quarta-feira, 30 de novembro de 2011

O Keynesianismo e a Crise

Intervenção na 1ª Conferência do Liberalismo Clássico, Novembro, 2011


1. Citações de Keynes (Teoria Geral do Emprego, Juro e Moeda)

a) Introdução à edição Alemã, 1938

“Contudo, a teoria do output como um todo, que é o que este livro se propõe a fornecer, é muito mais facilmente adaptado às condições de um Estado totalitário que (…) sob condições de livre concorrência e uma grande medida de laisser-faire”.

b) Sobre o consumo

“o remédio estaria em diferentes medidas concebidas para aumentar a propensão para consumir pela redistribuição dos rendimentos ou de outra forma”,

Comentário: Isto porque os menores rendimentos aplicarão uma proporção maior do seu rendimento em consumo.

“…no estado normal das modernas comunidades industriais, o consumo limita a produção e não a produção o consumo,”

Comentário: todo o discurso corrente sobre aversão a austeridade e recomendação de estímulos fica assim compreendido.

c) Como a poupança será maligna e não significa necessariamente investimento

“… os homens estão dispostos, como regra e em média, a aumentar o seu consumo à medida que o seu rendimento sobe, mas não tanto quanto o aumento do seu rendimento”.

Comentário: O que parece uma característica fundamental das sociedades desenvolvidas é aqui diagnosticado como um problema.

Existe “…a crónica tendência ao longo da história humana para a propensão para a poupança ser mais forte do que o incentivo para investir”

“O pensamento contemporâneo, está ainda profundamente impregnado na noção de que se as pessoas não gastarem a sua moeda de uma forma elas irão gastá-lo de outra”

d) Investimento e capital

Como afinal o investimento é igual à poupança (I=S):

“A noção de que a criação de crédito pelo sistema bancário permite que investimento tenha lugar a que não corresponde ‘nenhuma poupança genuína” isto é, “a ideia que poupança e investimento … podem diferir um do outro, será explicada, penso que, por uma ilusão de óptica”

Como o capital não é escasso

“Não há motivos intrínsecos para a escassez de capital…”

É “relativamente fácil fazer os bens de capital tão abundantes que a eficiência marginal do capital seja zero (e) isso pode ser a forma mais sensata de gradualmente, nos livrarmos de muitas características questionáveis do capitalismo”.

“Estou impressionado com as grandes vantagens sociais em aumentar o stock de capital até que este cesse de ser escasso”,

Comentário: Ora, se o capital não é verdadeiramente escasso faz perfeito sentido que culpe os capitalistas dessa escassez.

“o elemento…menos facilmente alterável, na nossa economia,,,[alterar] a taxa de juro mínima aceitável para a generalidade dos donos de riqueza” através “da eutanásia do rentier e, consequentemente, a eutanásia do poder opressivo cumulativo do capitalismo em explorar o valor de escassez de capital”

“o dever de determinar o volume corrente de investimento não pode com segurança ser deixado nas mãos de privados”

e) A mão invisível do macroeconomista omnisciente

“Existe espaço, por conseguinte, para ambas as políticas, operarem em conjunto: para promover o investimento e, ao mesmo tempo, promover o consumo…”

“Uma comunidade adequadamente gerida equipada com recursos técnicos modernos… deverá ser capaz de reduzir a eficiência marginal do capital em equilíbrio aproximadamente para zero no prazo de uma única geração”

“uma razoável socialização abrangente do investimento provar-se-á como o único meio”

“O Estado, que está em posição de calcular a eficiência marginal dos bens de capital numa visão de longo prazo na base do benefício social geral [terá de assumir] uma responsabilidade cada vez maior na organização directa do investimento”


2. Murray N. Rothbard sobre “A Economia Politica em Keynes” (tradução)

“A Teoria Geral de Keynes estabeleceu uma sociologia político-económica única, dividindo a população de cada país em 4 classes económicas rigidamente separadas, cada uma com as suas próprias leis comportamentais e características, e cada uma carregando a sua própria avaliação moral implícita.

Primeiro, existe a massa de consumidores: mudos, robóticos, com o seu comportamento fixo e totalmente determinado por forças externas. Na tese de Keynes, a principal força é uma rígida proporção do seu rendimento total, ou seja, a sua "função de consumo" determinada.

Em segundo lugar, existe um subconjunto de consumidores, um eterno problema para a humanidade: os sofríveis burgueses aforradores, aqueles que praticam as sólidas virtudes puritanas de poupança e visão de longo prazo, esses a quem Keynes, o candidato à aristocracia, desprezaria toda a sua vida. Todos os economistas anteriores, incluindo certamente os antecessores de Keynes, Smith, Ricardo e Marshall, tinham saudado os aforradores parcimoniosos como construindo capital de longo prazo e, portanto, como responsáveis por enormes melhorias a longo prazo no padrão de vida dos consumidores. Mas Keynes, num feito de predestinação, cortou a evidente ligação entre poupança e investimento, e em vez disso, alegando que os dois não estão relacionados.

De facto, escreveu, as poupanças são um peso no sistema; elas "escapam" do fluxo de despesa, causando assim recessão e desemprego. Daí que Keynes, como Mandeville no início do século XVIII, ao ser capaz de condenar a poupança e a parcimónia; finalmente tinha conseguido a sua vingança sobre a burguesia.

Também ao separar os rendimentos de juro do preço do tempo ou da economia real e fazendo-o apenas um fenómeno monetário, Keynes foi capaz de defender, como eixo base do seu programa político, a "eutanásia [da classe] do rentier": ou seja, o Estado ao expandir a quantidade de moeda o suficiente de modo a reduzir a taxa de juro a zero, para assim, finalmente, aniquilar os odiados credores. Deve ser notado que Keynes não quis aniquilar o investimento: pelo contrário, ele insistiu que a poupança e o investimento são fenómenos distintos. Assim, ele pôde defender a diminuição da taxa de juro para zero como um meio de maximizar o investimento minimizando (se não erradicando) a poupança. (…)

Em seguida, Keynes vai atrás da terceira classe económica, com quem ele estava um pouco mais bem-disposto: os investidores. Em contraste com os consumidores passivos e robóticos, os investidores não estão determinados por uma função matemática externa. Pelo contrário, eles transbordam de livre arbítrio e dinamismo activo. Eles também não são um mal na máquina económica, como são os aforradores. Eles são importantes contribuintes para o bem-estar de todos.

Mas eis que surge uma dificuldade. Embora dinâmicos e cheios de livre arbítrio, os investidores são criaturas irregulares com os seus próprios caprichos e humor. Eles são, em suma, produtivos, mas irracionais. Eles são orientados por humores psicológicos e "espírito animal". Quando os investidores estão a sentir-se confiantes e o seu espírito animal está em cima, investem fortemente, mas demasiado; demasiado optimistas, eles despendem demais e trazem a inflação. Mas Keynes, especialmente na Teoria Geral, não estava realmente interessado na inflação; ele estava preocupado com o desemprego e a recessão, causado, na sua opinião visivelmente superficial, pelo humor pessimista, perda de espírito animal e, daí, o sub-investimento.

O sistema capitalista está, assim de acordo, num estado de inerente macro instabilidade. Talvez a economia de mercado funcione suficientemente bem no nível micro da oferta e procura. Mas no mundo macro, está a navegar sem leme; não há nenhum mecanismo interno para manter a despesa agregada nem muito baixa nem muito alta, daí a recessão e desemprego ou inflação. (…)

Para desenvolver uma saída, Keynes apresentou uma quarta classe da sociedade. Ao contrário dos consumidores robóticos e ignorantes, este grupo é descrito como cheio de livre arbítrio, activismo e conhecimento de assuntos económicos. E ao contrário dos desafortunados investidores, não são tipos irracionais, sujeitos às oscilações de humor e espírito animal; pelo contrário, eles são supremamente racionais e conhecedores, capazes de planear o melhor para a sociedade no presente, bem como quanto ao futuro.

Essa classe, este deus ex machina externa ao mercado, é obviamente o aparelho de Estado, como liderado pela sua elite governante natural e guiados pela versão moderna, científica, de platónicos reis filósofos. Em suma, os líderes governamentais, guiados sabiamente e com firmeza por economistas Keynesianos e cientistas sociais (naturalmente, liderados por ele próprio, o grande homem), iriam salvar o dia.”


3. Um ponto fulcral: Poupança e Investimento

Keynes afirma que S (poupança) não é igual a I (investimento) [e sem o dizer claramente isso só pode significar aumento de posse de moeda (“hoarding”)],

mas,

Para justificar que quando o banco concede crédito por criação de moeda ao simplesmente creditar a conta à ordem do devedor, já justifica que Investimento (à custa de tal moeda criada) “só” pode ser igual a poupança;

e

assim, pelo menos implicitamente, a posse de moeda é vista como um mal económico e por isso mesmo interpreta a taxa de juro como o prémio para as pessoas se “afastarem da liquidez”, taxa de juro esta que deixada livremente ao mercado é sempre demasiado alta e um sinal que os capitalistas conspiram para fazer o capital escasso, recebendo uma renda artificial e injustificada. Ou seja, por um lado o pequeno aforrador tem vistas curtas e é acusado de puritano conservando a sua poupança sem perceber que isso o prejudica, e por outro os capitalistas fazem tudo por deixar o capital escasso. Daí ser um dever manipular a taxa de juro em baixa que só pode ser conseguida pela expansão de moeda. O investimento é incentivado, a poupança desincentivada.

O melhor de todos os mundos.

E como?

- acabando com o padrão-ouro (contribuiu para isso) e tornando a moeda monopólio do estado podendo agora ser emitida a custo marginal zero.

- o crédito passa então a desconectar-se da poupança e passa a assumir uma existência autónoma para ser gerida e determinada exogenamente, quer para os Bancos Centrais poderem comprar e financiar indirectamente a Dívida Pública, ou seja, monetizando os défices orçamentais, quer para a Banca Comercial providenciar “capital” à economia privada sem estar dependente do aforrador.


4. O Keynesianismo em poucas palavras

Prova central de todo o Keynesianismo: aprender desde cedo a varrer os clássicos como irrelevantes via (suposta) crítica ao pensamento de Say providenciada por Keynes logo na parte inicial do seu livro.

Mas Say nunca escreveu “Supply creates its own Demand”,ou seja “a oferta cria a sua própria procura”, mas sim expressou-se no sentido lógico e irrefutável que a produção de um produto constituirá sempre a fonte de procura de outro produto dado que tudo se produz para trocar por outros bens.

O Keynesianismo, conscientemente ou inconscientemente estabelece na verdade o inverso:

A procura cria a sua própria oferta

O investimento cria a sua própria poupança

A despesa cria o seu próprio rendimento


5. A perspectiva da “escola austríaca” da economia:

a) Investimento:

Todo o investimento sustentável necessita de recursos que estejam disponíveis e que sejam retirados de outros usos para suportar todo o período que se mantém deficitário,

Imaginemos que nenhum capital inicial é necessário para um dado investimento e que tudo são salários. Mais: que a única necessidade a ser satisfeita é alimentação. Esta terá de ser produzida por terceiros em excesso para suportar a existência de mão-de-obra que deixou de produzir alimentação para si própria.

Pensar em Crusoé a quem Sexta-Feira pede de empréstimo o correspondente a um mês de alimentação (ex: peixe – pescados à mão), para poder dedicar-se à construção de um barco e linhas de pesca com o fim de aumentar a produtividade.

Agora pensar em termos monetários, ainda que o Investimento possa ser efectuado unicamente com rendas (como leasing) e salários, vai existir um período de tesouraria negativa, e enquanto assim for, terá de existir poupança monetária prévia que satisfaça estas saídas e que possa corresponder a recursos reais existentes para sustentar esse período de prejuízos.

b) A taxa de juro

A taxa de juro é um fenómeno real e não monetário como Keynes reclama. As pessoas descontam os bens futuros conforme valorizam o tempo de indisponibilidade desse bem. Mesmo sem moeda, este desconto (taxa de juro natural) existe. Mas a moeda, como bem de troca, facilita estra troca entre bens presentes e bens futuros. Abdica-se de consumo hoje para maior consumo amanhã. A maior ou menor exigência de juro reflecte a preferência temporal das pessoas (uma valorização subjectiva).

Uma das características psicológicas que distingue as crianças de adultos é a sua alta preferência temporal pelo presente (e assim um alto desconto na sua valorização de bens futuros). Para abdicar voluntariamente da fruição de algo já, tem de se propor em troca uma elevada valorização dessa fruição no futuro porque de contrário preferirá a fruição imediata. Isto constitui a taxa de juro.

Em sociedade, quanto maior esta preferência temporal menor a tendência para o investimento e maior para o consumo, mas menor investimento menor ritmo de crescimento económico.

Nota: Os neoclássicos (simplificando) têm uma outra visão sobre a taxa de juro – corresponde à produtividade do capital, e modelizam curvas de ofertas (poupança) e procura de crédito (produtividade). Mas os austríacos respondem que a produtividade reflecte-se nos preços e não na taxa de juro. Se um dado processo produtivo, descoberta de novas tecnologias permitem um salto de produtividade, é o preço dos bens de capital que vão reflectir esse aumento de produtividade até ao ponto em que o retorno se circunscreve a uma taxa de juro normal.

c) Crescimento da economia e deflação dos preços

Porque cresce a economia? Porque o investimento bem-sucedido consegue baixar custos unitários de bens de consumo desejados pelo consumidor final, baixando preços, aumentado assim o poder de compra do mesmo rendimento nominal. Existirá assim uma deflação permanente de custos e preços reais. Se não o é observável em termos nominais é por causa do inflacionismo permanente a que estamos desde sempre habituados.

Reforçando: quando um custo baixa, o preço baixa. Assim a quantidade de moeda seja estável (e no limite poderia ser fixa) e todo o aumento de produtividade constitui uma baixa de custos e preços nominais, libertando assim capacidade para produzir (com os recursos agora libertados) mais produtos (maior quantidade dos mesmos ou de novos produtos) dado existir agora um rendimento adicional por causa da baixa de preços. Mas este processo necessita de tempo e abdicação de consumo para tornar possível a acumulação de novos bens de capital.

d) A moeda e crédito numa economia de direito civil “natural”

A moeda existe porque facilita as trocas. Essa é a fonte da sua procura. Ainda que possa servir de reserva de valor, não é esta a sua função primordial. O bem que melhor cumpre a função de meio de troca é um, cuja quantidade total seja a mais estável (ex: ouro e prata), ou seja, nem diminui porque é consumido, nem a sua produção é suficiente para ter impacto na quantidade total existente a cada momento.

As notas e depósitos à ordem deverão representar quantidades existentes deste bem.

O crédito para ter lugar é porque determinada quantidade de moeda pré-existente é transferida entre credor e devedor.

Quando as pessoas trocam a sua produção por moeda e não a utilizam isso tem uma expressão equivalente real: significa que bens reais foram produzidos e assim essa capacidade de produção existe para ser reclamada numa troca futura.

Por quem? Por exemplo, quando o aforrador transfere a sua moeda (por certo tempo) para um empresário este vai assim reclamar recursos para suportar o período durante o qual o investimento é deficitário (ex. para salários).

Recapitulando:

A taxa de juro (preferência temporal subjectiva entre o presente e futuro) determina a proporção entre investimento e consumo (e não qualquer prémio para se afastar da liquidez). Quanto maior esta proporção maior o ritmo de crescimento económico (maior taxa por unidade de tempo de descida de custos e preços).

Nota: Não existe investimento óptimo, um “austríaco” não deve afirmar que a proporção de investimento deve ser mais alta ou mais baixa, é a que resultar da preferência expressa livremente pelas pessoas.

e) A procura de moeda não é procura por crédito

Quando a procura por moeda aumenta não é a taxa de juro que sobe, mas os preços que baixam [e o inverso também pode suceder]. Os economistas mainstream (keynesianos, monetaristas, e a síntese neo-clássica) compreendem mal este efeito.

Com o nosso rendimento podemos: Investir/consumir e/ou aumentar os saldos de moeda [ou diminuir saldos de moeda para investir/consumir]

- consumir versus investir -> influencia a taxa de juro

- acumular (ou diminuir saldos de) moeda -> influencia os preços

Nunca existe falta de moeda, quanto maior o crescimento económico, mais os custos baixam, os preços baixam, aumenta o poder de compra dos actuais saldos monetários, o que levará, ceteris paribus, a utilizar esse poder de compra adicional em consumo e/ou investimento. Esta á a realidade de uma deflação benigna, de uma ordem social e económica saudável.

Mas o Keynesianismo deu voz às falácias mais antigas e demagógicas:

Produtores, desde tempos imemoriais, queixam-se da “falta de moeda”, “escassez do crédito” e de “juros altos”. Os Banqueiros desde sempre recorreram à produção de moeda para conceder crédito, primeiro produzindo notas e depósitos sem cobertura de ouro. O poder estatal desde o antigo Soberano, sempre entrou em conluio com o sistema bancário para ter acesso a crédito por esta via para financiar os seus défices. O Estado moderno faz o mesmo.

O Keynesianismo introduziu uma justificação intelectual e moral. Antes de Keynes, os economistas funcionavam como uma classe intelectual incómoda para o poder, refutando falácias e apontando as suas consequências; com Keynes, o economista tornou-se o intelectual da corte que justifica a acção interventiva e o status-quo entre poder e o sistema monetário.

f) As bolhas

Quanto se produz moeda para conceder crédito, a taxa de juro será artificialmente mais baixa do que seria se essa produção de moeda não tivesse tido lugar, obrigando a procura por crédito a competir pela poupança monetário previamente existente. Essa taxa de juro artificialmente baixa induz investimentos que de outra forma nunca seriam avaliados como rentáveis e sustentáveis, pondo em marcha uma bolha económica temporária que desagua por norma, nos seus últimos estágios, em bolhas de preços de mercadorias e bens financeiros alavancados por doses adicionais de expansão de crédito. Estas subidas de preços não têm em geral grande expressão nos Índices de Preços no Consumidor, razão pelo qual é ignorada.

Dado a pirâmide de crédito que financia ilusoriamente a economia privada e os défices do Estado, a crise económica e bancária torna-se inevitável, mas a doença é a bolha, a crise constitui o processo de cura.


6. A receita dos Keynesianos?

Keynes: “A solução certa para o ciclo económico não é para ser encontrada na abolição dos booms e manter-nos permanentemente numa meia-recessão; mas na supressão das recessões e assim manter-nos permanentemente num quasi-boom”.

Mais expansão de moeda e crédito barato.

Bibliografia:

The General Theory of Employment, Interest and Money, John Maynard Keynes (1936) http://www.marxists.org/reference/subject/economics/keynes/general-theory/ The

Failure of the New Economics, Henry Hazlitt http://mises.org/resources/3655/Failure-of-the-New-Economics

America’s Great Depression, Fifth Edition, Murray N. Rothbard; http://mises.org/rothbard/agd.pdf

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