terça-feira, 29 de março de 2011

Howard Davies, former head of the London School of Economics

Suponho que isto vai dar que falar no mundo académico da economia. (via LRCBlog)

How Hanging Out With Two Pariah Regimes Cost Me My Top Position at the London School of Economics

"(...) I also lost my job. I haven't drafted a resignation letter before: up to now I have always been able to get out before my sins caught up with me. But this time I concluded that there was no alternative. (...)

The impact on the School's reputation was severe, for a while at least. Some of the criticisms that surfaced in the media were misplaced, or plain daft, but it was a mistake to take his money, and I supported it (among others, it is fair to say). Also, I yielded to the blandishments of the previous government to go to Tripoli as an economic envoy, and so became associated with two pariah regimes at the same time, Blair's and Gaddafi's, a fatal combination. So I asked for my P45."

o futuro é hoje: Gold Holdings by Exchange-Traded Funds

Enquanto os Bancos Centrais se divertem a destruir as moedas por fiat (por decreto) esotéricas que eles próprios criaram, o capitalismo está a tratar de se preparar para o pós.

Títulos com liquidez imediata representativos de uma onça de ouro:

Worldwide: 65,178,328

Ou seja, mais de 65 mil milhões de € and counting, nas mãos das pessoas 
e instituições um pouco por todo o mundo.

@financialtimes: Brazil to annex Portugal?

Nope. Mas Confederação com o Brasil soa-me bem.

Invadam o Mundo, versão 2

Eu acho que os extraterrestres têm de invadir o planeta, que está sempre em guerra contra o seu próprio povo e tem armas de destruição maciça apontadas contra o seu próprio povo, e passa a vida a bombardear o seu próprio povo, e tratar de "ajudar"-nos a implementar uma democracia mundial e um governo mundial e acabar com todos os terroristas que se opuserem e assim trazer a paz e a ordem e a liberdade (e o aborto livre e gratuito). E têm de o fazer antes do próximo genocídio. Acho que o assunto já foi tratado no Conselho da Federação da Galáxia.

segunda-feira, 28 de março de 2011

A Crise anti-Keynes-Krugman: Why You've Never Heard of the Great Depression of 1920 | Thomas E. Woods...

democracy collapses

(wikpedia) Alexander Fraser Tytler, Lord Woodhouselee (15 October 1747 - 5 January 1813) was a Scottish-born British lawyer and writer. Tytler was also a historian, and for some years was Professor of Universal History, and Greek and Roman Antiquities, in the University of Edinburgh.[1] Tytler's other titles included Senator of the College of Justice, and George Commissioner of Justiciary in Scotland.[2]:

"A democracy cannot exist as a permanent form of government. It can only exist until the majority discovers it can vote itself largess out of the public treasury. After that, the majority always votes for the candidate promising the most benefits with the result the democracy collapses because of the loose fiscal policy ensuing, always to be followed by a dictatorship, then a monarchy."

Atlas Shrugged Trailer: 1 044 081 Views


domingo, 27 de março de 2011

Os efeitos nefastos do sindicalismo

Do artigo "The political economy of freedom", de Michael Oakeshott (Rationalism in Politics and other essays, Indianapolis, Liberty Fund, 1991, p. 401):

“Collectivism is indifferent to all elements of our freedom and the enemy of some. But the real antithesis of a free manner of living, as we know it, is syndicalism. Indeed, syndicalism is not only destructive of freedom; it is destructive, also, of any kind of orderly existence. It rejects both the concentration of overwhelming power in the government (by means of which a collectivist society if always being rescued from the chaos it encourages), and it rejects the wide dispersion of power which is the basis of freedom. Syndicalism is a contrivance by means of which society is disposed for a perpetual civil war in which the parties are the organized self-interest of functional minorities and a weak central government, and for which the community as a whole pays the bill in monopoly prices and disorder. The great concentrations of power in a syndicalist society are the sellers of labour organized in functional monopoly associations. All monopolies are prejudicial to freedom, but there is good reason for supposing that labour monopolies are more dangerous than any others, and that a society in the grip of such monopolies would enjoy less freedom than any other sort of society. In the first place, labour monopolies have shown themselves more capable than enterprise monopolies of attaining really great power, economic, political and even military. Their appetite for power is insatiable and, producing nothing, they encounter none of the productional diseconomies of undue size. Once grown large, they are exceedingly difficult to dissipate and impossible to control. Appearing to spring from the lawful exercise of the right of voluntary association (though as monopolistic associations they are really a denial of that right), they win legal immunities and they enjoy popular support however scandalous their activity. Enterprise monopolies, on the other hand (not less to be deplored by the libertarian), are less dangerous because they are less powerful. They are precariously held together, they are unpopular and they are highly sensitive to legal control. Taken separately, there is no question which of the two kinds of monopoly is the more subversive of freedom. But in addition to its great power, the labour monopoly is dangerous because it demands enterprise monopoly as its complement. There is a disastrous identity of interest between the two kinds of monopoly; each tends to foster and to strengthen the other, fighting together to maximize join extractions from the public while also fighting each other over the division of the spoils. Indeed, the conflict of capital and labour (the struggle over the division of earnings) is merely a sham fight (often costing the public more than the participants) concealing the substantial conflict between the producer (enterprise and labour, both organized monopolistically) and the consumer.”

quinta-feira, 24 de março de 2011

medidas para salvar a nação portuguesa e a democracia de si mesmo

1. Todas as medidas de racionalização, desnacionalização (ou encerramento) no sector público (empresarial, municipal, institutos, etc.) que sejam possíveis no mais breve curto espaço de tempo, em especial dos grandes deficitários. Tabela salarial para a administração e direcção de empresas do estado central e municipais que não tenham o fim de auto-sustentação empresarial puro.

2. Fim de apoios directos e indirectos discriminatórios a empresas. E fim da prossecução de supostas políticas industriais e sectoriais, dado ser evidente a incapacidade e falhanço de todas elas, passadas e presentes. Todas as entidades reguladores sectoriais devem ter como primeira missão, avaliar constantemente e contribuir para fazer desaparecer toda e qualquer barreira directa (e em especial, de muitas barreiras indirectas via regulação criada de forma escamoteada para esse efeito) à entrada de novos concorrentes.

3. Indexação automática, por fórmula a fixar (em períodos pluri-anuais, por hipótese) dos salários e outras prestações e subsídios ao equilíbrio do OE.

4. Pensões de Reforma: Aumento imediato da Idade de Reforma. Indexação automática (em períodos pluri-anuais, por hipótese) das pensões de reforma à Receita (que deve estar claramente separada da função redistribuição). Fórmula de cálculo só deve estabelecer o máximo a receber se a Receita for suficiente, mas valor específico será calculado a partir das quotas individuais do peso do total da contribuição individual passada no conjunto de todas as contribuições passadas dos beneficiários correntes, aplicada à Receita corrente.

Desta forma ficará bem claro que existe uma Receita actual com origem nuns dados Contribuintes e uma Despesa actual com um conjunto de Beneficiários. Por outro lado é assim possível implementar um esquema gradual de opting-out do sistema público de pensões de reforma cujo objectivo de longo prazo deve ser passar a constituir um rendimento mínimo de pensão de reforma e não um falso e ilusório serviço de poupança universal.

5. Taxa Única de Impostos para IRS, IVA, IRC de 20% (mas com o aumento significativo do escalão de isenção de modo a significar desagravamento de IRS para os escalões mais baixos - o que por si só assegura a manutenção de um grau de progressividade). O desagravamento que possa significar nos actuais escalões superiores poderá ser implementado de forma progressiva no tempo. O conceito de Taxa Única de Impostos (seja qual for a Taxa decidida a cada momento) deve constituir um acordo geral de regime, já que permite a simplificação e democratização da discussão pública quanto à Receita, evitando o jogo estéril de discussão de aumentos e/ou descidas entre classes de impostos.

6. Justiça: forte incentivo à livre criação e oferta de tribunais arbitrais de acesso voluntário expressamente previsto nos contratos, para o litígio no domínio civil e comercial. Que nenhuma barreira exista à criação de listas negras de pessoas incumpridoras de decisões arbitradas. Reforço das condições operacionais dos tribunais públicos que poderiam assim concentrar-se crescentemente na função penal.

7. Fim do salário mínimo (um grande responsável pela desertificação do interior e incapacidade de criação de micro-empresas, e uma medida proibicionísta que assim proíbe as pessoas de aceitarem emprego se o quiserem e julgarem necessário). Flexibilização total contratual para novos contratos, capacidade de despedimento nos actuais contratos sem termo mediante fórmula de indemnização a fixar.

8. Saúde e Educação. Implementação da facturação de todos os serviços a todos os utentes a preços que permitam a sua sustentabilidade financeira, mesmo que não sejam para serem cobrados. Desta forma cada unidade e serviço terá uma contabilidade de facturação (melhora a gestão interna e informa o utente do custo do acto que poderia receber extracto em final de cada ano), cujo pagamento pode ser efectuado pelo próprio ou o Estado em substituição (por exemplo, num esquema de ADSE para os menores rendimentos). Assim será possível passar gradualmente de um conceito de serviço universal dito "gratuito" para o da especialização de apoio aos menores rendimentos. Descentralização caso a caso, da gestão para os aglomerados municipais que entretanto se formem (ver ponto seguinte).

9. Retoma do processo de criação de aglomerados municipais (Urbanos/Metropolitanos) de iniciativa dos próprios, num processo não síncrono e sim gradual de reivindicação e negociação de funções administrativas acrescidas com o estado central, como dito, por quem o entender solicitar e assim demonstrar a sua capacidade e arranjo institucional para o efeito.

10. Capacidade de veto pelas freguesias de determinado tipo de licenciamentos, como os nocturnos (exemplo: não é aceitável que bairros sejam confrontados de forma indefesa com o surgimento de actividades comerciais nocturnas) ou projectos imobiliários com impacto acima de um dado índice (ou evidência de potencial descaracterização). Quaisquer projectos de fusão ou alteração das freguesias tem de ser aprovado em referendo pelos próprios.

Despolitização das Freguesias, com a passagem a Assembleias de eleição de Orgão profissional com a participação e voto dos contribuintes do equivalente ao actual IMI (que deve passar a constituir receita directa) dessa freguesia; os contratos de arrendamento devem poder dispor da transferência desta obrigação (pagamento do IMI) e correspondente direito de voto entre proprietário e arrendatário. Esta capacidade deve ser concedida para ser reivindicada caso a caso por cada freguesia através de referendo local, não sendo assim um processo global e simultâneo nem uma imposição. A este nível local, os princípios políticos são completamente irrelevantes, e trata-se sim, de uma função de gestão corrente prática de preservação do bem comum local, como a boa preservação e manutenção, a segurança, a rentabilização e outros.

11. Introdução da circulação legal do Escudo em ouro e prata (e assim válido para a liquidação de transacções, contratos e dívidas denominados neste Escudos, onde se sujeito a imposto será liquidado na denominação respectiva), de livre emissão, mas com obrigatoriedade de garantia de pureza e peso, sem que isso signifique a saída do Euro ou qualquer alteração do actual arranjo institucional no sistema bancário nacional e europeu.

Proibição expressa da emissão de quaisquer notas ou registo de depósitos de Escudos de ouro/prata que não esteja coberto a 100% em depósito físico. A conversão entre o Escudo em ouro ou prata e qualquer moeda, incluindo o Euro é estabelecida livremente.

12. A prossecução de formas confederais de cooperação entre todos os países de língua portuguesa deve constituir um objectivo primário da política externa portuguesa. A circulação do Escudo tal como atrás definido e a sua convivência com as actuais moedas nacionais, deve ser defendido.

13. Criação de Câmara especial de aprovação do OE, com assento proporcional eleito por cidadãos que não tenham conflito de interesses directo como Receptores do OE como por exemplo funcionários públicos e similares, receptores de subsídios ou pensões públicas acima de um dado valor a fixar, ou em actividades ainda que privadas dependam em mais de 50% da sua facturação do OE ou recebam apoios do OE acima de um dado montante. Esta será uma peça acrescida no sistema de check-and-balances.

Esta medida só pode ser implementada pela consciência colectiva de que a democracia no que respeita ao orçamento, confere capacidade de poder influenciar o seu próprio interesse imediato, a beneficiários monetários directos, indicando-se ao mesmo tempo quais os outros que têm de o financiar. A priori, ninguém poderá negar a existência de um conflito de interesses com tendência suicidiária, bem expresso nas crises orçamentais um pouco por todo o lado.

Mas os receptores, nem devem ser demonizados como se fossem a origem dos problemas e pelo contrário têm de ser dignificados, mas devem também reconhecer eles próprios (ou antes, nós próprios), que no interesse da estabilidade de longo prazo, esta questão deve assim ser resolvida. A capacidade de voto para esta Câmara especial, seria assim suspensa ou reactivada tantas vezes quanto determinadas condições estejam presentes ou deixem de estar.

14. Quanto ao restante processo legislativo e funções extra-OE permaneceria na AR (voto universal), com a implementação de círculos uninominais (e obrigatoriedade de serviço local pelo deputado respectivo) e um círculo nacional.

15. Fim da proibição de referendo de proposta de restauração de uma Monarquia constitucional.

Procura-se aqui, salvar a democracia de si mesmo. Aceita-se a discussão geral, proposta de alteração, especificação concreta, adição de pontos, etc.

segunda-feira, 21 de março de 2011

Liberdade como difusão de poder

Deixo à consideração dos preclaros leitores uma breve descrição do conceito de liberdade no entendimento inglês, da autoria de Michael Oakeshott ("The political economy of freedom", in Rationalism in Politics and other essays, Indianapolis, Liberty Fund, 1991, pp. 388-389). Em Portugal é mais ou menos o mesmo:

"Liberties, it is true, may be distinguished, and some may be more general or more settled and mature than others, but the freedom which the English libertarian knows and values lies in a coherence of mutually supporting liberties, each of which amplifies the whole and none of which stands alone. It springs neither from the separation of church and state, nor from the rule of law, nor from private property, nor from parliamentary government, nor from the writ of habeas corpus, nor from the independence of the judiciary, nor from any one of the thousand other devices and arrangements characteristic of our society, but from what each signifies and represents, namely, the absence from our society of overwhelming concentrations of power. This is the most general condition of our freedom, so general that all other conditions may be seen to be comprised within it. It appears, first, in a diffusion of authority between past, present and future. Our society is ruled by none of these exclusively. And we should consider a society governed wholly by its past, or its present, or its future to suffer under a despotism of a superstition in which forbids freedom. The politics of our society are a conversation in which past, present and future each has a voice; and though one or other of them may on occasion properly prevail, none permanently dominates, and on this account we are free. Further, with us power is dispersed among all the multitude of interests and organizations of interest which comprise our society. We do not fear or seek to suppress diversity of interest, but we consider our freedom to be imperfect so long as the dispersal of power among them is incomplete, and to be threatened if any one interest or combination of interests, even though it may be the interest of a majority, acquires extraordinary power. Similarly, the conduct of government in our society involves a sharing of power, not only between the recognized organs of government, but also between the Administration and the Opposition. In short, we consider ourselves to be free because no one in our society is allowed unlimited power – no leader, faction, party or ‘class’, no majority, no government, church, corporation, trade or professional association or trade union. The secret of its freedom is that it is composed of a multitude of organizations in the constitution of the best of which is reproduced that diffusion of power which is characteristic of the whole.”

quinta-feira, 17 de março de 2011

INVADAM O MUNDO, Murray N. Rothbard

Este texto foi escrito em Setembro de 1994, o autor iria falecer no ano seguinte. Murray N. Rothbard (1926-1995) foi um académico da Escola Austríaca da economia, fundador do libertarianismo e herdeiro da chamada Old Right. Autor de milhares de artigos e 25 livros. Este ensaio faz parte de uma publicação para que contribuía regularmente nos últimos anos da sua vida, denominada de Rothbard-Rockwell Report (Triple R) que exibe Rothbard nas suas várias facetas: o jornalista, crítico cultural, observador político e organizador de um movimento. Esta publicação acabou por inspirar no seu estilo o site lewrockwell.com.

Traduzido por Carlos Novais, revisto por Elisabete Joaquim e Miguel Madeira.

INVADAM O MUNDO, Murray N. Rothbard

em The Irrepressible Rothbard, Essays of Murray N. Rothbard, Edited by Llewellyn H. Rockwell, Jr., Setembro de 1994 (http://www.lewrockwell.com/rothbard/ir/Ch34.html)

Quando o Comunismo e a União Soviética colapsaram há uns anos, parecia evidente que tinha de se pôr em curso uma reavaliação profunda da política externa americana. Durante todo o período da Guerra Fria, a política externa dos EUA reduziu-se simplesmente a uma cruzada bipartidária intervencionista contra a União Soviética, e as únicas diferenças eram precisamente sobre quão longe esse intervencionismo global devia ir.

Mas quando a União Soviética se desmoronou, uma nova reflexão parecia absolutamente necessária, pois o que poderia agora constituir a base da política americana? Mas, entre os intelectuais e elites, moldadores da opinião nos Estados Unidos e até mesmo no mundo, nenhuma reavaliação acabou por ocorrer. Com a excepção de Pat Buchanan e nós paleos[1], a política externa dos EUA prosseguiu como de costume, como se nunca se tivesse dado o colapso da Guerra Fria. E de que forma? Buchanan e os "neo-isolacionistas" pediram que a intervenção americana passasse a ser pautada estritamente pelo interesse nacional americano. Mas a Aliança progressista [n.t. no original: liberal] /neocon, agora mais do que nunca (agora que o comunismo soviético, sobre o qual os neocons eram mais duros, desapareceu), fingiu primeiro concordar e, em seguida, simplesmente e astuciosamente redefiniu o conceito de "interesse nacional" de forma a cobrir todo e qualquer mal, todo e qualquer drama debaixo do Sol. Está alguém com fome algures não importa quão longe das nossas fronteiras? Isso é do nosso interesse nacional. Está alguém ou algum grupo a matar algum outro grupo num qualquer ponto do planeta? É do nosso interesse nacional. Há algum Estado que não seja uma "democracia" tal como definida pelas nossas elites progressistas e neocons? Isso coloca um desafio ao nosso interesse nacional. Está alguém a incorrer em Pensamentos de Ódio [n.t. no original: Hate Thought] algures no globo? Isso tem que ser resolvido pelo nosso interesse nacional.

E assim qualquer problema ocorrido em qualquer parte passa a fazer parte do nosso interesse nacional, e passa a ser obrigação do bom velho Tio Sam, como a Única Superpotência Sobrevivente e pelo mundo indigitado para ser o Sr. Resolve-Tudo, dar uma solução a cada um desses problemas. Porque "nós não podemos ficar de braços cruzados" quando alguém algures passa dificuldades, quando alguém bate na cabeça de alguém, quando alguém é antidemocrático ou comete um Crime de Ódio [n.t. no original: Hate Crime].

Deve agora ser claro que neste momento não há virtualmente qualquer distinção na política externa entre os progressistas [n.t. no original: liberals] e os neocons, entre os Tony Lewis e os Bill Safire, entre a Commentary e o Washington Post. Onde quer que exista um problema, todos os analistas liberals-neocons e bombardeiros de sofá [n.t. no original: laptop bombardiers] torcem invariavelmente por uma intervenção dos EUA, pela guerra pura e simples, ou através da via favorita de passos graduais que são as "sanções". As Sanções, uma escalada de intervencionismo passo-a-passo, são uma política favorita dos pro-intervencionistas. Pedir o bombardeamento imediato ou invasão do país X assim que começa um qualquer problema pareceria excessivo e até mesmo um pouco doido para a maioria dos americanos que não tem o mesmo sentimento de profundo compromisso com a noção dos EUA como Solucionador Global de Problemas que têm os especialistas e as elites. As sanções podem saciar temporariamente a sede de beligerância. E assim temos as sanções: colocar à fome os vilões, cortar as redes de transporte, o comércio, confiscar os seus bens em termos de activos financeiros e, finalmente, quando isso não funcionar, bombardear, enviar tropas, etc. Estas são normalmente enviadas primeiro como força missionária puramente "humanitária", para salvaguardar a ajuda "humanista" das "forças de manutenção da paz" da ONU. Mas logo de início, alguns nativos locais desventurados, virando-se irracionalmente contra toda essa ajuda e altruísmo, começam a atirar sobre os seus muito amados ajudantes que ficam então sob fogo, e assim os EUA são obrigados a enfrentar a perspectiva de ter de enviar tropas, as quais recebem ordens para atirar a matar.

Nas últimas semanas, para além de tropas humanitárias, tem havido uma escalada de opinião sobre "sanções" a serem aplicadas pelos EUA: contra a Coreia do Norte é claro, mas também contra o Japão (por não comprarem mais exportações americanas), contra o Haiti, contra os Sérvios da Bósnia (sempre referida como a “auto-denominada República Sérvia” – Isto em contraste com todos os outros governos que serão "denominados" por outros?). Jesse Jackson quer que os Estados Unidos invadam prontamente a Nigéria, e agora temos o Senador Kerry (D., Massachusetts) a pedir sanções contra nosso antigo inimigo,o Canadá, por não acolher os pescadores de Nova Inglaterra nas suas águas.

Mas OK, chegou o momento de sermos duros e consistentes. As sanções são apenas uma forma covarde de compromisso propostas por meias tintas. Temos de encarar de frente o facto de que não há um único país do mundo que possa ser comparado com os sublimes padrões morais e sociais que são a marca registada dos E.U.A.: até mesmo o Canadá merece uma repreensão. Não há um único país do mundo que, como os Estados Unidos, tresanda tanto a democracia e "direitos humanos" e esteja livre de criminalidade e assassinatos e de discurso de ódio e actos antidemocráticos. Muito poucos outros países são tão politicamente correctos como os Estados Unidos, ou têm a sagacidade para impor um programa massivo de estatismo em nome da "liberdade", "comércio livre", "multiculturalismo" e para "expandir a democracia".

E então, uma vez que nenhum outro país é capaz de estar à altura dos standards dos E.U. num mundo de Única Superpotência, todos eles devem ser severamente postos na ordem pelos EUA, e nesse sentido faço eu uma Proposta Modesta para a única política externa consistente e coerente: os Estados Unidos devem, muito em breve, Invadir o Mundo! Sanções são coisa menor. Nós devemos sim invadir todos os países do mundo, talvez suavizando-os previamente com um maravilhoso espectáculo high-tech de bombardeamentos com mísseis, cortesia da CNN.

Mas como seremos nós vistos aos Olhos da Opinião Pública Mundial se invadirmos o mundo? Não se preocupem; podemos sempre obter a cobertura das nossas marionetas mantidos na ONU, NATO ou qualquer outra coisa. Boutros Boutros-Ghali, que já renegou o seu acordo para cumprir apenas um mandato como secretário-geral da ONU, é perfeito para o trabalho; nunca existiu um oficial da ONU com mais apetência pela cadeira Mas e quanto ao Conselho de Segurança? Tudo OK, porque podemos sempre comprar a abstenção da China ou de quem quer que seja por alguns bilhões. Não há problema.

E assim o mundo inteiro vai viver sob as bandeiras dos E.U. e ONU, felizes, protegidos, livres de criminalidade e pobreza e ódio. O que poderia ser mais inspirador?

Alguns isolacionistas, limitados e mesquinhos, egoístas, indiferentes e provavelmente anti-semitas, irão no entanto queixar-se. Eles gostam de evocar várias "lições," por exemplo, a Somália. Vão provavelmente dizer: sim, com toda certeza que conseguimos ir lá e "ganhar" com facilidade, mas como vamos sair? Para implementar a democracia, acabar com o genocídio, pobreza, ódio, etc., nós os Estados Unidos, temos de construir a infra-estrutura do país, criar e treinar um exército e uma polícia (preferencialmente nos EUA).Temos de doutrinar o infortunado país sobre liberdade e eleições livres, criar os seus dois partidos políticos Respeitáveis e começar um amplo programa de auxílio de biliões de dólares para fazer com que todos sejam saudáveis, sábios e com bem estar, fornecer um programa educacional (repleto de enormes sacos de alimentos atirados de avião e de modo a que a CNN possa ajudar – mesmo que alguns dos "ajudados" sejam mortos pelos sacos), proibir fumar e a junk food e alimentá-los a todos com tofu e mangas cultivadas por métodos orgânicos.

E o que dizer do Partido Regressar? O que fazer com a nossa experiência universal de que quando o exercito americano sai, todo o auxílio, infra-estrutura, etc., vai pelo cano abaixo? A solução é simples, embora ela tenha sido muito ignorada porque alguns teimosos e egoístas míopes fascistas iriam fazer um enorme alarido. A solução: Nunca Sair! Para Sempre. Desta forma não precisamos de nos preocupar sobre como preparar os nativos para a transição. Devemos permanecer e alegremente Governar o Mundo. Permanentemente para o bem de todos. Um Paraíso na Terra. Podemos chamá-la, a "política do significado" [n.t. no original “politics of meaning”].

Mas como vamos obter a mão-de-obra necessária para fazer o trabalho de ocupação? Não se preocupem com isso. Em primeiro lugar, poderemos ter um exército de 20 milhões de homens e mulheres, devidamente gayzado e feminizado e Politicamente Corrigido, marchando com pacotes de alimentos, medicamentos e hipodérmicos numa mão e armas e preservativos na outra. Nós temos muitas opções de recursos humanos, poderemos reactivar o serviço militar obrigatório, restaurar o Corpo de Paz, e/ou podemos criar um enorme programa de serviço nacional do tipo Buckley-Clinton, onde as crianças terão a oportunidade de "dar de volta à sociedade" com dois anos interessantes de saudável amadurecimento, para a criação de infra-estruturas no Zaire ou Haiti ou Coreia do Norte. Com este programa, as crianças poderiam mesmo "dar de volta" ao Planeta. O quê? O senhor aí está a objectar que alguns dos nossos filhos podem contrair doenças ou levar um tiro ao longo do caminho? Bem, ainda assim estará tudo OK, porque, como se diz hoje em dia, cada fracasso é uma "experiência de aprendizagem".

E naturalmente, os E.U.A. apenas vão fornecer a espinha dorsal das forças permanentes dos Ocupantes do Mundo. O resto dos slots será preenchido por tropas de cada um dos outros países do mundo, liderado pela ONU, NATO, etc., fornecendo experiências igualmente saudáveis e alegres para outros ocupantes: Ucranianos, Zairianos, Vietnamitas, etc. Ver tropas vietnamitas, por exemplo, a ocupar a Holanda, proporcionaria lições de democracia global instrutivas em multiculturalismo e amor mútuo entre todos os povos. Claro que os mais tacanhos e de vistas curtas terão que ser tratados com severidade, mas estou confiante que programas maciços de educação, cursos de orientação, professores, livros e panfletos, etc., irão mudar o clima comum de ódio étnico para um de amor e compreensão. Para além dos professores, atitudes detestáveis e antidemocráticas serão erradicadas por uma legião de psiquiatras, psico-terapeutas, etc.

Como vai tudo isto ser financiado? Cada nação irá, naturalmente, contribuir com o seu "quinhão" adequado e justo de despesas, mas dado que os E.U.A. são a Única Superpotência do mundo, temos de encarar o facto de que os Estados Unidos terão de pagar a parte maior – talvez uns 80 ou 90 por cento – do programa.

E claro que há sempre umas quantas mentes simples, velhos do Restelo, egoístas dogmáticos, que se vão afastar desta proposta e afirmar que é demasiado "caro". Há sempre aqueles que conhecem o preço de tudo e o valor de nada. Mas novamente: não há que nos preocuparmos. Haverá um esforço educativo transversal maciço, de todas as partes do espectro político, da esquerda Clintoniana ou Jacksonian para as dezenas de auto-proclamados institutos de "mercado livre", que, devidamente financiados pelo governo e pelas elites corporativas, vão inundar-nos de argumentos de como o programa "se pagará por si próprio”, que está na melhor tradição do Mercado Livre e Democracia; que essas despesas não são realmente dispendiosas porque constituem "investimento em capital humano" e, portanto, pouparão dinheiro no longo prazo aos contribuintes, etc. E ao eliminarmos todas as ténias intestinais no mundo reduziremos custos médicos e acabaremos a pagar menos dinheiro no futuro. Eventualmente.

Qualquer resíduo de queixa, qualquer uma que sobreviva a este esforço educativo – e vamos enfrentá-lo, existem sempre algumas maçãs podres em todos os cestos - será enviado para "centros de reciclagem educacionais," onde as suas objecções vão ser colocadas a marinar e, após alguns anos saudáveis nestes campos a podar e lendo obras seleccionadas de pensadores de esquerda, liberal, neocon e de libertários pragmáticos, eu tenho a certeza que irão emergir felizes e ajustados à Admirável Nova Democracia Global do amanhã.

Acabei assim de apresentar acima as implicações que seriam consistentes com a nossa persistente política de intervencionismo, descrevendo o sistema para o qual este país está a tender.

A questão é: o que podemos nós fazer para evitar esta tendência? Como podemos Fazê-la Desaparecer? Como podemos nós prevenir "1984"? Infelizmente, o Partido Republicano, embora significativamente melhor que os democratas na política interna, tem sido, se alguma coisa, pior e mais intervencionista nos assuntos externos. Notar a reacção republicana com Slick Willie[2]: acusaram-no de trapalhice, evasão, contínuas mudanças de linha (tudo verdade), mas excepto no Haiti, na verdade não se opõem a uma intervenção per se. Claro que, seria bom ter uma política externa clara e consistente, mas clara em que direcção? Um Inimigo claro não é exactamente uma bênção.

Enquanto isso, as coisas estão longe de estarem perdidas. Há uma vaga de base anti-guerra como de paleo-popular neste país, o que é reconfortante. Há todo o tipo de manifestações: conselhos de cidadãos conservadores, movimentos de milícia, xerifes que se recusam a fazer cumprir a lei Brady, pivots de programas de rádio de direita, falta de entusiasmo para enviar tropas americanas para serem mortos na Somália ou Haiti, um movimento de Buchananites, e cada vez mais bom senso sobre esta questão pelo colunista Robert Novak. Entretanto, o mínimo que a Triple R pode fazer é acelerar o Clima de Ódio na América e esperar pelo melhor.


[1]n.t.: o termo paleo tinha por esta altura surgido para mencionar os paleo-libertarians e os paleo-conservatives, como contraposição aos left-libertarians (atribuído por exemplo ao Cato Institute e Partido Libertarian, ambos fundados por Murray N. Rothbard e dos quais acabou por se afastar) e neo-conservadores. As diferenças ideológicas passam pelo conservadorismo social (com alguma predominância de autores católicos e também do Sul dos EUA) e estrito localismo dos primeiros, e uma certa visão de direitos assegurada e gerida centralmente pelo governo federal dos segundos, os primeiro também estritos não-intervencionistas em política externa (Patrick J. Buchanan iria publicar o seu “A Republic, not an Empire) o que os faziam e fazem inimigos naturais do neo-conservadorismo (que acusam de conter bases progressistas revolucionárias no seu programa de levar a democracia ao mundo, espécie de messianismo anti-natura presente na direita de hoje), que nesta altura, dominavam já o espectro mainstream da política americana em ambos os partidos.

[2]n.t. apelido satírico para referir Bill Clinton (estamos em 1994).

Thomas Sowell debates the dynamics of welfare with Pennsylvania Secretary of Welfare, Helen O'Banion (1980)

quarta-feira, 16 de março de 2011

Divulgação - Tertúlia: O NOVO CONCEITO ESTRATÉGICO DA NATO

[Vou estar presente a representar (glup!) o não-intervencionismo-pelo-interesse-nacional]

Hoje às 21:00 - Amanhã às 0:00
Local : Fox Trot Bar
Tv. de Santa Teresa, 28 Lisboa, Portugal
Tertúlia: "O Novo Conceito Estratégico da Nato - Ameaças e Oportunidades para a Segurança Internacional".

A Concelhia de Lisboa da JP tem o prazer de convidar os seus militantes e amigos para mais uma tertúlia. Desta vez contamos com a presença de:

Dr. João Rebelo
Deputado à Assembleia da República do CDS-PP
Membro da direcção da Comissão Portuguesa do Atlântico

Dr. Samuel de Paiva Pires
Presidente da Associação da Juventude Portuguesa do Atlântico

terça-feira, 15 de março de 2011

segunda-feira, 14 de março de 2011

Idiotas inúteis

Tempestade Cerebral (via fb) : Falácia da Janela Quebrada: Muito grave, vindo de quem vem!!!

Earthquake May Boost Economy Short Term: Summers: Friday's massive earthquake is yet another challenge to Japan's recovery but it may provide a jolt to the economy over the short term, Lawrence Summers, president emeritus of Harvard University and former director of the White House National Economic Council, told CNBC.

Pedro Boucherie Mendes: Sou um libertário no sentido americano do termo

Um razoável manifesto numa entrevista:

"(...) Consegue posicionar-se politicamente?

Sou um libertário no sentido americano do termo. Entendo que as pessoas não devem chatear-se umas às outras. Se eu não quero que o vizinho me vá bater à porta não posso pôr a música muito alta. Acho que tenho um lado conservador, sou completamente pró-capitalismo e, para irritar os outros, sou anti-esquerda.

Também é libertário nos costumes?

Não me importo que as pessoas fumem haxixe desde que não me chateiem. Por mim até podiam andar nuas.

Então, de certa forma, encaixa-se em algumas posições da esquerda.

A grande diferença entre mim e a esquerda é que a esquerda tem um objectivo e eu não. Eu não quero nem deixo de querer que os homossexuais se casem. Se quiserem, podem casar à vontade, desde que não encham a entrada da minha casa de grãos de arroz para eu não tropeçar e cair. Não tenho como objectivo de vida o desejo que as outras pessoas sejam felizes. Tenho como objectivo não fazer nada que o impeça.

Sendo anti-esquerda é de direita?

Pois, inevitavelmente um gajo anti-esquerda é de direita, por isso sou obrigado a dizer que sim, embora não pense em mim dessa forma. Penso em mim sendo anti-esquerda e não como sendo de direita. Mas claro que me identifico mais com as posições da chamada direita.

O que odeia na esquerda?

A infantilidade de acharem que tudo no mundo - desde a Amazónia até ao casamento dos homossexuais, passando pela programação das televisões - devia ser . Para a esquerda tudo no mundo devia ser . Esta noção que a esquerda tem de que pode controlar a existência através de legislação e de manifestações é uma infantilidade que me irrita. E depois acho a esquerda muito barulhenta e pouco inteligente na forma como se expressa. E a falta de inteligência perturba-me.
(...)

quinta-feira, 10 de março de 2011

A persistência no igualitarismo

aqui fiz referência ao artigo de Roger Scruton intitulado "Hayek and conservatism". Deixo agora a última secção deste, simplesmente demolidora quanto ao erro do igualitarismo:

«This same weakness infects Hayek’s response to socialism. As I remarked above, Hayek fails to account either for the passion among intellectuals for equality, or for the resulting success of socialists and their egalitarian successors in driving the liberal idea from the stage of politics. This passion for equality is not a new thing, and indeed pre-dates socialism by many centuries, finding its most influential expression in the writings of Rousseau. There is no consensus as to how equality might be achieved, what it would consist in if achieved, or why it is so desirable in the first place. But no argument against the cogency or viability of the idea has the faintest chance of being listened to or discussed by those who have fallen under its spell. Why is this? I shall conclude with a suggestion.

quarta-feira, 9 de março de 2011

Começa a inflação, e a irracionalidade demagógica fica ainda mais apurada

E começam a proliferar "soluções": "regular" os preços, impor "preços máximos", ou o preferido de certa direita - "fixar lucros normais" [Mira Amaral sobre os preços dos combustíveis, pode-se perguntar quando existem prejuízos anormais quem é que paga o lucro normal?].

Exemplo:

Pergunta Manuel Esteves no negocios.pt /blogue massa monetaria: "Deviam as rendas ser congeladas para fazer face à crise?"

Sim, dever deviam, mas depois o investimento imobiliário (incluindo o que poderá/ia ter lugar com poupança classe média) para arrendamento não era a mesma coisa.

Austrian Scholars Conference 2011

Austrian Scholars Conference 2011

Acerca da "geração à rasca"...

...já Thomas Sowell escrevia, em 1995, o seguinte:
Formal education, especially among peoples for whom it is rare or recent, often creates feelings of entitlement to rewards and exemption from many kinds of work. In India, for example, even the rudiments of an education have often been enough to create a reluctance to take any job involving work with one's hands. In the 1960s it was estimated that there were more than a million "educated unemployed" in India, who demonstrated a "remarkable ability to sustain themselves even without gainful work, largely by relying on family assistance and support." Nor is this social phenomenon limited to India. Other Third World nations have shown similar patterns.

Such attitudes affect both the employed and the unemployed. Even those educated as engineers have often preferred desk jobs and tended to "recoil from the prospect of physical contact with machines." In short, education can reduce an individual's productivity by the expectations and aversions is creates, as well as increase it by the skills and disciplines it may (or may not) engender. The specific kind of education, the nature of the individual who receives it, and the cultural values of the society itself all determine whether, or to what extent, there are net benefits from more schooling. Blindly processing more people through schools may not promote economic development, and may well increase political instability. A society can be made ungovernable by the impossibility of satisfying those with a passionate sense of entitlement - and without the skills or diligence to create the national wealth from which to redeem those expectations...

Thomas Sowell, Race and Culture, Basic Books, 1995

GENEPSD-ESTADO@PT Andre Azevedo Alves

terça-feira, 8 de março de 2011

à atenção dos federalistas



www.cmjornal.xl.pt
A vice-presidente da Comissão Europeia, Viviane Reding, deu um ano às empresas europeias para que coloquem mais mulheres em cargos de poder, sob pena de Bruxelas estabelecer um sistema de quotas em 2012.

Tradição, moralidade e mercado

Aqui fica uma secção de um artigo de Roger Scruton inserido no Cambridge Companion to Hayek, intitulado "Hayek and Conservatism", precisamente acerca de uma temática sobre a qual muitos debates se debruçam, a da compatibilidade entre a tradição e o mercado (a secção do artigo intitula-se "Tradition, Morality and the Market"):

«For a contemporary conservative, the most profound aspect of Hayek’s extended epistemological argument is the alignment between the defense of the market and the defense of tradition. Indeed, as Edward Feser has argued, the defence of tradition, custom, and common sense morality could well constitute the most important aspect of Hayek’s social and political thought. Hayek’s theory of evolutionary rationality shows how traditions and customs (those surrounding sexual relations, for example) might be reasonable solutions to complex social problems, even when, and especially when, no clear rational grounds can be provided to the individual for obeying them. These customs have been selected by the ‘‘invisible hand’’ of social reproduction, and societies that reject them will soon enter the condition of ‘‘maladaptation,’’ which is the normal prelude to extinction.

GENEPSP: ESTADO@PT Nils Karlson

Junto os link para as apresentações do Nils Karlson, do Ratio Institute, e do nosso AAA, no GenePSD, sobre o tema "Estado". Obrigatório ver.

O Legado de Milton Friedman – Os anos 80, do economista pop


Friedman, no anos 80, dedicou-se à promoção das suas ideias, muito para lá da Academia e da Universidade. Tornou-se num economista pop, num livre pensador, fez televisão, agiu politicamente, escreveu best sellers.

Na sua obra, “Free to Choose”, encontramos uma das ideias-chave para perceber a nossa forma de ver a política, hoje em dia tão difundida, a da “liberdade de escolha”. Aí, Friedman fala-nos daquilo que é a mobilidade social, de como todos deveríamos ser criados iguais, no valor da escola livre, na força da sociedade civil, do cidadão-consumidor, do cidadão-trabalhador, dos perigos da inflação, e da receita para nos mantermos livres: sermos indivíduos autónomos, vigilantes contra a concentração de poderes, e promotores de todas as formas de cooperação voluntária.

Estas mensagens, que tantas vezes nos são apresentadas, hoje, como pioneiras e inovadoras, tiveram o seu momentum, há 30 anos, e funcionaram como antevisão para o grande acontecimento do século XX, a Queda do Muro e dos regimes comunistas. A sua actualidade faz-nos pensar se, de facto, o Mundo não continua aos círculos, a gravitar, mesmo no campo das ideias, sobre o seu próprio eixo de gravidade.

O Legado de Milton Friedman - A trilogia da Liberdade

Friedman desenvolve nas suas obras aquilo que ele considera ser uma trilogia do conceito de liberdade: liberdade económica, liberdade civil e liberdade politica. Assim, mais liberdade económica traduzir-se-á em mais liberdade política e mais liberdades cívicas. Estas três dimensões andam sempre de mãos dadas, e são fonte da prosperidade: capitalismo, concorrência e liberdade são realidades inseparáveis e interdependentes.

É comum a crença entre socialistas que há uma linha de separação e independência entre estas formas de liberdade: ouvimos, a liberdade individual é um problema politico, e o bem estar um problema económico. A ideia de que é possível comprimir as liberdades económicas para promover um maior bem estar, que irá realizar o indivíduo, numa visão redutoramente materialista, é a génese dos socialismos.

Ora, Friedman combate este postulado, afirmando: a liberdade económica não só é essencial para promover a realização e o bem estar, como é condição prévia para a existência de liberdade politica.

Vejamos o seguinte exemplo:

Quando um indivíduo é obrigado a contribuir para um sistema de reformas compulsivo, a percentagem que lhe é retirada corresponde a uma limitação significativa da sua liberdade pessoal.  É claro assim que uma limitação nas liberdades económicas corresponde a reduções na liberdade pessoal de cada um.

Mas não apenas. Se damos lugar às liberdades económicas, estamos por essa via a evitar a concentração de poderes e, por essa via, a expandir as liberdades politicas. Se um Estado concentra em si 33% dos rendimentos dos seus cidadãos, e lhes dá discricionariedade nos gastos, há uma óbvia limitação não apenas da liberdades económicas mas também politicas, pois deixa cada um de poder decidir, nessa parte, sobre o seu próprio futuro.

No ponto mais afastado do eixo desta equação está a tirania, a escravidão, e a miséria. No intermédio, um caminho para a servidão, como enunciava Hayek.

Friedman não nega que a relação entre a liberdade económica e politica é complexa e nem sempre unilateral. O que ele enfatiza é que no processo económico as liberdades económicas precedem as liberdades políticas, como condição necessária e meio de realização.

O Legado de Milton Friedman – A Tirania do Status Quo e a importância das ideias

Friedman deixou-nos, para o campo das ideias, duas obras consideradas essenciais: “Capitalism and Freedom” (1962) e “Free to Choose” (1980).

É num ambiente de crescimento do peso do Estado na Economia, longe do mainstream intervencionista, que Friedman desenvolve a sua actividade profissional e – podemos assumi-lo – política.

Segundo Friedman, ambas as obras foram recebidas de forma totalmente distinta. Tal ocorreu, segundo o autor, não pela qualidade intrínseca das obras ser diferente, não por razões intelectuais ou filosóficas, mas fruto da experiência percebida pelas populações, em especial em virtude do aumento dos impostos e da inflação provocados pelas políticas keynesianas e socialistas. Para Friedman, o combate ao mainstream socialista, a afirmação do primado da liberdade e das opções políticas de uma sociedade não Utópica não se faz contrariando a sedução de um futuro sem esforço, mas “mantendo as opções em aberto até que as circunstâncias tornem a mudança necessária”. As dificuldades encontradas quando se combate o socialismo reinante deve-se ao que o autor apelida de “Tirania do Status Quo”, à inércia que existe na sociedade civil e sobretudo no universo estatal, que limita a mudança de paradigmas. Só as crises – actuais ou percebidas – são aptas a produzir mudanças efectivas.

Para o autor, não há decisões sem ideias, e portanto ele preocupou-se, sobretudo, em estar disponível para o debate, de forma a que, na ocorrência da crise, as suas ideias pairassem por aí, estivessem suficientemente maduras e acessíveis para ajudar a construir pontos de inversão ou viragem: amadurecer ideias, estar disponível, “até que o que antes era considerado politicamente impossível se torne politicamente inevitável".

drogas: liberalizar o uso, liberalizar a discriminação

... como o despedimento por justa causa por contrariar determinado articulado contratual eventualmente assinado por ambas as partes, que determinaria o seu não uso, critérios de exames, etc.

Mas eventualmente tal norma contratual não seria do interesse de muitos empregadores:

Charlie Sheen Could Teach Wall Street a Lesson: Matthew Lynn: "First, Sheen is entitled to a private life. He’s not an elected official and doesn’t offer moral guidance to anyone. If he wants to party like a wild animal, that’s his business. He is a fine actor, as movies such as “Platoon” (1986) and “Wall Street” (1987) showed. It’s ridiculous to expect him to behave like a Sunday school teacher. Since when were sitcom stars expected to be celibate teetotalers? There is no obligation on him to live his life by anyone else’s rules.

Companies Need Stars

Second, he’s the talent. A hedge fund wouldn’t fire the star trader if he was a drug user or an alcoholic. It would have to get rid of half the staff if it did. A publishing house doesn’t drop its biggest-selling writer because he or she keeps a bottle of vodka next to the computer. There would be far fewer books to read if it did. Media companies need stars more than stars need media companies. It’s that simple." Matthew Lynn na Bloomberg.com

segunda-feira, 7 de março de 2011

Atlas Shruggred



Demand Atlas Shrugged Part 1 in Lisbon!
Atlas Shrugged Part 1 in Lisbon - Learn more about this Eventful Demand

View all Lisbon events on Eventful


"Do you wish to know whether that day is coming? Watch money. Money is the barometer of a society’s virtue. When you see that trading is done, not by consent, but by compulsion- when you see that in order to produce, you need to obtain permission from men who produce nothing – when you see that money is flowing to those who deal, not in goods, but in favors – when you see that men get richer by graft and by pull than by work, and your laws don’t protect you against them, but protect them against you- when you see corruption being rewarded and honesty becoming a self-sacrifice- you may know that your society is doomed.“"

socialism versus libertarian

Usando a ferramenta de contagem de palavras da biblioteca Google Books (de 1870 a 2000)

socialism



libertarian


Crenças e factos

Embora Hayek o tenha escrito num contexto em que os partidos conservadores europeus haviam capitulado ante o colectivismo do pós-guerra, em 1960, o poderoso post-scriptum a The Constitution of Liberty, intitulado "Why I Am Not a Conservative", continua a ser uma fonte de onde várias ilações podem ser retiradas, quer quanto ao caminho prosseguido pelos partidos conservadores, ao apropriarem-se do que comummente se designa por neo-liberalismo, quer quanto ao que conservadorismo e liberalismo devem compatibilizar para fazer frente ao socialismo. Não por acaso, uma e outra doutrina reclamam-se herdeiras dos mesmos autores (Hume, Burke, Tocqueville, Acton, Smith, p. ex.). A versão integral pode ser consultada aqui, deixando ficar à consideração dos preclaros leitores e leitoras esta passagem:

«Personally, I find that the most objectionable feature of the conservative attitude is its propensity to reject well-substantiated new knowledge because it dislikes some of the consequences which seem to follow from it - or, to put it bluntly, its obscurantism. I will not deny that scientists as much as others are given to fads and fashions and that we have much reason to be cautious in accepting the conclusions that they draw from their latest theories. But the reasons for our reluctance must themselves be rational and must be kept separate from our regret that the new theories upset our cherished beliefs. I can have little patience with those who oppose, for instance, the theory of evolution or what are called "mechanistic" explanations of the phenomena of life because of certain moral consequences which at first seem to follow from these theories, and still less with those who regard it as irrelevant or impious to ask certain questions at all. By refusing to face the facts, the conservative only weakens his own position. Frequently the conclusions which rationalist presumption draws from new scientific insights do not at all follow from them. But only by actively taking part in the elaboration of the consequences of new discoveries do we learn whether or not they fit into our world picture and, if so, how. Should our moral beliefs really prove to be dependent on factual assumptions shown to be incorrect, it would hardly be moral to defend them by refusing to acknowledge facts

sábado, 5 de março de 2011

A história passada do federalismo europeu

"The mass of federal and state debt could have depreciated and passed out of existence by the end of the war, but the process was stopped and reversed by Robert Morris, wealthy Philadelphia merchant and virtual economic and financial czar of the Continental Congress in the last years of the war. Morris, leader of the nationalist forces in American politics, moved to make the depreciated federal debt ultimately redeemable in par and also agitated for federal assumption of the various state debts.

The reason for this was twofold:

(a) to confer a vast subsidy on speculators who had purchased the public debt at highly depreciated values, by paying interest and principal at par in specie; 18

[curioso,quem é que será ajudado com uma solução financeira-federalista no alto interesse da estabilidade, do euro, da Europa, do mundo, do universo?....]

and

(b) to build up agitation for taxing power in the Congress, which the Articles of Confederation refused to allow to the federal government.

[impostos federais...rings a bell]

The decentralist policy of the states’ raising taxes or issuing new paper money to pay off the pro rata federal debt as well as their own was thwarted by the adoption of the Constitution which brought about the victory the nationalist program, led by Morris's youthfull disciple and former aide, Alexander Hamilton."

History of Money and Banking in the United States: The Colonial Era to World II, Murray N. Rothbard.

sexta-feira, 4 de março de 2011

A bolha pós-bolha

Taxas de Juro reais (Bancos Centrais) acentuadamente negativas: BCE= 1% inflação UE = 2.3%; FED= 0.5% inflação EUA = 1.6%; BoE=0.5% inflação RU = 4%

E mais, existe algum estágio que não conte para um currículo?

E regular aqui significa: proibir (um dia, criminalizar?) pessoas de aceitar voluntariamente ganhar acesso a experiência profissional pago pela sua não-remuneração: Bem dizia o deputado do PS que no direito, só os muito bons alunos e herdeiros de famílias de advogados estabelecidos passam a ter tal privilegio.

"Acerca dos regulamentação dos estágios não-curriculares: Como aqui refere o Pedro Martins, a recente regulamentação dos estágios não-curriculares pelo governo irá com grande probabilidade aumentar o desemprego entre os jovens. Não estou a dizer que o governo tenha obrigatoriamente que decidir exclusivamente em critérios económicos. No entanto convém não ignorar as consequências dos seus actos ou, pior ainda, elaborar inusitadas teorias para os sustentar". MIGUEL NORONHA

quarta-feira, 2 de março de 2011

A arte da autofagia monetária

Quem compra a divida publica? Os Bancos Centrais. Por inflação monetária.

Business Insider: From the just-out Bill Gross march letter, the PIMCO chief asks: Who will buy Treasuries when the Fed stops? His answer: He doesn't know. But at the graphic makes clear, there's a pretty huge hole to fill.




treasuries


The Austrian School of Economics: A History of Its Ideas, Ambassadors, and Institutions

Mises Economics Blog

The Austrian School of Economics: A History of Its Ideas, Ambassadors, and Institutions


If you are like many people, you have been curious about the Austrian School but didn’t know where to turn to discover more about it. This book is the one that makes sense of it all!

Preface to the English Edition
Preface
The Austrian School in Brief

1. Vienna in the Mid-Nineteenth Century
2. Economics as an Academic Discipline
3. The Discovery of the Self: The Theory of Subjective Value
4. The Emergence of the Austrian School in the Methodenstreit
5. Carl Menger: Founder of the Austrian School
6. Time is Money: The Austrian theory of Capital and Interest
7. Friedrich von Wieser: From Economist to Social Scientist
8. Eugen von Böhm-Bawerk: Economist, Minister, Aristocrat
9. Emil Sax: The Recluse from Voloska
10. Further Students of Menger and Other Supporters
11. Money Makes the World Go Round: The Monetary theory of the Business Cycle
12. Joseph A. Schumpeter: Maverick and Enigma
13. Schumpeter’s theory of Economic Development
14. The Austrian School’s Critique of Marxism
15. The Consequences of War: The Imminent Collapse
16. Between the Wars: From Re-formation to Exodus
17. Ludwig von Mises: The Logician of Freedom
18. Friedrich August von Hayek: Grand Seigneur on the Fence
19. Other Members of the Younger Austrian School
20. Praxeology: A New Start from Ludwig von Mises
21. Friedrich August von Hayek’s Model of Society and His Theory of Cultural Evolution
22. The Entrepreneur
23. The Rejected Legacy: Austria and the Austrian School After
24. The Renaissance of the old ‘Viennese’ School: The New Austrian School of Economics

Abbreviations
References Index


Se o texto for longo, usar a quebra de salto abaixo. Se for curto, removê-la.

Are we running out of resources?

terça-feira, 1 de março de 2011

Revolução no mundo dito livre

Um dia, um desempregado proibido por lei de aceitar ou procurar um emprego ou um estagio pode fazer a diferença. Tal como o foi o vendedor tunisino impedido de trabalhar por não conseguir licenciamento.
+
...todas as leis que protegem emprego de quem já tem emprego e salário de quem já tem salário e os empresários protegidos por elas (constituem também barreiras entrada)
+
...todas as leis que dificultam o fecho e liquidação de empresas e a abertura de novas
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"Desemprego em Portugal com novo recorde de 11,2 por cento"