terça-feira, 24 de abril de 2007

Generalizaçoes, cultura e religiao

Daqui a pouco ainda vamos ouvir dizer que dizer que a diferença entre o cristianismo e judaismo é ... Jesus Cristo, não só é uma "generalização" como apenas um detalhe. Ou que a diferença entre o Catolicismo e o Protestantismo é "apenas" a ICAR and "why can´t we all just get along" (perguntaria o domínio inglês protestante a uma Irlanda católica).

A melhor forma de manter a tolerância é reconhecer as diferenças. Reconhecer que essas diferenças têm consequências
na percepção dos conceitos sobre o poder político, sobre a autoridade referida por Pedro Arroja, sobre liberdade , etc.

Acima de tudo, é preciso ter o realismo de reconhecer que as diferenças produzem pontos irreconciliáveis. Podem não ser muitos, mas em algum lado, em algum tempo, essas diferenças obrigam a fazer escolhas ... até porque os conflitos de interesse aparecem.

Nesses pontos ou somos uma coisa ou outra, não podemos ser tudo ao mesmo tempo, quem o faz arrisca-se a no fim a não saber quem é, onde pertence, ou então está perto de uma conversão para um dos lados e ainda não o percebeu.

Tolerância significa aceitar que o irreconciliável existe.

Mas quanto maior é o domínio de um Estado sobre a sociedade civil, mais pontos irreconciliáveis podem acabar por aparecer, mais conflitos de interesse ficam visíveis. Ingénuo é pensar que não existem nunca e em situação alguma. Ingénuo é pensar que o poder do Estado não é palco de pequenas e mudas lutas de influência por diferenças ideológicas, identidades, etc.

O segredo americano de caldeirão culltural étnico-religiosos funcionará com estabilidade apenas enquanto a capacidade desse domínio centralizado fôr pequeno (ainda o é?). Na medida em que fôr cada vez menos assim, antevejo "irreconciliáveis" que obrigam a "escolhas" de lealdades. E isso será o início do fim.

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