"Eu gostava muito de ser anarco-capitalista
1. Assim estava sempre fora do mundo, e assim tinha sempre ângulo perfeito sobre o poder, fosse ele qual fosse. Para o anarco-capitalista, a realidade está sempre errada. E esse pedestal, de facto, dava-me muito jeito para escrever.
2. O conservador não é socialista. Sim, não concorda com os anarco-capitalistas, mas, apesar dessa blasfémia, não é de esquerda."
Anarco-capitalismo é um bom nome de guerra, dá forra. Mas a tradição do jusnaturalismo para mim faz mais sentido. O jusnaturalismo foi enterrado pelo positivismo no direito, a coisa só estancou quando a suposta única legitimidade do Estado para dizer o que é o direito se confrontou com os totalitarismos (com grande adesão da população) do século 20. Depois passamos para a legitimidade da decisão colectiva. Mas e as minorias? E quem deseja afastar-se de uma dada ordem constitucional (secessão)? A partir daí a filosofia do direito tem que se confrontar novamente com a acepção que o direito natural é algo que vive fora da vontade declarativa, e que é o direito positivo que tem de estar conforme o direito natural e não o contrário.
Os conservadores em especial têm de reconhecer a realidade de que o estado moderno como projecto conservador morreu há muito. Tudo o que vem do estado moderno é um ataque directo a qualquer instituição natural do homem. Ataque à propriedade como ataca a família como promove o indivíduo a quem o Estado tudo assegura e liberta, quer ele o queira quer não.
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