'O Caminho para a Servidão' ('The Road to Serfdom') foi o livro que primeiro o tornou conhecido do grande público. Publicado em 1944 em Inglaterra e nos EUA, teve um êxito imediato. Novas edições têm sido publicadas regularmente e foi traduzido em quase todas as línguas. Em Portugal, a primeira edição foi de 1977, na editora Teorema, por iniciativa do saudoso Orlando Vitorino. Uma nova edição está a ser preparada para este ano pelas Edições 70/Almedina.
(...)
Contrariamente à visão corrente sobre o chamado capitalismo - quer entre os seus críticos quer entre alguns dos seus defensores - Hayek não via as economias de mercado como moralmente neutras ou como fundadas no egoísmo. Ele acreditava que as economias de mercado estavam associadas a uma mundovisão cujas origens remontam às raízes da civilização ocidental, à cultura clássica de Atenas e Roma, bem como à tradição judaico-cristã.
A sua grande preocupação em 1944 era o abandono dessas tradições em nome de ideologias colectivistas que praticavam o culto de imaginárias leis deterministas do desenvolvimento histórico e das chamadas "éticas científicas". Hayek mostrou com evidência incontornável que essa ideologia revolucionária e ateia estava igualmente na base do comunismo, do nacional-socialismo e do fascismo.
Ao defender o retorno aos princípios liberais e democráticos do governo limitado, comércio livre e livre empreendimento, Hayek bateu-se também pela redescoberta das chamadas "virtudes burguesas" que tinham estado na base da Inglaterra liberal: "a independência, a iniciativa individual, a responsabilidade, o respeito pelos costumes e as tradições, a saudável desconfiança em relação ao poder e à autoridade".
segunda-feira, 7 de julho de 2008
Recordar 'O Caminho para a Servidão"
Hayek no Estoril. Por João Carlos Espada.
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