quinta-feira, 28 de abril de 2011

Fight of the Century: Keynes vs. Hayek Round Two


a estupidez da guerra à droga

Público: "As autoridades mexicanas encontraram este mês 279 cadáveres em diversas valas comuns no Norte do México, mas as buscas ainda continuam. A violência ligada ao narcotráfico já causou mais de 37 mil mortos no país desde 2006."

E é curioso, porque é um tema sobre o qual a esquerda pouco diz, ou cada vez menos. De certa forma, o combate puritano ao tabagismo pode ser um sintoma de uma tendência.

terça-feira, 26 de abril de 2011

Culpa das crises: as bolhas como resultado da manipulação da moeda e do crédito


"Hoje, entretanto, a expansão de crédito é exclusivamente uma prática governamental. A participação dos bancos e banqueiros privados na emissão de meios fiduciários é subalterna e limitada a aspectos técnicos. São os governos que comandam o funcionamento da atividade bancária; são eles que determinam as circunstâncias de todas as operações creditícias.

Enquanto os bancos privados, no mercado não obstruído, têm a sua capacidade de expandir o crédito estritamente limitada, os governos procuram expandir ao máximo o volume de créditos injetados na economia. A expansão do crédito é a principal ferramenta do governo na sua luta contra a economia de mercado. É a varinha de condão que trará a abundância de bens de capital, que diminuirá a taxa de juros ou a abolirá de uma vez por todas, que financiará o desperdício dos gastos públicos, que expropriará os capitalistas, que conseguirá promover o boom permanente e tornar prósperas todas as pessoas.

As inevitáveis consequências da teoria da expansão do crédito são mostradas pela teoria do ciclo econômico. Nem mesmo os economistas que ainda se recusam a reconhecer a correção da teoria monetária das flutuações cíclicas da atividade econômica se atrevem a pôr em dúvida as conclusões irrefutáveis dessa teoria em relação aos efeitos da expansão do crédito. Tais economistas também são obrigados a reconhecer que a alta é inteiramente condicionada pela expansão do crédito, que não pode subsistir sem que o crédito continue a se expandir e que se transforma em depressão tão logo cesse a expansão do crédito. Sua própria explicação do ciclo econômico se resume em afirmar que o que verdadeiramente produz a alta são outros fatores e não a expansão de crédito. Embora reconhecendo que não poderia haver uma alta generalizada sem que houvesse expansão do crédito, esta não seria, dizem eles, o resultado de uma política que visasse à redução da taxa de juros e o encorajamento dos investimentos adicionais para os quais faltam os necessários bens de capital. Seria algo que, sem uma interferência ativa das autoridades, surge, de uma maneira milagrosa, sempre que aqueles outros fatores entram em funcionamento.

É óbvio que esses economistas incorrem em manifesta contradição quando se opõem à ideia de eliminar as flutuações econômicas abstendo-se de expandir o crédito. Os que defendem uma ingênua visão inflacionista da história são pelo menos consistentes ao inferirem de sua doutrina — inteiramente falaciosa e contraditória, é claro — que a expansão do crédito é a panaceia econômica."

terça-feira, 19 de abril de 2011

Mises: Ação Humana - Um Tratado de Economia

via Instituto Ludwig von Mises Brasil

Tradução de Donald Stewart Jr.

Título original em inglês
HUMAN ACTION:
A TREATISE ON ECONOMICS


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PREFÁCIO À TERCEIRA EDIÇÃO
Introdução
Capítulo I. O agente homem
Capítulo II. Os problemas epistemológicos da ciência da ação humana
Capitulo III. A economia e a revolta contra a razão
Capitulo IV. Uma primeira análise da categoria ação
Capítulo V. O tempo
Capitulo VI. A incerteza
Capitulo VII. Ação no mundo
Capítulo VIII. A sociedade humana
Capitulo IX. O papel das ideias
Capitulo X. O intercâmbio na sociedade
Capítulo XI. Valoração em cálculo
Capítulo XII. O âmbito do cálculo econômico
Capítulo XIII. O cálculo econômico como um instrumento da ação
Capítulo XIV. Âmbito e metodologia da cataláxia
Capítulo XV. O mercado
Capítulo XVI. Os preços
Capítulo XVII. A troca indireta
Capítulo XVIII. A ação na passagem do tempo
Capítulo XIX. A taxa de juros
Capitulo XX. O juro, a expansão de crédito e o ciclo econômico
Capítulo XXI. Trabalho e salários
Capitulo XXII. Os fatores de produção originais de natureza não humana
Capítulo XXIII. A realidade do mercado
Capítulo XXIV. Harmonia e conflito de interesses
Capítulo XXV. A construção imaginária de uma sociedade socialista
Capítulo XXVI. A impossibilidade do cálculo econômico no sistema socialista
Capítulo XXVII. O governo e o mercado
Capitulo XXVIII. O intervencionismo via tributação
Capítulo XXIX. A restrição da produção
Capítulo XXX. A interferência na estrutura de preços
Capítulo XXXI. Manipulação da moeda e do crédito
Capitulo XXXII. Confisco e redistribuição
Capitulo XXXIII. Sindicalismo e corporativismo
Capitulo XXXIV. A economia de guerra
Capítulo XXXV. Estado provedor versus mercado
Capitulo XXXVI. A crise do intervencionismo
Capitulo XXXVII. O caráter peculiar da ciência econômica
Capítulo XXXVIII. A importância do estudo da economia
Capítulo XXXIX. A economia e os problemas essenciais da existência humana

Portugal na Balança da Europa hoje

1 - Portugal está, como há décadas não estava, no centro de um complexo tabuleiro político internacional, no qual as potências se mostram incapazes de lidar adequadamente com uma gigantesca reestruturação sistémica que se traduzirá, daqui a uns anos, num sistema internacional com uma configuração muito diferente da que tivemos desde o pós-Guerra Fria, no que à hierarquia das potências diz respeito. Por enquanto, o sistema vai-se tentando preservar, enquanto não sofre uma ruptura que nos levará provavelmente a um novo sistema.

2 - Mesmo que o não queira, Portugal é neste momento uma peça essencial no espoletar ou despoletar dessa ruptura, no que à UE diz respeito. Surgindo no horizonte a interrogação sobre a nossa viabilidade financeira enquanto estado soberano, dado o sobreendividamento do estado, famílias e empresas (sendo de salientar o estado, visto que o seu enorme e disforme peso na economia e na sociedade tem vindo a mitigar a margem de manobra para nos reinventarmos e superarmos os desafios que se nos apresentam), somos, neste momento, a pedra de toque para um de dois caminhos: um maior aprofundamento do processo de integração europeia ou a fragmentação do mesmo.

terça-feira, 12 de abril de 2011

estado de negação: Quando a inflação de preços no consumidor começa a subir, arranjar outro indicador

Bloomberg: The Bank of England should consider replacing its inflation-targeting regime with one focusing on nominal gross-domestic-product growth, U.S. economist Scott Sumner said.

Embora a inflação de preços no consumidor não seja um bom indicador (não detecta a formação de bolhas económicas induzidas por expansão quantitativa de moeda e crédito) é revelador que se proponha abandonar mesmo essa medida falível.

Semelhanças e diferenças entre duas crises (1891 e 2011)

post do Luís Aguiar Santos no L&LP (Livre & Leal Português):

[Respostas a um colaborador de um semanário sobre a crise de 1891 e a actual.]

Em seu entender qual foi o facto mais marcante em todo este período de crise financeira e de default externo [entre 1891 e 1902]?

Valendo-me de dados coligidos por Eugénia Mata e Nuno Valério [História Económica de Portugal: Uma Perspectiva Global, Lisboa: Editorial Presença, 1994, p. 247ss], diria que o facto marcante em todo o período da crise bancária e financeira de 1890-1891 até à renegociação com os credores externos em 1902 é o relativo controlo do crescimento da despesa pública (que cresce qualquer coisa como 4%, abaixo do crescimento do PIB). É isso que explica que em 1893, como mostrou recentemente Carlos Marinheiro (CESifo Working Paper n.º 1399), a dívida representasse mais de 70% do PIB e por volta de 1902 já tivesse caído para cerca de 60%. A impossibilidade de se financiar no exterior obrigou o Estado português a uma “dieta” que terá sido mais uma inevitabilidade do que uma escolha política. A pressão fiscal exercida sobre o consumo e as alfândegas (então a parte de leão da receita fiscal) ajudou a consolidação das contas públicas mas não chegou a esmagar o crescimento económico (não ocorre propriamente uma recessão, pois o PIB continua a crescer, até porque a economia era muito mais independente do investimento público e do demand management do que nos nossos dias). O Estado não tinha mecanismos fiscais para taxar o rendimento e a propriedade a um ponto que pudesse deprimir seriamente a economia. A mudança de sistema monetário, com a adopção precoce de um sistema de fiat money, não terá sido indiferente à performance da economia, mas, dada a cultura política e económica então ainda prevalecente, não foi excessivamente usada – como seria mais tarde, durante a I Guerra Mundial – para monetarizar a despesa e a dívida (daí também que os preços tivessem conservado alguma estabilidade, não sobrecarregando ainda mais os bens de consumo).

Que “lições” retiraria para a época actual em termos de risco de default parcial e de eventualidade de uma reestruturação da dívida (em 1892 houve uma redução unilateral dos juros da dívida consolidada, como o Luís refere [aqui])?

Comparativamente, a dependência do endividamento e o seu peso superam hoje o da crise de 1891 e mesmo o do pico anterior de 75% do PIB no fim da I República. Nos nossos dias o endividamento do Estado financia a subsistência de uma percentagem muito grande da população e qualquer “dieta” pública comparável à de 1892-1902 afectará directamente o rendimento de milhões de portugueses muito relutantes em apoiar medidas que os prejudiquem durante um período relativamente longo. Um default com suspensão unilateral de pagamentos a credores não é alternativa, pois a estrutura da despesa é muito mais rígida do que há 120 anos e o recurso à pressão fiscal estaria longe de acudir à parte nuclear das necessidades de financiamento (acresce que a utilização dos sofisticados mecanismos fiscais dos nossos dias para tentar compensar a diminuição do recurso ao endividamento crescente pode deprimir seriamente a economia numa escala inimaginável em 1890 – aliás, hoje já estamos em recessão e crescimento nulo crónicos, ao contrário do que aconteceu na crise anterior). Hoje, a seguir ao default continuaria a não haver recursos para acudir àquelas necessidades no médio prazo. As «lições» parecem-me ser que o ajustamento actual será socialmente muito mais doloroso e que o Estado o fará sob um regime de protectorado de instâncias externas que, apesar de tudo, esteve em condições de evitar em 1890-1902.

O Luís refere o processo “maligno” de endividamento do Estado e de inflação do crédito naquele período [até 1891]. Quer detalhar?

Trata-se de posições que bebem muito em opções de escola. À partida, o endividamento do Estado significa que este não consegue financiar-se no presente e hipoteca o futuro. Em última análise, está a contrair obrigações em nome de cidadãos não nascidos. Financiar deste modo despesas correntes e encargos com a dívida (como aconteceu no século XIX e nos nossos dias a uma escala muitíssimo maior) considero-o pernicioso, pois subtrai recursos ao investimento privado e à poupança, reduzindo as possibilidades de crescimento da economia. A inflação do crédito (ontem baseada nos sistemas de reserva fraccional e hoje no fiat money e na gestão que os bancos centrais fazem da taxa de desconto) é igualmente perniciosa, pois pretende baixar artificialmente as taxas de juro de empréstimo. Esta prática faz aparecer dinheiro onde é muito arriscado investir e dá sinais de expansão errados ao mercado, potenciando investimentos insustentáveis e necessárias crises de liquidação – mais uma vez, há desvio de recursos de outras utilizações potenciais mais eficientes. Uma e outra coisa aconteceram entre nós na segunda metade do século XIX ligadas sobretudo às próprias necessidades financeiras do Estado e aos projectos de «melhoramentos materiais» por ele patrocinados ou garantidos. Os investidores privados portugueses pareciam muito prudentes e pouco afeitos a grandes riscos e foi o Estado que desempenhou esse papel, aproveitando o dinheiro barato para se endividar e para estimular investimentos que sem as suas garantias dificilmente teriam conseguido investidores nacionais e estrangeiros. Alguns desses investimentos (para a época vultuosos), nomeadamente em infra-estruturas de transportes, eram insustentáveis pela procura privada e acabaram a necessitar da intervenção directa do Estado e do dinheiro do orçamento – nada que também não se passe hoje. Do meu ponto de vista, este não é um processo saudável ou sustentável de crescimento da economia. Por isso o considerei «maligno».

sexta-feira, 8 de abril de 2011

2º Encontro Meetup Causa Liberal: temas debatidos

Tivemos a presença de 7 pessoas e a foto ficou esquecida.

Dois pontos em discussão:

1 - definição do objectivo pretendido com as "medidas para salvar a democracia de si mesmo"

Pela minha parte: não é uma proposta de regime liberal nem um manifesto liberal para converter pessoas ao liberalismo. Trata-se de, dentro do paradigma da social-democracia de um estado-nação (e qualquer forma de sistema democrático de voto universal será sempre uma qualquer forma social-democracia, e estou pronto para defender esta afirmação) onde a lógica eleitoral e sistema de partidos permanece na sua lógica própria, introduzir as medidas que o possam tornar sustentável e não suicidiário (a social-democracia assegura sempre que a prazo os receptores e beneficiários do OE votem em conflito de interesses e a prazo na auto-liquidação do sistema), é o realismo de aceitar que é da natureza inerente ao sistema de incentivos presentes que põe em marcha essa tendência, o que pressupõe que faltam mecanismos adicionais de check-and-balance, e isso deve ser reconhecido por toda a população incluindo os próprios beneficiários. É um ética de democracia, essa coisa tão apregoada, que está em falta desenvolver, sob pena dos próprios perderem o seu tão abençoado sistema dado como muitos como um fim em si mesmo.

2- a questão descentralização e a sua concretização nas freguesias (ocupou uma parte substancial do debate):

em abstracto as formas de organização administrativas foram imposições estatistas ainda que nascidos numa envolvente história natural, mas na sua ausência podemos só tentar adivinhar o grau de auto-organização contratual que nasceriam na forma de associações de moradores e condomínios. Quando se fala de descentralização para os municípios por exemplo, o que se procura é aproximar capacidades que na verdade pertencem às populações locais (em primeira ordem dos proprietários e contribuintes) e que lhes foram retiradas (podemos recordar os forais?). Presentemente, os liberais convivem com um estado que licencia tudo centralmente, proíbe tudo centralmente e impõe em muitos aspectos, a incapacidade de de auto-organização localista. A transformação gradualista e auto-decidido de um conceito politico das freguesias para um órgão de gestão de interesses, eleito pelos contribuintes directos deve conferir a capacidade de determinar pontos de auto-determinação de normas locais. Sendo muito prático, o conjunto de questões mais prementes são as ligadas a segurança, conservação da identidade local, politica geral em pontos sensíveis como serão os casos da presença ou localização de certas actividades como os negócios nocturnos, e, por abstracto, numa situação em que a total (produção, comercialização) descriminalização das drogas e prostituição se desse, da capacidade de a nível local e independente dos outros locais, de estabelecer normas.

Porque irá um liberal opor-se que a nível local um referendo ou o próprio órgão de gestão determine que não possam existir pontos de venda de drogas leves perto de escolas ou mesmo em toda a freguesia? não se trata de criminalizar, trata-se de conferir capacidade de gestão local em pontos sensíveis; afinal de contas não se observa nenhum liberal a imolar-se pelo fogo por causa do proibicionismo das drogas pelo Estado Central, porque irá então opor-se a que 1- sejam liberalizadas 2- seja conferido a nível local a capacidade de auto-gestão?.

Afinal, deve um Estado Central Liberal usar toda sua força de estado para impor a impossibilidade de uma auto-gestão mínima ao nível comunitário porque esta pretende não propriamente criminalizar mas apenas estabelecer aquilo que ela considera, de forma consensual (referendo? decisão do órgão de gestão eleito?) afastar determinados comportamentos no seu espaço (e isso poderia incluir não querer a comercialização nem de droga nem de prostituição)? Parece-me uma contradição e nunca nesse paradigma alguma vez uma comunidade mais conservadora, como no interior, alguma vez aprovará a "liberalização" de drogas ou prostituição, porque isso significaria que o Estado passava a impor a sua presença, sem capacidade local de ser regulamentado (incluindo o seu total afastamento), em todos os locais (ex: perto das escolas?).

Todos os outros pontos ficaram por debater e para isso temos o tempo à nossa frente para o fazer.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Dylan Ratigan endorses Ron Paul 2012

As coisas, todas as coisas, estão a mudar rapidamente, e é para isso que servem as crises. I´m warning you.

terça-feira, 5 de abril de 2011

política e verdade

Em Politics and Truth, James V. Schall, S. J., na Catholic Thing, destaco:

"Truth is not the conformity of our minds to what we want. Rather it is the conformity of our minds with what is."

[faz lembrar o objectivismo, não?]

"...we cannot find out what we are or what we ought to be from a reality that we did not ourselves create."

[o exercício do livre arbítrio nas escolhas possíveis é condição necessária]

"The truth of what we are is for us to discover, to encounter, not for us to fashion what we are."

[a capacidade de inquirirmos e descobrir o que é]

"...we choose the purpose implicit in our being"

[e depois a cada momento temos de escolher conforme somos e para o que somos... na nossa subjectividade]

"... truth and politics belong to one another."

[a política em sentido abrangente não é um exercício do poder, está dentro e não fora da realidade e verdade das coisas, não existe "a" realidade cínica do poder em paralelo com a verdade dos homens, e, no meu entendimento, se o poder se mostrar incompatível com a verdade, é uma não-verdade e está destinada a desaparece,ou a nós desaparecermos]

E o meu entendimento de tudo isto é a lei natural e o direito natural (ou direitos negativos) como a base verdadeira (que tem vindo a ser descoberta cumulativamente pela reflexão, pela contribuição errática e com recuos e avanços) a partir do qual tudo se constrói ou não se constrói de todo, o meio pelo qual as nossas escolhas se tornam compatíveis com as dos outros, a cooperação social voluntária (como autonomia individual) se dá, uma ética comum se estabelece, restringe o uso da violência ao mínimo.

O texto começa com:

"In Jesus of Nazareth (II), Benedict recounts the conversation of Pilate and Jesus at His trial. “Pilate asks Him: ‘What is truth?’ (Jn. 18:38). It is the question that is also asked by modern political theory: Can politics accept truth as a structural category? Or must truth, as something unattainable, be relegated to the subjective sphere, its place taken by an attempt to build peace and justice using whatever instruments are available to power?” (191)"

(...)

“What is truth?” – Pilate’s question to Christ – is perceptive and prophetic. Truth should be the primary subject of meditation of any politician. Pilate stated that no truth could be found in the accusations against Christ. To turn around and deny truth as a general principle means that Pilate realized that he had to justify the contradiction between his own knowledge and his action. This “resolution” is usually accomplished when some “theory” is called in to allow the politician to cover his tracks

(...)

E acaba com:

The truth of what we are is for us to discover, to encounter, not for us to fashion what we are. Our end consists not in what we choose for ourselves, but in whether we choose the purpose implicit in our being. On this basis, truth and politics belong to one another."

sábado, 2 de abril de 2011

PSD continua a dar tiros nos pés

Via Agência Financeira:

"Nos planos do PSD está ainda pôr o Estado a ajudar as famílias com dificuldades no cumprimento dos seus empréstimos bancários. «Boa parte já não tem dinheiro para pagar a casa. E se os juros aumentarem, como vão aumentar, estes casos vão aumentar. Ora bem, isto não pode ficar assim. É preciso apoiar as famílias que estão a perder a sua habitação», refere ao «i».

A solução já está pensada: «Tem de se fazer uma vaquinha entre três entidades: as famílias, o Estado e os bancos. A situação de cada família tem de ser analisada, se for caso disso (se se provar que a família é viável, trabalha, está decidida, tem empenho) tem de ser apoiada. A dívida dessa família ao banco tem de ser reestruturada, tem de ser prolongada e o Estado tem de suportar uma parte dos custos. O Estado tem de assumir a sua responsabilidade pelo facto de ter colocado um certo número de famílias na insolvência pelo corte de ordenados e pelo aumento dos impostos», explica."

Portanto, agora os meus impostos e os de todos os portugueses (extraídos coercivamente, como é óbvio) também têm que servir para pagar empréstimos contraídos pelas famílias (por sua opção), com a desculpa de que o Estado cortou ordenados - aos funcionários públicos - e aumentou impostos - a todos os portugueses -, logo reduzindo o poder de compra e a capacidade dessas famílias cumprirem as suas obrigações contratuais. Sem enveredar sequer pela brutal dificuldade de cálculo do que está em causa, obviamente apenas possível com uma pesada máquina burocrática que não conseguirá responder a curto prazo a estas dificuldades, e focando-me na injustiça em causa (dando alguns breves exemplos, porque deverá uma família que vive numa casa arrendada e com um baixo nível de rendimentos pagar o empréstimo à habitação de outra? Porque deverá uma família que vive numa casa arrendada, mesmo tendo possibilidades para comprar uma, pagar a ânsia que outra teve de contrair um empréstimo à habitação? E porque deverá um empregador pagar impostos para subsidiar o empréstimo à habitação de um trabalhador? Ou porque deverão os pensionistas e reformados ver os seus rendimentos congelados, depois de uma vida de trabalho, ao mesmo tempo que vêem outros a serem subsidiados no seu desejo - legítimo, mas não a expensas do Estado, vulgo, dinheiro dos contribuintes - de serem proprietários da própria habitação?) e que tal se se concentrassem em reduzir a gordura da máquina estatal e a enorme carga fiscal (o que seria mais justo, para todos)? Ah e acabar com a estapafúrdia lei das rendas, dinamizando o mercado de arrendamento, que a preços reais seria muito mais atractivo.

Se o PSD continuar a dar tiros nos pés deste calibre, é bom que o pessoal da S. Caetano se prepare para uma surpresa desagradável.