"Taylor é uma figura desacreditada entre os historiadores sérios. "
Cara Patrícia, não o que lhe deu para perseguir AJP Taylor. Existem muitas mais razões para desacreditar personalidades como Churchill que escreveu apressadamente a sua história para passar por cima dos óbvios erros e zigs-zags cometidos em toda a sua carreira, do que um historiador que nunca deixou as suas preferência políticas interferir no seu trabalho, as quaissão bastantes realistas. Taylor advogou uma aliança (e já depois de ter abandonado bem cedo o partido comunista, nos anos 20) com a URSS em termos militares muito antes de Curchill e Roosevelt o fazerem, que estúpidamente só o fazem depois desta fazer o acordo com os alemães e invadirem igualmente a Polónia -podia ter corrido mal. Ou antes, correu mal de qualquer forma porque foi Estaline que ganhou a guerra.
Foi Taylor que afirmou que o Socialismo sem Democracia não era nada, e que a Democracia mesmo sem Socialismo era o mais importante (ou algo aparecido, esta linha vem na introdução à sua história da Alemanha).
O seu problema é o mesmo de todo o edifício proto-neo-conservador: a infecção da ideologia que pode toldar o julgamento tranquilo olhando para a realidade sempre a partir de um edifício pré-concebido. Vícios antigos. O que não quer dizer que parte daquilo que tem escrito (ou de assumidos neo-conservadores) não seja tido em conta e por vezes como justo e acertado julgamento. Perceba-se que eu não quereria cometer a mesma falácia.
Vamos lá ver o "seu" artigo.
* "troublemaker, patriot, empiricist, Englishman."
* "... with English History 1914-1945, an incredible display of narrative history, populist radicalism, English patriotism and - with its spellbinding "England Arise!" last paragraph - stylistic verve."
*"In the 1970s, his own anti-Germanism transformed into hostility towards the EU, and among his protégés were the Eurosceptic academics Alan Sked and Norman Stone - the latter's thinking informing Thatcherite diplomacy in the late 1980s."
Parece ser alguém capaz de encontrar em Thatcher uma alma gémea ao advogar da tendência trágica dos alemães para os extremos (o melhor e pior). Afinal esta, na tradição de Churchill, era também anti-germanófila. E aliás, é estranho que sendo clara esta característica depois conseguem encontrar (o que não é verdade) alguma espécie de defesa dos alemães na sua história sobre as origens da WWII. Enfim, contradições.
E quem ler este artigo, só pode ficar imediatamente curioso sober a personagem e a sua obra. Recomendo-lhe vivamente a sua leitura. É um dos escritores ingleses que mais fácilmente e com prazer se lê. Se quiser, em cada capítulo, podemos debater em que aspecto é que AJP possa estar desacreditado por aquilo que escreve.
PS: Não sei também porque terá alguma coisa contra os "pubs" da esquina.
PS2: Pelo menos Niall Fergusson (declaradamente pró-imperialista) tem a capacidade de admitir que a entrada dos ingleses na Primeira Guerra Mundial foi o maior dos erros do Império. Que no fim, sai aumentado à custa da destruição da civilização europeia e a caminho de mais uma guerra. Foi Churchill que conduziu o Império ao seu fim (não é a AJP Taylor que se devem estes meus comentários sobre tão grande personalidade. Taylor com já se viu, é acima de tudo um "Englishman")
PS3: Os meus comentários são óbviamente uma opinião muito pessoal e em nada devem ser confundidos com o que será a de outros membros desta associação.
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