Como se explica que, ao contrário de outros da Sedes, este tenha “pegado” logo e tão bem?
Terá sido por oferecer uma boa descrição do mal-estar, recheada de discretas doses de ambiguidade nas suas raízes? Não terá sido isso que permitiu tanto aplauso ao mal-estar, tão pouca clareza nas alternativas – de que, afinal, depende a confiança – e tanta liberdade nas considerações?
(...)
Não será tempo de, além da dimensão do défice, se prestar atenção à forma como os gastos governamentais contribuem – da criminalidade à educação – para fomentar os males que se propõem combater? De se deixar de confundir princípios com expedientes, causas morais com sociais? De descobrir quanto o mal-estar difuso, que alastra e degrada a confiança, é inseparável da pedagogia do facilitismo, de que tudo se consegue sem custo? De questionar uma cultura de direitos sem deveres, que incentivou o sequestro legal dos cidadãos por políticas suavemente criminosas e, com o tempo, a multiplicação de crimes comuns e de comportamentos anti-sociais?
quinta-feira, 6 de março de 2008
Além da dimensão do défice
Suave mal-estar e despedida. Por José Manuel Moreira.
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