Público (assinatura): A interrupção voluntária do diálogo, "Optar por uma reiteração de princípios universais, como o do respeito fundamental pela vida, confundindo-os com normas e regras de ordenação concreta das vidas é, além do mais, optar por uma posição paternalista, de imposição e vigilância normativas, e suspeitar de uma atitude fraternal, de confiança e solidariedade com os que, de forma autónoma, procuram discernir as opções mais justas. Partir para este debate com a certeza de que a despenalização do aborto é porta aberta para a sua banalização é abdicar de acreditar nas pessoas, em todas as pessoas, e na sua capacidade de fazer juízos morais difíceis. Não é essa abdicação que se espera de homens e mulheres de fé. "
Nota: Engraçado, este desejo de liberdade e soberania individual nunca é advogado quando se fala do Estado regulador e social que abrange todos os aspectos da vida individual.
Que autoridade moral e consistência ideológica ou simplesmente filosófica terão estes autores para criticar "optar por uma posição paternalista, de imposição e vigilância normativas"?
Que dizer da proibição de fumar em propriedade privada? Que dizer do salário mínimo imposto a partes que aceitariam um salário menor? Que dizer do sistema compulsória de pensões? Que dizer da imposição de programas educativos?
Aborto é a expulsão do feto. Assumam que pretendem dar à mulher a capacidade de o expulsar do seu corpo (a sua propriedade). É um caso de expulsão. De reivindicação dessa capacidade porque o corpo é da mulher. Depois tentem explicar porque outros proprietários (quer do seu livre arbítrio quer de empresas, etc), com consequências dir-se-ia muito menores, têm os seus direitos manietados na sua livre contratação e/ou capacidade de discriminação.
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