sábado, 14 de outubro de 2006

Emigração e self-made men

Interferências, por dos Santos.

A interrogação que infelizmente estes portugueses não parecem impor a si mesmos é a razão pela qual todos estes self-made men não foram, na verdade, produto caseiro. Porque foi necessário que saíssem para atingir tais resultados. E porque continua a corporate america a gerar mais self-made men de grande sucesso com sangue português do que Portugal. Quem colocar a si mesmo estas perguntas, sem conhecer previamente a resposta, acabará por ter de concluir que a única diferença é o facto de que estas pessoas que decidiram abandonar o seu país de origem, algo que no fundo aconteceu por toda a Europa, não foram bem sucedidas na sua terra nativa porque não lhe foi dada essa possibilidade. E decidiram recomeçar na América, ou em outro país maioritariamente livre, porque não é o Estado toda a fonte de oportunidades de empreendedorismo, mas sim a própria natureza da sociedade livre que permite que estas surjam quando alguém tem intenção e vontade de se dedicar à produção de algo que melhore as vidas de cada um dos elementos que a compõe.

Entretanto, e até que isto seja compreendido e assimilado, por consciencialização ou força da necessidade, aqueles que desejem maximizar as suas capacidades nas profissões da actualidade continuarão a emigrar para países que durante décadas sofrerem um desenvolvimento sustentado, o que lhes permite oferecer condições de trabalho muito mais apetecíveis e onde a qualidade é indubitavelmente reconhecida como preciosa. Consequentemente, os portugueses cá de dentro continuarão a ter portugueses e luso-something de quem se orgulhar, uns self-made men, outros já de profissões especializadas. E a grande maioria da Europa continental, de onde todos os mais individualistas vão tentando sair continuamente, deixando para trás os que defendem a manutenção dos sistemas económicos actuais e os malfadados estados de bem-estar (sic), continuará a assemelhar-se cada vez mais com uma estrutura decadente, em vias de colapso, que vive acima das suas possibilidades e acabará por sofrer o amargo sabor dos reajustamentos forçados.

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