terça-feira, 26 de junho de 2012

Em Defesa do Euro: Uma Abordagem Austríaca, por Jesús Huerta de Soto

(Contendo uma Crítica aos Erros do BCE e ao Intervencionismo de Bruxelas)

1. Introdução: o sistema monetário ideal

Os teóricos da Escola Austríaca realizaram um considerável esforço no sentido de explicar qual o sistema monetário ideal para uma economia de mercado. A nível teórico, desenvolveram toda uma teoria do ciclo, que explica como este é gerado recorrentemente pela expansão creditícia, sem um suporte de poupança real, orquestrada pelos bancos centrais através de um sistema bancário que opera com reserva fraccionária. A nível histórico, explicaram o surgimento evolutivo do dinheiro e de que forma a intervenção coerciva do Estado, incentivada por poderosos grupos de interesse, se afastou do mercado e corrompeu a evolução natural das instituições bancárias. Do ponto de vista ético, evidenciaram as exigências e princípios jurídicos do direito de propriedade relativamente aos contratos bancários, princípios que decorrem da própria economia de mercado e que, por sua vez, são imprescindíveis para o seu correcto funcionamento.

A conclusão de toda a análise teórica realizada é que o actual sistema monetário e bancário é incompatível com uma verdadeira economia de mercado, padece de todos os defeitos enunciados pelo teorema da impossibilidade do socialismo e é uma fonte permanente de instabilidade financeira e de perturbações económicas. Torna-se, pois, imprescindível uma profunda remodelação do sistema financeiro e monetário mundial, que solucione de raiz a fonte dos problemas que nos afligem e que deverá assentar nas três reformas seguintes: (a) restabelecimento da reserva mínima de tesouraria de 100 % como princípio essencial do direito de propriedade privada relativamente a todos os depósitos à vista em dinheiro e seus equivalentes; (b) abolição de todos os bancos centrais, desnecessários como prestamistas de última instância, caso seja implementada a reforma (a) atrás referida, e que enquanto verdadeiros órgãos de planificação central financeira constituem uma fonte permanente de instabilidade, devendo ser igualmente suprimidas as leis de curso forçado e o emaranhado de regulamentações administrativas em constante alteração que daí decorre; e (c) o regresso do padrão-ouro clássico, como único padrão monetário mundial capaz de proporcionar uma base monetária não manipulável por parte dos poderes públicos e de restringir e disciplinar os ímpetos inflacionários dos diferentes agentes sociais.

As prescrições atrás referidas não só permitiriam, tal como se disse, solucionar de raiz todos os problemas que nos afectam, impulsionando um desenvolvimento económico e social sustentável nunca antes visto na história, como também encerram a potencialidade de dar indicações sobre quais as reformas incrementais que vão ou não na direcção certa, ao mesmo tempo que tornam possível um juízo mais certeiro sobre as diversas alternativas de política económica do mundo real que nos rodeia. É nesta perspectiva, estritamente conjuntural e «possibilista», que se deve exclusivamente entender a análise de «apoio» relativo ao euro que, do ponto de vista da Escola Austríaca, se pretende desenvolver no presente trabalho.

(continuar a ler)

quinta-feira, 21 de junho de 2012

(Vídeo) Murray Rothbard Gives a Tribute to Ludwig von Mises

In this never-before-seen video, Rothbard gives a tribute to his mentor in Austrian economics, Ludwig von Mises, at a Libertarian Party convention in Pennsylvania in 1984. Rothbard discusses Mises's work and life, and the growing popularization of his ideas in the United States.

quinta-feira, 12 de abril de 2012

capital virtual

A propósito de um post do Ricardo Arroja sobre o recente anúncio de um aumento de capital do BES:

A irrealidade do sistema monetário e a prova de que os próprios reguladores e eu diria até os próprios banqueiros percebem mal o próprio sistema em que operam (de resto, a própria constatação das recorrentes bolhas/crises bancárias provaria isso de qualquer forma) pode ser visualizada nos aumentos de capital dos bancos onde estes oferecem incentivos para que os clientes ou outros participem no aumento de capital com o recurso ao crédito do próprio banco.

Eu já referi este assunto várias vezes. Aqui vai outra vez:

Banco anuncia aumento de capital e oferece crédito para os subscritores do capital (estas operações já tiveram lugar e foram públicas e por isso têm o conhecimento e consentimento dos reguladores)

1. Vamos ver o que se opera ao nível do balanço partindo de uma situação inicial:

Activo: 1000

Passivo: 900

Capital: 100

2. Concessão de crédito pelo Banco aos futuros subscritores de capital

Activo: 1000 + 100 = 1 100 (100 é novo crédito criado “do nada”)

Passivo: 900 +100 = 1000 (100 é dinheiro criado “do nada” e depositado na conta DO dos subscritores que solicitam o crédito)

Capital: 100

3. Realização do aumento de capital

Activo: 1000 +100 = 1 100

Passivo: 900 + (100 – 100) = 900, a conta de DOs é debitada pelo aumento de capital

Capital: 100 +100 = 200 o capital aumenta por contrapartida do débito das DO´s dos subscritores (que tinham sido creditadas pelo crédito concedido)

4. Situação Final:

Nada em termos reais se passou, dinheiro criado do nada serviu para aumentar o activo (crédito concedido) e o capital foi aumentado e para cúmulo, os rácios de solvabilidade aumentaram:

Rácio inicial = Capital / Activo = 100 / 1000 = 10%

Rácio final = 200/ 1100 = 18%


Se alguém quiser por em causa o raciocínio faça o favor. Isto não quer dizer que este efeito se passa na totalidade dos aumentos de capital em bancos, mas em parte pode. O mais relevante é a aparente falta de entendimento generalizado sobre este efeito.

sexta-feira, 30 de março de 2012

medidas para salvar a nação portuguesa e a democracia de si mesmo

(repost - entretanto medidas como os da facturação de serviços públicos e o incentivo a tribunais arbitrais estão a ser defendidas. Foi introduzida uma adenda no ponto 8 e 11).

1. Todas as medidas de racionalização, desnacionalização (ou encerramento) no sector público (empresarial, municipal, institutos, etc.) que sejam possíveis no mais breve curto espaço de tempo, em especial dos grandes deficitários. Tabela salarial para a administração e direcção de empresas do estado central e municipais que não tenham o fim de auto-sustentação empresarial puro.

2. Fim de apoios directos e indirectos discriminatórios a empresas. E fim da prossecução de supostas políticas industriais e sectoriais, dado ser evidente a incapacidade e falhanço de todas elas, passadas e presentes. Todas as entidades reguladores sectoriais devem ter como primeira missão, avaliar constantemente e contribuir para fazer desaparecer toda e qualquer barreira directa (e em especial, de muitas barreiras indirectas via regulação criada de forma escamoteada para esse efeito) à entrada de novos concorrentes.

3. Indexação automática, por fórmula a fixar (em períodos pluri-anuais, por hipótese) dos salários e outras prestações e subsídios ao equilíbrio do OE.

4. Pensões de Reforma: Aumento imediato da Idade de Reforma. Indexação automática (em períodos pluri-anuais, por hipótese) das pensões de reforma à Receita (que deve estar claramente separada da função redistribuição). Fórmula de cálculo só deve estabelecer o máximo a receber se a Receita for suficiente, mas valor específico será calculado a partir das quotas individuais do peso do total da contribuição individual passada no conjunto de todas as contribuições passadas dos beneficiários correntes, aplicada à Receita corrente.

Desta forma ficará bem claro que existe uma Receita actual com origem nuns dados Contribuintes e uma Despesa actual com um conjunto de Beneficiários. Por outro lado é assim possível implementar um esquema gradual de opting-out do sistema público de pensões de reforma cujo objectivo de longo prazo deve ser passar a constituir um rendimento mínimo de pensão de reforma e não um falso e ilusório serviço de poupança universal.

5. Taxa Única de Impostos para IRS, IVA, IRC de 20% (mas com o aumento significativo do escalão de isenção de modo a significar desagravamento de IRS para os escalões mais baixos - o que por si só assegura a manutenção de um grau de progressividade). O desagravamento que possa significar nos actuais escalões superiores poderá ser implementado de forma progressiva no tempo. O conceito de Taxa Única de Impostos (seja qual for a Taxa decidida a cada momento) deve constituir um acordo geral de regime, já que permite a simplificação e democratização da discussão pública quanto à Receita, evitando o jogo estéril de discussão de aumentos e/ou descidas entre classes de impostos.

6. Justiça: forte incentivo à livre criação e oferta de tribunais arbitrais de acesso voluntário expressamente previsto nos contratos, para o litígio no domínio civil e comercial. Que nenhuma barreira exista à criação de listas negras de pessoas incumpridoras de decisões arbitradas. Reforço das condições operacionais dos tribunais públicos que poderiam assim concentrar-se crescentemente na função penal.

7. Fim do salário mínimo (um grande responsável pela desertificação do interior e incapacidade de criação de micro-empresas, e uma medida proibicionísta que assim proíbe as pessoas de aceitarem emprego se o quiserem e julgarem necessário). Flexibilização total contratual para novos contratos, capacidade de despedimento nos actuais contratos sem termo mediante fórmula de indemnização a fixar.

8. Saúde e Educação. Implementação da facturação de todos os serviços a todos os utentes a preços que permitam a sua sustentabilidade financeira, mesmo que não sejam para serem cobrados. Desta forma cada unidade e serviço terá uma contabilidade de facturação (melhora a gestão interna e informa o utente do custo do acto que poderia receber extracto em final de cada ano), cujo pagamento pode ser efectuado pelo próprio ou o Estado em substituição (por exemplo, num esquema de ADSE para os menores rendimentos). Assim será possível passar gradualmente de um conceito de serviço universal dito "gratuito" para o da especialização de apoio aos menores rendimentos. Descentralização caso a caso, da gestão para os aglomerados municipais que entretanto se formem (ver ponto seguinte).

Adenda: este conceito deve até alargar-se na medida do possível a todo o tipo de serviços prestados pelo Estado e recebidos pelo contribuinte. Esta facturação deve ser efectuada com o número de contribuinte, e pode e deve entrar na declaração de "rendimento como rendimento não colectável recebido em espécie/serviço". Ajudaria a certas estatísticas sobre rendimento total auferido e impostos pagos.

9. Retoma do processo de criação de aglomerados municipais (Urbanos/Metropolitanos) de iniciativa dos próprios, num processo não síncrono e sim gradual de reivindicação e negociação de funções administrativas acrescidas com o estado central, como dito, por quem o entender solicitar e assim demonstrar a sua capacidade e arranjo institucional para o efeito.

10. Capacidade de veto pelas freguesias de determinado tipo de licenciamentos, como os nocturnos (exemplo: não é aceitável que bairros sejam confrontados de forma indefesa com o surgimento de actividades comerciais nocturnas) ou projectos imobiliários com impacto acima de um dado índice (ou evidência de potencial descaracterização). Quaisquer projectos de fusão ou alteração das freguesias tem de ser aprovado em referendo pelos próprios.

Despolitização das Freguesias, com a passagem a Assembleias de eleição de Orgão profissional com a participação e voto dos contribuintes do equivalente ao actual IMI (que deve passar a constituir receita directa) dessa freguesia; os contratos de arrendamento devem poder dispor da transferência desta obrigação (pagamento do IMI) e correspondente direito de voto entre proprietário e arrendatário. Esta capacidade deve ser concedida para ser reivindicada caso a caso por cada freguesia através de referendo local, não sendo assim um processo global e simultâneo nem uma imposição. A este nível local, os princípios políticos são completamente irrelevantes, e trata-se sim, de uma função de gestão corrente prática de preservação do bem comum local, como a boa preservação e manutenção, a segurança, a rentabilização e outros.

11. Introdução da circulação legal do Escudo em ouro e prata (e assim válido para a liquidação de transacções, contratos e dívidas denominados neste Escudos, onde se sujeito a imposto será liquidado na denominação respectiva), de livre emissão, mas com obrigatoriedade de garantia de pureza e peso, sem que isso signifique a saída do Euro ou qualquer alteração do actual arranjo institucional no sistema bancário nacional e europeu.

Proibição expressa da emissão de quaisquer notas ou registo de depósitos de Escudos de ouro/prata que não esteja coberto a 100% em depósito físico. A conversão entre o Escudo em ouro ou prata e qualquer moeda, incluindo o Euro é estabelecida livremente.

Adenda: independentemente do ponto acima, os Bancos devem passar a oferecer o serviço de verdadeiro depósito à ordem sem risco de crédito (deixa de ser uma operação de crédito ao Banco passando em substância a um contrato de guarda de valores homogéneos), isto na defesa dos depositantes que desejam possuir valor em moeda não remunerado sem risco de perder esse depósito ou de dilação do seu uso por algum processo de falência controlada. Assim, os depósitos à ordem actuais devem usar outra classificação distintiva que possa indicar aos depositantes que estão a fazer uma operação de crédito com risco.

12. A prossecução de formas confederais de cooperação entre todos os países de língua portuguesa deve constituir um objectivo primário da política externa portuguesa. A circulação do Escudo tal como atrás definido e a sua convivência com as actuais moedas nacionais, deve ser defendido.

13. Criação de Câmara especial de aprovação do OE, com assento proporcional eleito por cidadãos que não tenham conflito de interesses directo como Receptores do OE como por exemplo funcionários públicos e similares, receptores de subsídios ou pensões públicas acima de um dado valor a fixar, ou em actividades ainda que privadas dependam em mais de 50% da sua facturação do OE ou recebam apoios do OE acima de um dado montante. Esta será uma peça acrescida no sistema de check-and-balances.

Esta medida só pode ser implementada pela consciência colectiva de que a democracia no que respeita ao orçamento, confere capacidade de poder influenciar o seu próprio interesse imediato, a beneficiários monetários directos, indicando-se ao mesmo tempo quais os outros que têm de o financiar. A priori, ninguém poderá negar a existência de um conflito de interesses com tendência suicidiária, bem expresso nas crises orçamentais um pouco por todo o lado.

Mas os receptores, nem devem ser demonizados como se fossem a origem dos problemas e pelo contrário têm de ser dignificados, mas devem também reconhecer eles próprios (ou antes, nós próprios), que no interesse da estabilidade de longo prazo, esta questão deve assim ser resolvida. A capacidade de voto para esta Câmara especial, seria assim suspensa ou reactivada tantas vezes quanto determinadas condições estejam presentes ou deixem de estar.

14. Quanto ao restante processo legislativo e funções extra-OE permaneceria na AR (voto universal), com a implementação de círculos uninominais (e obrigatoriedade de serviço local pelo deputado respectivo) e um círculo nacional.

15. Fim da proibição de referendo de proposta de restauração de uma Monarquia constitucional.

Procura-se aqui, salvar a democracia de si mesmo. Aceita-se a discussão geral, proposta de alteração, especificação concreta, adição de pontos, etc.

sexta-feira, 23 de março de 2012

Mais um encontro da Causa Liberal

Realiza-se na próxima quarta-feira, dia 28 de Março, mais um encontro da Causa Liberal. Participa!

terça-feira, 20 de março de 2012

Facturação dos serviços públicos

Uma proposta feita aqui há uns meses atrás.

"JSD propõe também que os cidadãos recebam uma fatura quando utilizam um serviço público com o custo real dessa utilização. Além disso, sugere que cada contribuinte ao pagar o IRS fique a saber o valor total dos descontos que fez e dos encargos que o Estado teve com ele."
Diário Digital / Lusa

terça-feira, 13 de março de 2012

Pela defesa dos depósitos bancários como verdadeiros depósitos



Pela defesa dos depósitos bancários como verdadeiros depósitos à guarda sem risco em vez de um operação de crédito com risco aos bancos.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

AnCap becoming mainstream

How much government do we really need? A former Federal Reserve economist gives a surprising answer: None!

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Pensões de Reforma, RIP

Por este gráfico que apresenta a evolução esperada do número de trabalhadores por reformado nos EUA (e Portugal? E Europa?) podemos observar a inevitabilidade das pensões de reformas terem forçosamente de diminuir. E quanto mais tempo demorarem a diminuir já, mais serão prejudicados os reformados futuros.

Em boa verdade, a fórmula mais racional de assumir esta realidade será distribuir a receita (um imposto, para todos os efeitos) pelo peso da contribuição passada de cada reformado no total das contribuições passadas de todos os reformados presentes a cada momento (pode e deve ser inserido um valor máximo, tal como um mínimo pode ser introduzido). Podemos baptizar como o "método proporcional de défice nulo".

Assim, nem existirão défices no sistema de pensões de reforma compulsória como as pessoas saberão que a sua pensão de reforma dependerá do total da contribuição da população activa e cujo valor concreto a receber em cada orçamento anual dependerá também do peso relativo da sua contribuição passada (no todo das contribuições passadas dos actuais reformados). The truth will set you free.
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terça-feira, 3 de janeiro de 2012

100 years since Mises’s The Theory of Money and Credit

(via The Cobden Centre)

Dear Reader,

It has been 100 years since the publication of Ludvig von Mises’s The Theory of Money and Credit. I post here the 1934 preface written by Mises that is sadly so relevant to the events of today. If you haven’t yet found time to read this masterwork, I hope this excerpt piques your interest. It is a foundational text of economics, particularly of the branch that has become known as the Austrian School.

Please take note: Mises just thought he was expounding economic orthodoxy very much as a mainstream economist – oh how the profession has regressed in these last 100 years!

PREFACE TO THE ENGLISH EDITION

The outward guise assumed by the questions with which banking and currency policy is concerned changes from month to month and from year to year. Amid this flux, the theoretical apparatus which enables us to deal with these questions remains unaltered. In fact, the value of economics lies in its enabling us to recognize the true significance of problems, divested of their accidental trimmings. No very deep knowledge of economics is usually needed for grasping the immediate effects of a measure; but the task of economics is to foretell the remoter effects, and so to allow us to avoid such acts as attempt to remedy a present ill by sowing the seeds of a much greater ill for the future.

Ten years have elapsed since the second German edition of the present book was published. During this period the external appearance of the currency and banking problems of the world has completely altered. But closer examination reveals that the same fundamental issues are being contested now as then. Then, England was on the way to raising the gold-value of the pound once more to its pre-war level. It was overlooked that prices and wages had adapted themselves to the lower value and that the reestablishment of the pound at the prewar parity was bound to lead to a fall in prices which would make the position of the entrepreneur more difficult and so increase the disproportion between actual wages and the wages that would have been paid in a free market. Of course, there were some reasons for attempting to reestablish the old parity, even despite the indubitable drawbacks of such a proceeding. The decision should have been made after due consideration of the pros and cons of such a policy. The fact that the step was taken without the public having been sufficiently informed beforehand of its inevitable drawbacks, extraordinarily strengthened the opposition to the gold standard. And yet the evils that were complained of were not due to the resumption of the gold standard, as such, but solely to the gold value of the pound having been stabilized at a higher level than corresponded to the level of prices and wages in the United Kingdom.

From 1926 to 1929 the attention of the world was chiefly focused upon the question of American prosperity. As in all previous booms brought about by expansion of credit, it was then believed that the prosperity would last forever, and the warnings of the economists were disregarded. The turn of the tide in 1929 and the subsequent severe economic crisis were not a surprise for economists; they had foreseen them, even if they had not been able to predict the exact date of their occurrence.

The remarkable thing in the present situation is not the fact that we have just passed through a period of credit expansion that has been followed by a period of depression, but the way in which governments have been and are reacting to these circumstances. The universal endeavor has been made, in the midst of the general fall of prices, to ward off the fall in money wages, and to employ public resources on the one hand to bolster up undertakings that would otherwise have succumbed to the crisis, and on the other hand to give an artificial stimulus to economic life by public works schemes. This has had the consequence of eliminating just those forces which in previous times of depression have eventually effected the adjustment of prices and wages to the existing circumstances and so paved the way for recovery. The unwelcome truth has been ignored that stabilization of wages must mean increasing unemployment and the perpetuation of the disproportion between prices and costs and between outputs and sales which is the symptom of a crisis.

This attitude was dictated by purely political considerations. Gov ernments did not want to cause unrest among the masses of their wage-earning subjects. They did not dare to oppose the doctrine that regards high wages as the most important economic ideal and believes that trade-union policy and government intervention can maintain the level of wages during a period of falling prices. And governments have therefore done everything to lessen or remove entirely the pressure exerted by circumstances upon the level of wages. In order to prevent the underbidding of trade-union wages, they have given unemployment benefits to the growing masses of those out of work and they have prevented the central banks from raising the rate of interest and restricting credit and so giving free play to the purging process of the crisis.

When governments do not feel strong enough to procure by taxation or borrowing the resources to meet what they regard as irreducible expenditure, or, alternatively, so to restrict their expenditure that they are able to make do with the revenue that they have, recourse on their part to the issue of inconvertible notes and a consequent fall in the value of money are something that has occurred more than once in European and American history. But the motive for recent experiments in depreciation has been by no means fiscal. The gold content of the monetary unit has been reduced in order to maintain the domestic wage level and price level, and in order to secure advantages for home industry against its competitors in international trade. Demands for such action are no new thing either in Europe or in America. But in all previous cases, with a few significant exceptions, those who have made these demands have not had the power to secure their fulfillment. In this case, however, Great Britain began by abandoning the old gold content of the pound. Instead of preserving its gold value by employing the customary and never-failing remedy of raising the bank rate, the government and parliament of the United Kingdom, with bank rate at four and one-half percent, preferred to stop the redemption of notes at the old legal parity and so to cause a considerable fall in the value of sterling. The object was to prevent a further fall of prices in England and above all, apparently, to avoid a situation in which reductions of wages would be necessary.

The example of Great Britain was followed by other countries, notably by the United States. President Roosevelt reduced the gold content of the dollar because he wished to prevent a fall in wages and to restore the price level of the prosperous period between 1926 and 1929.

In central Europe, the first country to follow Great Britain’s example was the Republic of Czechoslovakia. In the years immediately after the war, Czechoslovakia, for reasons of prestige, had heedlessly followed a policy which aimed at raising the value of the krone, and she did not come to a halt until she was forced to recognize that increasing the value of her currency meant hindering the exportation of her products, facilitating the importation of foreign products, and seriously imperiling the solvency of all those enterprises that had procured a more or less considerable portion of their working capital by way of bank credit. During the first few weeks of the present year, however, the gold parity of the krone was reduced in order to lighten the burden of the debtor enterprises, and in order to prevent a fall of wages and prices and so to encourage exportation and restrict importation. Today, in every country in the world, no question is so eagerly debated as that of whether the purchasing power of the monetary unit shall be maintained or reduced.

It is true that the universal assertion is that all that is wanted is the reduction of purchasing power to its previous level, or even the prevention of a rise above its present level. But if this is all that is wanted, it is very difficult to see why the 1926-29 level should always be aimed at, and not, say, that of 1913.

If it should be thought that index numbers offer us an instrument for providing currency policy with a solid foundation and making it independent of the changing economic programs of governments and political parties, perhaps I may be permitted to refer to what I have said in the present work on the impossibility of singling out any particular method of calculating index numbers as the sole scientifically correct one and calling all the others scientifically wrong. There are many ways of calculating purchasing power by means of index numbers, and every single one of them is right, from certain tenable points of view; but every single one of them is also wrong, from just as many equally tenable points of view. Since each method of calculation will yield results that are different from those of every other method, and since each result, if it is made the basis of prac tical measures, will further certain interests and injure others, it is obvious that each group of persons will declare for those methods that will best serve its own interests. At the very moment when the manipulation of purchasing power is declared to be a legitimate concern of currency policy, the question of the level at which this purchasing power is to be fixed will attain the highest political significance. Under the gold standard, the determination of the value of money is dependent upon the profitability of gold production. To some, this may appear a disadvantage; and it is certain that it introduces an incalculable factor into economic activity. Nevertheless, it does not lay the prices of commodities open to violent and sudden changes from the monetary side. The biggest variations in the value of money that we have experienced during the last century have originated not in the circumstances of gold production, but in the policies of governments and banks-of-issue. Dependence of the value of money on the production of gold does at least mean its independence of the politics of the hour The dissociation of the currencies from a definitive and unchangeable gold parity has made the value of money a plaything of politics. Today we see considerations of the value of money driving all other considerations into the background in both domestic and international economic policy. We are not very far now from a state of affairs in which “economic policy” is primarily understood to mean the question of influencing the purchasing power of money. Are we to maintain the present gold content of the currency unit, or are we to go over to a lower gold content? That is the question that forms the principal issue nowadays in the economic policies of all European and American countries. Perhaps we are already in the midst of a race to reduce the gold content of the currency unit with the object of obtaining transitory advantages (which, moreover, are based on self-deception) in the commercial war which the nations of the civilized world have been waging for decades with increasing acrimony, and with disastrous effects upon the welfare of their subjects.

It is an unsatisfactory designation of this state of affairs to call it an emancipation from gold. None of the countries that have “abandoned the gold standard” during the last few years has been able to affect the significance of gold as a medium of exchange either at home or in the world at large. What has occurred has not been a departure from gold, but a departure from the old legal gold parity of the currency unit and, above all, a reduction of the burden of the debtor at the cost of the creditor, even though the principal aim of the measures may have been to secure the greatest possible stability of nominal wages, and sometimes of prices also.

Besides the countries that have debased the gold value of their currencies for the reasons described, there is another group of countries that refuse to acknowledge the depreciation of their money in terms of gold that has followed upon an excessive expansion of the domestic note circulation, and maintain the fiction that their currency units still possess their legal gold value, or at least a gold value in excess of its real level. In order to support this fiction they have issued foreign-exchange regulations which usually require exporters to sell foreign exchange at its legal gold value, that is, at a considerable loss. The fact that the amount of foreign money that is sold to the central banks in such circumstances is greatly diminished can hardly require further elucidation. In this way a “shortage of foreign exchange” (‘Devisennot’) arises in these countries. Foreign exchange is in fact unobtainable at the prescribed price, and the central bank is debarred from recourse to the illicit market in which foreign exchange is dealt in at its proper price because it refuses to pay this price. This “shortage” is then made the excuse for talk about transfer difficulties and for prohibitions of interest and amortization payments to foreign countries. And this has practically brought international credit to a standstill. Interest and amortization are paid on old debts either very unsatisfactorily or not at all, and, as might be expected, new international credit transactions hardly continue to be a subject of serious consideration. We are no longer far removed from a situation in which it will be impossible to lend money abroad because the principle has gradually become accepted that any government is justified in forbidding debt payments to foreign countries at any time on grounds of “foreign-exchange policy.” The real meaning of this foreign-exchange policy is exhaustively discussed in the present book. Here let it merely be pointed out that this policy has much more seriously injured international economic relations during the last three years than protectionism did during the whole of the preceding fifty or sixty years, the measures that were taken during the world war included. This throttling of international credit can hardly be remedied otherwise than by setting aside the principle that it lies within the discretion of every government, by invoking the shortage of foreign exchange that has been caused by its own actions, to stop paying interest to foreign countries and also to prohibit interest and amortization payments on the part of its subjects. The only way in which this can be achieved will be by removing international credit transactions from the influence of national legislatures and creating a special international code for it, guaranteed and really enforced by the League of Nations. Unless these conditions are created, the granting of new international credit will hardly be possible. Since all nations have an equal interest in the restoration of international credit, it may probably be expected that attempts will be made in this direction during the next few years, provided that Europe does not sink any lower through war and revolution. But the monetary system that will constitute the foundation of such future agreements must necessarily be one that is based upon gold. Gold is not an ideal basis for a monetary system. Like all human creations, the gold standard is not free from shortcomings; but in the existing circumstances there is no other way of emancipating the monetary system from the changing influences of party politics and government interference, either in the present or, so far as can be foreseen, in the future. And no monetary system that is not free from these influences will be able to form the basis of credit transactions. Those who blame the gold standard should not forget that it was the gold standard that enabled the civilization of the nineteenth century to spread beyond the old capitalistic countries of Western Europe, and made the wealth of these countries available for the development of the rest of the world. The savings of the few advanced capitalistic countries of a small part of Europe have called into being the modern productive equipment of the whole world. If the debtor countries refuse to pay their existing debts, they certainly ameliorate their immediate situation. But it is very questionable whether they do not at the same time greatly damage their future prospects. It consequently seems misleading in discussions of the currency question to talk of an opposition between the interests of creditor and debtor nations, of those which are well supplied with capital and those which are ill supplied. It is the interests of the poorer countries, who are dependent upon the importation of foreign capital for developing their productive resources, that make the throttling of international credit seem so extremely dangerous.

The dislocation of the monetary and credit system that is nowadays going on everywhere is not due—the fact cannot be repeated too often—to any inadequacy of the gold standard. The thing for which the monetary system of our time is chiefly blamed, the fall in prices during the last five years, is not the fault of the gold standard, but the inevitable and ineluctable consequence of the expansion of credit, which was bound to lead eventually to a collapse. And the thing which is chiefly advocated as a remedy is nothing but another expansion of credit, such as certainly might lead to a transitory boom, but would be bound to end in a correspondingly severer crisis.

The difficulties of the monetary and credit system are only a part of the great economic difficulties under which the world is at present suffering. It is not only the monetary and credit system that is out of gear, but the whole economic system. For years past, the economic policy of all countries has been in conflict with the principles on which the nineteenth century built up the welfare of the nations. International division of labor is now regarded as an evil, and there is a demand for a return to the autarky of remote antiquity. Every importation of foreign goods is heralded as a misfortune, to be averted at all costs. With prodigious ardour, mighty political parties proclaim the gospel that peace on earth is undesirable and that war alone means progress. They do not content themselves with describing war as a reasonable form of international intercourse, but recommend the employment of force of arms for the suppression of opponents even in the solution of questions of domestic politics. Whereas liberal economic policy took pains to avoid putting obstacles in the way of developments that allotted every branch of production to the locality in which it secured the greatest productivity to labor, nowadays the endeavor to establish enterprises in places where the conditions of production are unfavorable is regarded as a patriotic action that deserves government support. To demand of the monetary and credit system that it should do away with the consequences of such perverse economic policy, is to demand something that is a little unfair.

All proposals that aim to do away with the consequences of perverse economic and financial policy, merely by reforming the monetary and banking system, are fundamentally misconceived. Money is nothing but a medium of exchange and it completely fulfills its function when the exchange of goods and services is carried on more easily with its help than would be possible by means of barter. Attempts to carry out economic reforms from the monetary side can never amount to anything but an artificial stimulation of economic activity by an expansion of the circulation, and this, as must constantly be emphasized, must necessarily lead to crisis and depression. Recurring economic crises are nothing but the consequence of attempts, despite all the teachings of experience and all the warnings of the economists, to stimulate economic activity by means of additional credit.

This point of view is sometimes called the “orthodox” because it is related to the doctrines of the Classical economists who are Great Britain’s imperishable glory; and it is contrasted with the “modern” point of view which is expressed in doctrines that correspond to the ideas of the Mercantilists of the sixteenth and seventeenth centuries. I cannot believe that there is really anything to be ashamed of in orthodoxy. The important thing is not whether a doctrine is orthodox or the latest fashion, but whether it is true or false. And although the conclusion to which my investigations lead, that expansion of credit cannot form a substitute for capital, may well be a conclusion that some may find uncomfortable, yet I do not believe that any logical disproof of it can be brought forward.

LUDWIG VON MISES
Vienna
June 1934

Africa for Ron Paul 2012