segunda-feira, 25 de julho de 2005

Hoje sinto-me mais monárquico...


A República é muito engraçada... No plano das balelas que a sustentam, os cidadãos escolhem o mais apto para desempenhar a suprema magistratura. Na realidade das coisas, José Sócrates decide que Mário Soares será candidato. Assim se fazem os presidentes, sobre os quais um político francês célebre confessava que o melhor método para os escolher era garantir que fosse "surtout le plus bête". Sobre este sistema, já David Hume disse o que havia a dizer no seu ensaio "That Politics May Be Reduced to a Sicience" (no qual também explica por que razão a monarquia hereditária é o sistema mais lógico para a chefia de Estado). Quem espera que Mário Soares vá desempenhar o cargo com toda a competência e representando todos os Portugueses não pensa de certeza o mesmo que José Sócrates, que sabe ao que anda - é a função dele como político, não há que o condenar. Com a chefia de Estado entregue aos políticos, pode valer tudo, até catapultar para Belém um octagenário com as suas faculdades em claro declínio. O grave é os que não são políticos terem colocado nas mãos desses senhores a escolha do chefe de Estado. Porque são eles que escolhem - alguém tem dúvidas?

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