terça-feira, 12 de dezembro de 2006

AJP Taylor revisitado

Tendo em conta uma polémica antiga sobre AJP Tayor (que começou aqui dando azo a uma resposta - algo espontânea e apressada da minha parte, mas válida, em seis partes I, II, III, IV, V, VI), fica aqui a recomendação de Henrique Raposo na Atlântico. Pessoalmente, sendo um descoberta recente, foi a melhor das descobertas recentes, tendo até agora lido o seu (fantástico) livro sobre as origens da "WWII", os Hapsburgs e Bismarck. Também a li a sua introdução (banida, publicada mais tarde) ao livro de John Reed sobre a Revolução Soviética. Henrique Raposo exemplifica os seus aforismos e els são tantos que dá vontade de facto de os citar. E assim se descobre o prazer da ler sobre História.

"Borges dizia que devemos ler tudo (filosofia, história, ciência, etc.) da mesma forma que lemos um romance. Tenta-se. Mas, por vezes, é quase impossível. Veja-se o caso da História. Enfeitiçados pelas estruturas, processos, sistemas, mentalidades, etc, os historiadores têm feito todos os esforços para tornar insuportável a leitura de um livro de história política. É, por isso, mais do que reconfortante regressar à velha história narrativa de AJP Taylor.Taylor é o Oscar Wilde da história política; um talento para esculpir aforismos memoráveis: «Revolution is for society what a passionate love is for the individual». «Wars are the eclipse of diplomacy»; «in politics as in other things, nature abhors a vacuum». Taylor escrevia sobre homens concretos, não sobre rebanhos de estruturas anónimos que apenas um ou dois iluminados conseguem discernir no invisível.Nunca se percebe como é que alguns intelectuais inventam coisas invisíveis que só eles conseguem ver."

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