sexta-feira, 13 de agosto de 2004

Quantidade fixa monetária II

1. Falar em "Quantidade fixa de dinheiro/monetária" é apenas um instrumento de análise dos fenómenos de crescimento económico, preços, lucros, isolando a questão monetária. Não é uma defesa de que deve ser fixa ou não. O que podemos dizer, é que num sistema de padrão ouro com reservas de 100% (ou tendencialmente) , a quantidade monetária não pode, por definição descer, e que adicionalmente, não representava qualquer problema económico em si.

2. O dinheiro que se guarda debaixo da cama ("hoarding") não prejudica em nada a "economia". Depois, decidir guardar dinheiro onde bem nos apetece parece-me ser um direito humano universal. Não é de mais referir que dinheiro não é capital. Se alguém pegar na sua poupança em notas e as queimar, em nada afecta a quantidade de capital disponível na economia, a sua tradução monetária é que se altera através de alterações nos preços.

3. A descida de preços é a razão porque existe crescimento económico.

Num determinado momento, a minha produção individual, devido ao capital empregue possibilitado por uma poupança e investimento anterior, passa a ter um custo unitário (e portanto preço) inferior.

Porquê? Como consigo baixar o custo unitário (tempo/recursos/meios), o resto dos individuos vão conseguir libertar parte do seu tempo/recursos/meios necessários afectos à produção necessária de bens/serviços usados para trocarem comigo, a mesma quantidade que a anterior à minha descida de preços.

Com o tempo/recursos/meios assim libertados, passam a poder produzir outros bens e serviços que vão poder trocar comigo ou outro.

Mas agora perguntam, se eu baixei o meu custo/preço unitário, como consigo obter meios para trocar pelos outros novos produtos e serviços produzidos por terceiros? Porque eu próprio, tenho agora tempo/recursos/meios que me sobram para produzir bens/serviços para trocar por essa nova produção de outros, só possível, porque eu, em primeiro lugar, baixei o custo/preço unitário da minha produção.

Assim, na prática, quando baixo o meu custo unitário posso aumentar a minha produção. Os terceiros, porque para comprarem-me a mim a mesma quantidade dos meus produtos/serviços, gastam menos meios, podem eles próprio aumentar a sua produção (com os meios libertos derivados da minha baixa do custo/preço da minha produção) que vão propor trocar pelo meu próprio aumento de produção.

4. Dinheiro representa apenas um meio de troca e não capital existente na economia.

Como os Estados, os bancos e os economistas estatistas perceberam que naionalizando o dinheiro podiam manipular a sua quantidade, em seguida cairam no erro de acreditar que é possível aumentar o crédito ao invesimento aumentado a quantidade desse dinheiro.

Não pode. Aumentar a quantidade de dinheiro em nada aumenta o capital existente.

Aumentar compulsóriamente a quantidade de dinheiro apenas redistribui compulsóriamente a riqueza entre as pessoas (e quem beneficia em primeiro lugar com os novos aumentos de massa monetária são quem mais perto estão dele: as Grandes Empresas e os Bancos que mais cedo aproveitam a capacidade aquisitiva adicional para comprar meios ainda não inflacionados no seu preço) e distorce as contas da economia em relação à verdadeira poupança existente disponivel para sustentar novos investimentos.

Por causa dessa distorção é que se dão dão os ciclos economicos, que podem assim atribuir-se ao...Estado e todos que defendem o presente sistema monetário compulsório.

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