segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Um dia chegam lá

There seems to be an inherent tendency for financial systems to cause periods of booms, by building up imbalances, and then to go through busts,” European Central Bank President Jean- Claude Trichet said Nov. 13. “We need to introduce a framework to dampen this phenomenon.” Fonte: Bloomberg

E que tal acabar com um sistema monetário artificial imposto a todos os aforradores que permite a concessão de crédito pela pura criação de moeda em vez de captação de poupança prévia a esses mesmos aforradores? 

Trichet podia começar por ler a "Teoria de Moeda e Crédito" de Mises escrito em 1913. E deitar fora toda a literatura misticista acientifica que faz da moeda uma espécie de Santo Graal. É necessário crédito ao investimento? Emitir moeda. Crédito ao Estado? Emitir moeda. Surgem problemas monetários com origem no excesso de crédito (dada a emissão de moeda)? É emitir ainda mais moeda. Injecções. Um dia deixam de encontrar a veia.

PS: Claro que isso implicaria os Bancos Centrais deixarem de existir, ou se a existirem, podiam era auditar cada banco que  emitisse a sua própria moeda fosse totalmente claro e transparente quanto ao contrato implícito nas suas notas e depósitos, descrevendo que sistema de reservas aplicaria às suas emissões. 

O que faria com que qualquer emissão com reservas abaixo de 100% tivesse de ser trocado a desconto e não fungível com emitentes com reservas de 100%. E assim sendo, um sistema de reservas de 100% (ouro/prata/etc) seria o resultado natural da concorrência livre entre emissores.

Já agora, um argumento demonstrativo que me parece simples é que se as notas e depósitos dos emitentes com reservas parciais fossem aceites por alguém ao seu valor facial ou nominal (ex: notas para o qual o ouro realmente detido em cofre constituia apenas 20% do valor total em circulação), um investidor poderia contrair um empréstimo de notas (com reservas parciais, o que significaria que este banco estava a expandir a sua base de emissão e ao mesmo tempo a reduzir ainda mais as reservas) e comprar notas com reservas 100% (às notas e depósitos à ordem correspondia ouro realmente depositado e à ordem em custódia) com o qual concederia crédito pelo mesmo prazo (o que não faz por si expandir a quantidade de moeda como com o banco a quem pediu crédito). Trocaria assim uma moeda em inflação contra uma moeda sem inflação pelo mesmo valor facial. Isto até o mercado começar a aplicar um desconto ao emitente com reservas parciais, altura em que poderia voltar a comprar notas do banco de reservas parciais para pagar o empréstimo inicial e ainda sobrarem notas do banco com 100% reservas.

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