbery

Em homenagem a esta excelente nota no Cataláxia:

Tempo

"(...) Por isso é imoral que o Estado se aproprie daquele que é o bem mais escasso, o mais valioso, o que nunca sabemos quando terminará, e cujo valor aumenta na directa proporção da progressão das nossas vidas.
A questão da intervenção estadual, da cobrança coerciva do produto do nosso trabalho que nos impede de usufruir o nosso tempo é, por isto, uma questão moral e existencial: arrogar-se ao direito de dispor ilimitadamente do nosso tempo, fez do Estado moderno um Estado religioso, clerical e teológico, que usa o tempo dos homens como fosse a sua origem, princípio e fim."

Fica a sugestão do texto do Conservador Frank Chodorov (é preciso ter em conta que o conservadorismo americano em tempos significava "conservar" o seu sistema livre, desconfiado do crescimento seu estado). Entre muito do que se pode ler neste texto histórico:

"It is not true that the services would be impossible with­out taxation; that assertion is denied by the fact that the services appear before taxes are introduced. The services come because there is need for them. Because there is need for them they are paid for, in the beginning, with labor and, in a few instances, with voluntary contributions of goods and money; the trade is without compulsion and therefore equitable. Only when political power takes over the manage­ment of these services does the compulsory tax appear. It is not the cost of the services which calls for taxation, it is the cost of maintaining political power.

(...)

The State does not give; it merely takes.

All this argument, however, is a concession to the obfus­cation with which custom, law and sophistry have covered up the true character of taxation. There cannot be a good tax nor a just one; every tax rests its case on compulsion."

Antecedentes e esquecimentos

CAA lembra o terrorismo a propósito do texto de Vital Moreira "Israel & Palestina":

"Que em toda esta sua análise se esquece de demasiadas coisas importantes.
Que a ocupação israelita da faixa de Gaza e da Cisjordânia não é a real causa do conflito já que as ameaças árabes de destruir Israel existiram desde o primeiro dia da sua proclamação como Estado pela ONU."

Eu vou lembrar aqui:

1. Parece-me natural que os Estados Árabes na altura (incluidno os ressentimentos de hoje) tenham reagido mal. A formação de um Estado nunca é pacifica, nem hoje, nem ontem, nem em lugar algum. Um Estado só se forma pela força, quer contra os terceiros vizinhos quer contra quem internamente a quem o recusar ou pôr em causa. E nunca o iria ser a declaração de um "Estado Judaico" por uma população essencialmente imigrante (ou descendente de), no meio de população árabe, que em grande número teve de fugir sem direito de retorno e onde existiam e existem ainda correntes sionistas fundamentalistas por uma Grande Israel. Imaginem os muçulmanos franceses a declarar um Estado Islãmico em Paris...

2. Existiram ataques (terroristas) israelitas sobre população árabe e o exército inglês nessa altura e até incluiu a morte do representante da ONU (outros eventos também lamentáveis ocorreram depois, existiram boas razões ou foram erros que são sempre inevitáveis em situações complexas? Talvez, mas deram-se e contribuíram para um impasse eterno).

3. Recorrer-se da ONU para justificar uma qualquer legalidade mas recusar a ONU para quase tudo o resto que não dê jeito...Por mim, a ONU representa apenas uma opinião, uma declaração de consenso colectivo (e ainda por cima dos Estados, não dos cidadãos em si), não uma declaração universal e absoluta de direito. Quer nesta questão, como em todas as outras.

4. Ao fazer a contabilidade da violência é preciso ter em conta também o número de vítimas palestinianas (que é muito superior), dos métodos (destruir as casas das famílias, etc.), a forma como vivem, e como estão sob ocupação de facto.

5. O Muro é um iniciativa do Estado de Israel (está no seu direito), tirando as questões do seu traçado e das complicadas questões de legitimidade territorial discutidas ao m2, pode ser útil para ambos os lados no médio e longo prazo. O TPI, a ONU ou mesmo os EUA podem tomar as posições de princípio que bem entenderem, mas ninguém pode impedir a vontade declarada de um Estado estabelecer as medidas de segurança que bem entenda (não o fazem em relação a acções que provocam mortes e são de duvidosa legalidade internacional, como o iriam fazer numa medida passiva?).

6. A violência alimenta-se da violência, e da destabilização da psicologia individual e colectiva. O Muro pode diminuir ambos. Israel tem especial obrigação de propor uma solução. A iniciativa de formação do seu Estado foi sua.

7. Também ajudava que no resto do médio-oriente e mundo árabe não se ajudasse a que mais violência e caos alimente mais violência e mais caos. A queda forçada de regimes e ocupação militar, quer no Afeganistão, Iraque e potencialmente a Arábia Saudita, o Irão e a Síria, pode tornar aquela região num rastilho de tragédias sem fim. É o que os extremistas mais desejam, por isso combatem já o regime monárquico Saudita.

Sobre os antecedentes do conflito ler

Background of the Middle East Conflict, by Wendy McElroy, October 2003, na Future of Freedom Foundation

Fica aqui a parte final do texto:

Post–World War II Israel

In early 1945, as World War II drew to a close, King Saud of Saudi Arabia met with Roosevelt. The king expressed his concern about the number of European Jews emigrating to Palestine; he suggested, instead, that displaced Jews be given part of Germany. Roosevelt assured King Saud that Arab interests would not be jeopardized. But within a few months, on April 12, 1945, Roosevelt died suddenly of a cerebral hemorrhage. His successor, Harry S. Truman, took a pro-Zionist position and recommended that 100,000 Jewish refugees be settled in Palestine.

One hundred thousand was not an arbitrary figure. After World War II, some 100,000 Jewish survivors of Nazi persecution were in camps for displaced persons. They were the remnants of a rich culture that had numbered in the millions only years before. Zionists demanded they be admitted to Palestine immediately. To control the flood, the British introduced the “Defense Regulations.” Habeas corpus was suspended; people could be detained without trial; entire villages were moved at the whim of military authorities; curfews and security zones were established; people could be deported without explanation.

The Zionists started a program of terrorism against the British. Menachem Begin — later prime minister of Israel — was the leader of the Irgun Zvai Leumi or National Military Organization and the mastermind behind the most infamous act of Jewish terrorism: the bombing of the British headquarters at the King David Hotel in 1946. An estimated 95 people died from the blast.

The official American response was muted. Truman was far more concerned with the spread of communism in Europe than with Middle Eastern affairs. The United Nations had been established in 1945 at a conference in San Francisco. Fifty governments signed the UN Charter and pledged to refrain from armed force, except in the common interest. A General Assembly was authorized to investigate any issues endangering international peace; a Security Council was empowered to meet any threat of war. Battle-weary, Britain turned the matter of Palestine over to the UN.

In May 1947, the UN General Assembly appointed a Special Commission on Palestine. The commission declared that partition was the only practical solution. The Arab delegates vigorously denied that the UN had the legal or moral right to divide their land. They refused to discuss partition.

Against the advice of the American State Department, Truman supported the establishment of a Jewish state. The State Department worried that a pro-Zionist stand would drive the Arabs toward the Soviets. But Zionists exerted intense pressure on the White House, Truman later wrote,

I do not think I ever had as much pressure and propaganda aimed at the White House as I had in this instance. The persistence of a few of the extreme Zionist leaders — actuated by political motives and engaging in political threats — disturbed and annoyed me.

On November 29, 1947, the United Nations voted to partition the area known as Palestine into two nations: one Jewish (Israel), one Arab (Palestine). The UN vote was 33 for, 13 against, 10 abstaining. The Arabs were to receive 43 percent of the land, the Jews 57 percent. The new states would come into being by October 1, 1948.

America favored the partition. During a meeting with American ambassadors to the Middle East, Truman stated bluntly,

I’m sorry, gentlemen, but I have to answer to hundreds of thousands who are anxious for the success of Zionism: I do not have hundreds of thousands of Arabs among my constituents.

Arabs immediately pointed out flaws in the partition, claiming, for example, that Jews received the best land. Zionists accepted partition reluctantly, calling it “an indispensable minimum.” The British, already frustrated with administering the region for years, agreed to enforce an uneasy peace until a self-announced deadline for departure on May 15, 1948.

The Jewish claim was outlined in a 1948 document entitled “Declaration of the Establishment of the State of Israel,” which reads, in part,

The Land of Israel was the birthplace of the Jewish people. Here their spiritual, religious and political identity was shaped.... After being forcibly exiled from their land, the people kept faith with it throughout their Dispersion and never ceased to pray and hope for their return to it and for the restoration of their political freedom.

The Arab claim was outlined in 1938, by George Antonius, a Christian Palestinian Arab:

The Arab rights to Palestine are derived from actual and long-standing possession, and rest upon the strongest human foundations. Their connexion with Palestine goes back uninterruptedly to the earliest historical times.... Any solution based on the forcible expulsion of the peasantry from the countryside in which they have their homesteads and their trees, their shrines and graveyards, and all the memories and affections that go with life on the soil, is bound to be forcibly resisted. In other words the Arab claims rest on two distinct foundations: the natural right of a settled population ... to remain in possession of the land of its birthright; and the acquired political rights which ... Great Britain is under a contractual obligation to recognize and uphold.

Aborto, Integração Política e Referendos

Já sabemos que os referendos são usados pelo sistema político até conseguirem o resultado desejado, até na Suiça isso sucede, com a diferença que nesta, sendo usual o recurso local e federal ao referendo, é mais fácil reverter determinadas decisões (como a da entrada na ONU).

Neste momento existem dois assuntos potenciais a levar a referendo onde determinadas regras de reciprocidade deviam ser estabelecidas:

1) a Integração numa Europa federalista
2) o Aborto

1. Integração

a) se 51% podem determinar a integração e perda de soberania, 51% devem poder recusá-la posteriormente, numa prazo que deve estar estabelecido na própia decisão de integração

b) Além disso, 51% de uma região de Portugal pode pedir a autonomia (pedindo a convivência num sistema federal nacional) e até a independência.

Tal parece-me que carece de demonstração dada a facilidade e aparente consenso com que os intelectuais e políticos de vários quadrantes aderem à lógica da decisão colectiva pela integração. Esquecem-se, digo eu, que esta lógica tem de ter dois sentidos.

Conclusão1: Seria prudente que em vez de 51% fosse necessário um maior consenso, por exemplo 2/3.

2. o Aborto

a) Se 51% pode legalizar o aborto, 51% pode criminalizá-lo. Mais uma vez deve estar previsto com que periodicidade deve o assunto ser colocado.

b) No Aborto existe uma questão adicional. Estando em causa conceitos fundamentais sobre a vida e a morte, não devia um referendo nacional obrigar todas as regiões a legalizar o que é visto como a legalização da morte para muitos. Se uma região recusa a sua legalização por 2/3 dos votos porque deverá acatar uma decisão macro?

Assim seria desejável, seria mais "livre", que em referendos nacionais se permitisse que regiões recusassem o resultado nacional se uma percentagem acima de 2/3 (ou por exemplo 70%) não o desejasse.

Como se iria aplicar?

As regiões que recusam ou têm segundo este sistema uma preferência diferente, podem para já, proibir que a actividade seja exercida na sua região. Qual o sentido? A de marcar uma posição de princípio.

Como iriam estas regiões exercer esta sua “lei” sobre mulheres e profissionais que a praticassem? Numa solução amena, pela simples exposição pública. Numa solução de maior amplitude, pela recusa da sua residência.


Também somos livres na medida em que é possível vivermos numa comunidade com valores próximos dos nossos. A capacidade das comunidades se regularem, sem imposições centralistas ou únicas (mas também sem a capacidade de as impor a terceiros) é o que permite a concorrência entre sistemas de valores e a formação de sociedades civis coesas.

Acredito até que esta descentralização conjugada com o direito de exclusão (o tal que faria com que numa possível legalização da droga, as empresas pudessem despedir consumidores, os municípios proibir a sua venda comercial, etc.) faça a sociedade civil recuperar um conservadorismo saudável mas sem o monopólio da moral ou até da definição da lei.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2004

AN OPEN LETTER TO MICHAEL NOVAK

De Thomas Fleming na sua Chronicles Magazine. Escrito em Abril de 2003

Dear Michael,

I read your latest piece in Il Sole, in which you take issue with an Italian priest who had said that democracy could not be established at the point of a gun. (...) I well remember the first time I heard you speak—though it was a speech you had given (and would give) many times. Your basic argument was that the only problem with Latin America was that it had never had a Protestant Reformation. I was an Anglican in those days, but I could not understand how a Catholic could be so disloyal to his Church. I still don’t.

I truly think that you believe what you say, but try to imagine what others will suppose when you compare your own media-images of WWII bombing with the experiences of French and Italian civilians who were bombed to pieces by the allies. (...) There is hardly a city in Normandy that we did not level, and not always with a clear military justification.

Some of the great centers of Catholic Christianity—Ambrose's Milan, for example, Benedict's Monte Cassino—were subjected to destructive bombardments that destroyed Christian antiquities and killed people without achieving a military objective.

(...) I have no answer or for the people of Belgrade whom we bombed at the end of the war and again, just a few years ago, to enable the Christ-hating fanatics of Kosovo to kill and expel Christians and dynamite their churches.

You say that our military actions installed democracy in Italy. Do you know anything of Italian history?

How, for example, the Soviet-backed left supported the overthrow of the royal family in a narrow referendum that was about as strong an expression of the national will as the popular vote that went for Al Gore in the 2000 presidential election; how the CIA and the KGB divided Italian politics down the middle for decades and used their money to corrupt Italian politics; how the bribery and corruption of the Italian political process allowed the communist left to achieve a virtual coup d’état, when the judges overthrow Berlusconi’s first administration? On the other hand, do you know anything about the American system we call “democracy”? (...)

Like so many armchair city-bombers today, you believe that the US can install “democracy” (a term which in your vocabulary is utterly devoid of meaning) in a people that has not known responsible self-government in any form since the Akkadian conquest of Sumerian city-states. (...) As the framers of the American constitution understood all too well, republican government is not a gift; it is a hard-won accomplishment that reflects the character of a people. Those who are not heirs to the Hellenic, Roman, Jewish, and Christian heritages have proved themselves completely incapable of establishing or maintaining any of the features of republican (much less democratic) government.

This does not mean that they are our inferiors. Far from it. An Iraqi willing to fight and die for his people and his religion may well be a nobler figure than an American “democratic capitalist” (your phrase) who exults in televised bloodshed and has no higher goal in life than to buy toys and die in his sleep.

We agree with you that pacifism is not a Christian solution to political and moral evil, but you seem to think that wanton destruction, designed to "shock and awe" civilians, is the act of a Christian nation. It is never right to do wrong in a good cause, never right to kill innocent people intentionally. When civilians get caught in the crossfire, we are sorry for their deaths, but when a government targets the civilians of Dresden, Hiroshima, Novi Sad, or Baghdad, it is criminal in the eyes of all believing Christians. To believe otherwise is to ignore 2000 years of Christian teaching and to reject Christ himself. Killing the innocent—whether it is done by Herod, an abortion doctor, or a government authorizing the terror-bombing of cities—is a grave moral evil.

I believe, Michael, that in your heart of hearts you are a kind man who preserves some spark of the Christian training he once received, before it was papered over by Wall Street Journal editorials. I would not like to think that your long association with anti-Christian neoconservatives has entirely blunted your conscience. However, we are not to judge a man by his professions but by his actions: By their fruits you will know them.

Your actions, as a writer and propagandist, in rewriting Catholic moral teachings on war, contradicting the Holy Father in a case where he is speaking in the authentic voice of the Church, your justification of the killing of innocent civilians—these are the fruits by which you must be judged.

There are good pragmatic for opposing or supporting this war, and good men are free to disagree. But on the larger moral question, whether it is right to kill innocent people in order to pave the way for a better government, the answer was given a long time ago, and this is not a question on which good Christian men are free to disagree.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2004

No End to War

O melhor e talvez mais importante texto de Pat Buchanan na The American Conservative, com a análise do "An End to Evil" de David Frum e Richard Perle, onde estes fazem a defesa da permanent War for permanent Peace.

É um texto longo, fica aqui uma pequena passagem:

Say the authors: “We must hunt down the individual terrorists before they kill our people or others .... We must deter all regimes that use terror as a weapon of state against anyone, American or not” [emphasis added].

Astonishing. The authors say America is responsible for defending everyone, everywhere from terror and deterring any and all regimes that might use terror —against anyone, anywhere on earth."

(...)

Calling their book a “manual for victory,” they declaim:

For us, terrorism remains the great evil of our time, and the war against this evil, our generation’s great cause. We do not believe that Americans are fighting this evil to minimize it or to manage it. We believe they are fighting to win—to end this evil before it kills again and on a genocidal scale. There is no middle way for Americans: It is victory or holocaust.

But no nation can “end evil.” Evil has existed since Cain rose up against his brother Abel and slew him. A propensity to evil can be found in every human heart. And if God accepts the existence of evil, how do Frum and Perle propose to “end” it? Nor can any nation “win the war on terror.” Terrorism is simply a term for the murder of non-combatants for political ends."

Leiam o artigo. Quanto a mim, hoje já pouco tenho a acrescentar sobre este assunto, principalmente quando ouço de pessoas que muito respeito e admiro (digo-o com sinceridade):

"Todo e qualquer ser humano tem o direito fundamental à vida, à liberdade e à participação política numa democracia. Saddam Hussein viola sistematicamente todos estes direitos dos iraquianos, logo o uso da força para acabar com o regime iraquiano é legítimo."

Este podia ser o lema de um grupo terrorista para derrubar Saddam, mas não é. Se fosse, o que diríamos, é um terrorismo a combater? Podíamos substituir Saddam por Salazar e perguntar o mesmo - Mas pior, podíamos perguntar se era legítimo ou até desejável (suspeito que sim para alguns) que uma Espanha democrática viesse nesses tempos "libertar" Portugal, destruir a sua infra-estrutura física (a água, electricidade, etc.) e administrativa, ocupar, e guiar-nos para um novo estágio de felicidade colectiva. E depois os resistentes que suspeito, iriam surgir, seriam terroristas, contra a democracia e até contra o mundo civilizado.

Podem dizer que Salazar não era Saddam, certamente que não, sou o primeiro a reconhecer vários favores que lhe ficamos a dever no meio dos seus erros.

Mas Saddam também está num Iraque desenhado pelos Ingleses (onde estes também combateram as tribos existentes), multi-étnico, com tendências separatistas, no meio de uma região sujeita ao extremismo islamico que sempre recusou (tal como o partido Baath na Sìria), com tolerância religiosa e igualdade com as mulheres. Saddam foi sanguinário como muitos outros ditadores o foram, e por isso deve ser condenado e vigiado. Nos últimos 10 anos náo o tinha sido muito. Até tinha destruido as ADM! Os iraquianos é que tinham de tratar dele, de preferência poupados a sanções que deram cabo da classe média e a puseram dependente de uma economia socialista de racionamento por uma década.

Na União Soviética não se assistiram a purgas vingativas por parte da sua população quando da sua queda por implosão. Nem na Alemanha de Leste. Só na Roménia assistimos ao julgamento e condenação do seu líder. Com que direito vamos então nós provocar milhares de vítimas civis, destruir e destabilizar uma sociedade (e que inclui sempre consequências não previstas), para apressar aquilo que é inevitável, perseguindo uma causa que não é nossa?

Quanto ao conflito israelita e palestiniano, lembrem-se por favor, quem declarou um “Estado Judaico” no meio de população árabe foi Israel (e acho muito bem, mas outra coisa é não perceber as consequências e o que foi necessário fazer para ser bem sucedido), quem depois expandiu territórios foi Israel (por defesa? talvez, mas que importa isso?), quem expulsou centenas de milhares de árabes das suas casas e propriedades foram os israelitas e sem direito de retorno (também acho bem, é inevitável, mas como digo, outra coisa é fazer de conta), quem ocupa territórios é Israel prestando-se a imagens que quase nos fazem lembrar o infame Guetto de Varsóvia, quem também teve culpas em alguns massacres quer na sua fundação (incluindo atentados contra tropas inglesas) quer mais tarde foram israelitas (em especial Sharon), quem morre num número quatro vezes superiores aos israelitas são os palestinianos cujo deplorável e condenável uso de atentados suicidas é proporcional à desproporção de meios numa disputa territorial e ao apoio cego e acrítico de muitos. E já o disse: o muro é bem capaz de ser a melhor ideia dos últimos 50 anos. Para ambos.

Agora, como os anti-pacifistas (que tratam os pacifistas como se de uma doença se tratasse) se admiram que muitos sejam apanhados na armadilha de acreditar que a violência é um recurso válido para resolver disputas é que me admira. Os árabes em especial olham à volta e vêm quem está no Afeganistão, no Iraque, com tropas na Arábia Saudita (ameaçando fomentar a queda da monarquia), ameaças permanentes à Síria e Irão, e digam lá, o que devem eles pensar? Será difícil imaginar um discurso de recrutamento de fundamentalistas?

terça-feira, 17 de fevereiro de 2004

Soberania e Liberalismo

No Cataláxia:

"Para um liberal, não pode haver meias tintas: ou defendemos o mercado livre e aberto ou defendemos um país mercantilista, com fronteiras fechadas e um proteccionismo agressivo em relação às importações. Por mim, não tenho dúvidas nem reservas."

Eu também não tenho dúvidas, só que um país pode ser soberano (e isso significa poder decidir unilateralmente as suas leis) e ter fronteiras abertas. Até um caso pode ser feito defendendo que os processos de integração política conduzem a que esse novo espaço mais facilmente feche as fronteiras com o exterior, porque menos dependente.

Por exemplo, a UE formou-se para que o proteccionismo agrícola fosse uma realidade, afectando precisamente os países mais pobres dependentes do comércio livre neste sector. Sem a UE o nível de proteccionismo existente no sector agrícola seria impossível ou difícil.

A integração económica não necessita de integração política. A globalização económica não necessita da globalização política. A liberdade económica precisa é de Estados menos intervencionistas, não de Estados maiores.

Acho muito bem a cooperação entre a indústria espanhola ou "europeia" e a portuguesa , a livre circulação de capitais e tudo o mais (mas com reservas quanto à “livre imigração”), a coordenação de decisões que infelizmente são decididas por governos e burocratas, mas as leis têm de ser decididas por nós. A nossa participação em tratados internacionais parte de um pressuposto: a capacidade última de dizer não. Defender essa capacidade não nos faz menos liberais.

Re: Have the Neocons Killed a Presidency?

Neste momento, neste assunto, tal parece ser completamente irrelevante. Os que apoiaram defendem que o direito internacional e a soberania não existem perante países não democráticos. Isso incluirá os países do médio oriente que realmente funcionam: as suas monarquias absolutas?

Ainda pior é quererem justificar uma invasão e mudança de regime por causa das resoluções da ONU e fazer a invasão contra a vontade da ONU.

Portanto, deverão as resoluções da ONU ser impostas pela força (por exemplo as sobre Israel)? Quem controla depois as decisões desse iluminado “colégio” com capacidade de impor pela força as suas resoluções (espero que nunca tal aconteça)?

Se assim fosse, os EUA não tinham invadido o Iraque porque esse mesmo orgão não era favorável a tal! Não é uma contradição? E ainda por cima poderia ter de declarar guerra aos EUA para cumprir a sua resolução contra a invasão!

Quanto à eficácia da ingerência externa extrema que é uma invasão e deposição de regimes:

Faz parte da responsabilidade dos povos cuidar dos seus regimes. Já repararam que o império do mal soviético caiu desabando essencialmente por dentro, e que depois curiosamente, não existiu um espírito de vingança e de purgas interno?

Isso não diz algo sobre a Estupidez que teria sido se um confronto directo com a União Soviética (mesmo que tal fosse possível sem dar lugar a um cataclismo nuclear na tipica visão de que "better all dead than some people red"?) tivesse dado lugar para "libertar" os Russos? O que se observou de forma pacífica foi ao desmembrar do império e a independência de um sem número de países. Nenhuma guerra imposta pelo exterior teria levado ao mesmo resultado.

O Direito Internacional, as leis da guerra e o princípio da neutralidade não são invenções da esquerda. Foi formado na experiência e criando tradição a partir do complicado relacionamento entre as Nações europeias. E isso inclui a não ingerência externa (que Napoleão quis também pôr em causa a bem de uma Nova Europa) a não ser em caso de perigo eminente para a soberania.

Lamento afirmá-lo, mas existe muito de espírito jacobino nesta "movida", esquecido que quem quer fazer o bem acaba muitas vezes no meio de um grande mal e o Iraque parece para aí caminhar.

A democracia não é um direito absoluto, nem sequer um bem absoluto em si, é apenas um meio, um processo de decisão colectivo. Pode ser adequado ou não, num determinado contexto e tempo próprio. Foi assim, no Chile como em Portugal, em Espanha, nas Filipinas, na Indonésia. Como o foi com Saddam na sua guerra apoiada pelos EUA, contra o Irão. Cabe aos povos cuidarem do seu regime. Cabe aos próprios saberem se estão dispostos a morrer, a sofrer destruição do património e pôr em causa de forma abrupta a estabilidade da sua sociedade, a bem de uma mudança.

Na Europa, também muitos lutaram pelo fim das monarquias a bem da Razão e a Grande Guerra assim permitiu a sua queda (acabou o trabalho começado por Napoleão). O que obtiveram foram repúblicas fascistas e comunistas.

No Médio Oriente parece que só vão parar quando tiverem a totalidade dos 600 milhões apontados à nossa garganta mas a bem de estarem ocupados (Afeganistão, Iraque, fala-se na Síria, Irão e Arábia Saudita, conversa que está mais amena porque o Império tem custos elevados) para a imposição da democracia pela força militar (e ao mesmo tempo fazer os favores estratégicos de um pequenina Nação lá do sítio).

Re: Taxa de Impostos Única II

Todos os impostos são formas de colectar receitas. É um preço que pagamos pela existência dos serviços prestados pelo Estado. O que interessa é que esse preço diminua ou se adeque à qualidade e quantidade dos serviços que presta. E esse preço é sempre uma subtracção do nosso rendimento, seja IRS, IRC, IVA ou SS. Assim, mais vale termos uma forma simples de tomar decisões.

A Taxa Única de Impostos (para o IRS, IVA, IRC e que pode abranger ainda a SS ou em alternativa esta pode simplesmente desaparecer ajustando-se a Taxa Única) permite ao sistema democrático decidir claramente sobre esse preço que pagamos. As discussões sobre os malefícios de um tipo de imposto podem ser sempre balanceadas evocando os malefícios de outro. E isso é uma discussão perdida porque as massas democráticas nunca a irão perceber e bem, porque eu provavelmente também não a vou perceber, ainda que seja todo ouvidos.

Em defesa do cimento

Bruxelas aconselha Lisboa a gastar mais nas pessoas e menos em auto-estradas

Se vamos receber esmolas de contribuintes estrangeiros, pelo menos o que vai para cimento e afins é materializado em algo corpóreo e visível, fica feito, sabe-se para que é suposto existir, o outro desaparece e nunca se percebe bem o que é feito dele nem dos seus objectivos abstractos como o "reforço da qualificação dos recursos humanos, investigação científica e inovação". Um maná para os recursos humanos públicos e afins dependentes.

Sanções

"Money illicitly siphoned from the UN oil-for-food programme by Saddam Hussein was used to finance anti-sanctions campaigns run by British politicians, according to documents that have surfaced in Baghdad. "

Se tivesse existido uma única boa causa por parte de Saddam (aparentemente a sua guerra contra o Irão era um boa causa...na altura, depois foi evocada para provar a necessidade da intervenção no Iraque, agora exista quem defenda novamente a guerra contra o Irão...enfim...), o fim das sanções seria essa. Nunca irei perceber como se pode pretender martirizar um povo que se diz desde já martirizado por um tirano e achar que isso leva a resultados positivos no futuro (no Iraque, em Cuba ou na China).

Sabemos o que a Mad Albright disse:

"CBS correspondent Lesley Stahl relied on this estimate in 1996 when she asked U.S. Ambassador to the United Nations Madeleine Albright,

We have heard that a half million children have died. I mean, that is more children than died in Hiroshima. And, you know, is the price worth it?

Albright answered,

I think this is a very hard choice, but the price, we think the price is worth it. "

Numa entrevista que passou repetidamente por todo o mundo árabe. Mesmo que os números sejam exagerados nada melhor para fomentar o ódio, não?

Para comentários fundamentados, na Future of Freedom Foundation:

Sanctions: The Cruel and Brutal War Against the Iraqi People, Part 1
by Jacob G. Hornberger

Iraqi Sanctions: Were They Worth It?
by Sheldon Richman

Iraqi Sanctions and American Intentions: Blameless Carnage? Part 1
by James Bovard

Sanctions: The Cruel and Brutal War Against the Iraqi People, Part 2
by Jacob G. Hornberger

Iraqi Sanctions and American Intentions: Blameless Carnage? Part 2
by James Bovard

Taxa de Impostos Única

A vantagem da taxa única é eliminar o jogo político de subida e descida simultânea (ou muitas vezes desfasada no tempo para mais disfarçar a sua inutilidade) entre diferentes impostos. O IRC não causa mais malefícios que o IRS ou o IVA. A carga fiscal total é que é um mal geral a combater. Com a introdução de uma taxa única podemos decidir entre uma taxa única de impostos em 20%, 19%, 15%, etc.

Quanto à taxa da segurança social, este é um imposto (sobre o rendimento) como o IRS que entra no orçamento de Estado para permitir a transferência para os reformados (embora ainda exista quem ache que de alguma forma os seus "descontos" estão a ser poupados para a sua reforma futura - publicidade enganosa?).

Em última análise a "taxa" da segurança social, sendo um verdadeiro imposto sobre o rendimento, podia desaparecer de todo, fazendo-se o ajustamento da carga fiscal na taxa única do IRS, IRC e IVA.

As obrigações actuais assumidas devem ser cumpridas e portanto faz parte de um segmento da despesa fixo. Mas as futuras podem diminuir, se as funções de redistribuição se dirigirem para os 20% mais necessitados independentemente da idade, regime de trabalho ou desemprego, pode-se eliminar progressivamente a lógica das reformas compulsivas e subsistência à custa do orçamento geral do Estado e restabelecer o princípio da responsabilidade de cuidarmos da nossa poupança de longo prazo e de em cada familía se resolverem os seus problemas.

PS: Se alguma prioridade existisse para um imposto ser eliminado, o IRS teria prioridade porque por causa deste, o Estado tudo pretende saber sobre a vida privada das pessoas, causando uma verdadeira cultura de inveja e desconfiança, quer pelo fantasma da fuga ao imposto quer por causa do que está subjacente ao imposto progressivo: penalizar a ambição.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2004

Re: Os impostos de Odete II

Agora que falei pela enésima vez sobre a Secessão, sempre digo que o mais fácil era mesmo:

- Dirigir a função de redistribuição centralizada apenas para os 20% mais necessitados, quer na prestação de serviços (saúde, ensino, etc), quer em subsídios financeiros. Deixar outras iniciativas para as autarquias.

- Estabelecer a regra da taxa única de impostos no IVA, IRS, IRC e SS (cujas alterações seriam de subida ou descida simultânea) começando nos 20%.

Podemos votar isto? É que se não for possível vou pedir a independência.

Re: Os impostos de Odete

Pois nos bons velhos tempos da monarquia, a carga fiscal não ultrapassava os 10% a 15%. Aquilo a que chamamos liberdade é um conceito bem mais amplo do que a liberdade política.

Liberdade política, hoje, é poder votar em quem dirige um sistema social que impõem por legislação o pagamento de 50% (outros pagarão mais) do rendimento e ainda todos os custos e ataques à propriedade e livre contrato que provém da regulamentação.

Liberdade individual e propriedade privada não requerem liberdade política em si, mas o acordo mútuo sobre esses direitos fundamentais.

O problema é que porque damos a capacidade de monopólio a um qualquer sistema social (democracia, autocracia, etc.) de definir o que é lei ou não, incluindo a capacidade legal de cobrar impostos (ou seja, a capacidade unilateral de impor serviços e preços sobre toda uma sociedade e não uma relação de fornecedor-cliente ou proprietário-cliente), não existe forma de controlar o seu âmbito.

Existirá em último recurso o voto com os pés. Mas isso é precisamente aquilo com que os integracionistas (ou federalistas) querem acabar, ao facilitar a “harmonização”, ao criarem-se processos de decisão colectivos cada vez mais abstractos – o alargamento das decisões democráticas em círculos geográficos cada vez mais alargados – até um dia atingir talvez a dimensão mundial.

No fim, apenas o direito de secessão política (de separação ou independência) poderá funcionar como a última defesa da liberdade individual e propriedade - o “check and balance” por natureza. E isso passa por uma região poder declarar-se independente, criando o seu circulo eleitoral próprio, e poder por exemplo decidir baixar os impostos para os níveis de 10% a 15% que já tivemos e perdemos, democraticamente.

Bagão Félix contra maior liberalização dos despedimentos

Problemas de linguagem: Não é preciso liberalizar despedimentos apenas deixar que os termos do contrato de trabalho sejam acordados entre as partes, incluindo, em que condições pode ser revogado. Também não é preciso nenhum corte com os actuais contratos, apenas que um novo regime de livre contrato seja estabalecido para os novos contratos.

RE: Depósitos Bancários e disponibilidade II

Foi uma pequena maldade esta minha posta, porque a explicação dada por LR no Mata-Mouros quanto à questão da não disponibilidade imediata de um depósito bancário está inteiramente certa, dado o sistema monetário vigente. Também é certo que:

"A melhor alternativa consistiria talvez na obrigatoriedade de os Bancos disponibilizarem informação sobre o funcionamento destes mecanismos. Mas seria ela “digerível” por toda a gente?"

Uma delas seria estar explicado que o depósito bancário é na verdade, uma operação de crédito, o que é evidente se pensarmos nos juros recebidos, em vez de um custo debitado pelas despesas de custódia do depósito.

Portanto, o meu comentário dirige-se em primeiro lugar contra um sistema que nos foi imposto pelo crescimento do grande Estado que saiu da Grande Guerra - o evento que em primeira ordem acabou com o padrão-ouro, por causa da necessidade de financiamento da guerra com notas que não tinham a correspondente cobertura a 100% por ouro - a que podemos chamar de financiamento por inflação monetária coercivamente imposta.

Este evento acabou por criar as condições para a crise de 1929 e levar ao fim definitivo de uma moeda livre - nos EUA Roosevelt declarou a posse de moedas de ouro como ilegal, estando sujeito a uma multa de 10 000 dólars ou pena de prisão até 10 anos.

Foram assim as pessoas obrigadas a aceitarem as notas ao valor facial estabelecido unilateralmente pelo legislador e adicionalmente impedidas de poderem reclamar a troca das suas notas por uma quantidade fixa de ouro.

Porque é que em todos os cursos de economia se fala do assunto com tendo sido algo de natural, tipo, uma escolha livre das pessoas, em vez do reconhecimento que apenas assim o foi e é por decreto (fiat)?

A moeda deixou de ser uma escolha livre, o sistema bancário passou a corresponder a um cartel liderado pelos Bancos Centrais no interesse dos próprios e das razões de Estado (seja a manutenção de um império ou o estabelecimento de um república social-democrata).

Rabbi Daniel Lapin sobre as reacções a The Passion

Radio talk show host, Rabbi Daniel Lapin, is president of Toward Tradition, a bridge-building organization providing a voice for all Americans who defend the Judeo-Christian values vital for our nation’s survival.

Why Mel Owes One to the Jews

"Many Christians who, with good reason, have considered themselves to be Jews' best (and perhaps, only) friends also feel bitter at Jews believing that Passion is revealing startling new information about the Crucifixion. They are incredulous at Jews thinking that exposure to the Gospels in visual form will instantly transform the most philo-Semitic gentiles of history into snarling, Jew-hating predators.

"(...) Christians are baffled by Jews who don't understand that President George Washington, who knew and revered every word of the Gospels, was still able to write that oft-quoted beautiful letter to the Touro Synagogue in Newport, offering friendship and full participation in America to the Jewish community.

One of the directors of the AJC recently warned that Passion "could undermine the sense of community between Christians and Jews that's going on in this country. We're not allowing the film to do that." No sir, it isn't the film that threatens the sense of community; it is the arrogant and intemperate response of Jewish organizations that does so.

Jewish organizations, hoping to help but failing so spectacularly, refutes all myths of Jewish intelligence. How could their plans have been so misguided and the execution so inept?

Ancient Jewish wisdom teaches that nothing confuses one's thinking more than being in the grip of the two powerful emotions, love and hate. The actions of these Jewish organizations sadly suggest that they are in the grip of a hatred for Christianity that is only harming Jews.

Today, peril threatens all Americans, both Jews and Christians. Many of the men and women in the front lines find great support in their Christian faith. It is strange that Jewish organizations, purporting to protect Jews, think that insulting allies is the preferred way to carry out that mandate.

A ferocious Rottweiler dog in your suburban home will quickly estrange your family from the neighborhood. For those of us in the Jewish community who cherish friendship with our neighbors, some Jewish organizations have become our Rottweilers. God help us."

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2004

RE: Depósitos Bancários e disponibilidade

No Mata-Mouros:

"O Francisco tem naturalmente "estrebuchado" pela impossibilidade de proceder ao levantamento de dinheiro da sua conta bancária, depois de ter feito um depósito em numerário no próprio dia e pela justificação “esfarrapada” que do Banco lhe deram. "

1. Os depósitos bancários são uma fraude em substância porque transformaram um depósito civil numa operação de crédito pelo interesse mútuo dos Bancos e do Estado (colocação da sua dívida pública via Banco Central que sustenta este sistema piramidal) em acesso a um financiamento fácil (o maior de todos é a pura fabricação de notas, base do actual sistema monetário que existe apenas por decreto). O maior exemplo da lei subvertida por legislação.

2. Perguntem-se se num contrato de depósito civil, o depositário de por exemplo, umas jóias, não pode e deve ficar furioso com o facto de não lhe devolverem.

3. Os depósitos bancários deviam corresponder a realmente depósitos, portanto, toda as pessoas têm razão em pôr em causa qualquer obstáculo ao levantamento daquilo que depositaram.

4. Se toda a gente levantar o seu depósito, é sabido, os bancos entram em falência, o que mais uma vez é uma contradição daquilo a que chamamos de depósito. E se o Banco Central intervier numa óbvia situação de "pânico irracional" dos depositantes, vai resolver o assunto fabricando mais uma quantas notas na sua fotocopiadora.

Portanto, é mesmo aconselhável a que se esteja atento a que um qualquer levantamento de um depósito tenha sido negado. O melhor é mesmo guardar umas moedas de ouro lá em casa. Está mais seguro do que nas mãos dos Bancos ou do Estado.

Autoridades vão ter acesso a informações transmitidas pela Internet

"Desta forma, vai ser possível aceder às informações transmitidas através da Internet e que "sejam úteis para a perseguição de criminosos"."

E se um dia o Estado for o criminoso que é preciso perseguir? E tendo em conta a facilidade da quebra do "Segredo de Justiça" como fica o uso dessa informação?

O maravilhoso mundo da política internacional e o Status Quo do momento

A propóstio de: Putin: guerra na Tchetchénia pretende evitar desmembramento da Rússia

"Basta olhar para a tragédia que aconteceu na Jugoslávia para tirar conclusões" sobre a resposta a dar ao separatismo, afirmou o chefe de Estado russo. A Rússia classifica as operações militares na Tchetchénia como "operações antiterroristas" e não como uma guerra. Putin afirma que o "FSB [ex-KGB], o Ministério do Interior, e outras estruturas devem continuar a trabalhar afincadamente para liquidarem estes grupos terroristas".

Saddam foi sanguinário contra o separatismo Kurdo e Shiita (ajudados pelo "evil" do Irão). Mas os turcos também não querem um Kurdistão independente contra o qual ameaçam usar a força. Já a Sérvia não podia defender-se contra o separatismo muçulmano no Kosovo ajudados pela NATO. Taiwain ameaça declarar-se independente, e neste caso, alguns acham que o mundo deve arriscar a uma guerra total com a China por causa disso. São os mesmos que sugerem apoiar o separatismo na Arábia Saudita e o apoio a grupos subversivos contra o Irão. A Irlanda ficou independente pela força mas as partes que não ficaram resolvidas são terroristas. Os ingleses foram objecto de terrorismo por parte de grupos de judeus na Palestina e estes declararam a independência, pelo qual são apoiados incondicionalmente até na sua expansão (por motivos de segurança - what else?) de território (com a excepção do General Eisenhower que obrigou à retirada do Canal de Suez). Os americanos (ingleses na sua maioria) separaram-se do Império Britânico. Os Sulistas não o puderam fazer em relação ao Norte. Os aliados acabaram com a Nação austríaca (porque quis combater o terrorismo na Sérvia) e parte da Alemã (porque apoiaram os Austríacos) na Grande Guerra. Inventaram países novos. Separaram povos que falavam a mesma língua (alemães na Polónia, os Sudetas, etc). Desenharam um Iraque multi-étnico mas o pequeno Koweit tinha de existir e ser independente. Os Kurdos ficaram esquecidos entre o Iraque, a Turquia e o Irão. O Iraque está perto de ser dividido em três ou mais. Os Chineses ficaram com o Tibete. Mas o Ingleses tiveram a Ìndia e o Tibete. E a China. Quase todos tinham pedaços do litoral da China. o Japão não podia por o pé na China (por motivos de segurança) e tivemos o Pearl Harbor. A Espanha tem separatistas. Já tiveram Cuba. Mas os EUA foram lá libertá-los e acabaram a anexar as Filipinas. E apoiaram o separatismo do Panamá que fazia parte da Columbia.

O mundo é confuso. Cada "Statuos Quo" das fronteiras e das nações arrisca-se a ser apenas um "Status Quo" que é defendido como sagrado pelos presentes mas a história encarrega-se de pôr em causa no futuro em direcção a um novo "Status Quo". Os intervencionistas arriscam-se a ficar confusos. Pacheco Pereira está confuso.