segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Capital, Juro e Rendas (Re-post)

O origem do Juro e a refutação implícita da "teoria da produtividade do capital" de Chicago e até de algumas "nuances" intra-austriacas.

Por Frank Fetter, mais um autor austriaco como que salvo da obscuridade por Murray N. Rothbard que realçou o génio e simplicidade de visualizar todos os custos como rendas:

1. Os salários são uma renda negativa paga mensalmente.
2. Todo o tipo de investimento poderá ser efectuado com o pagamento duma renda negativa (aluguer).
3. As vendas podem ser visualizadas também como rendas positivas.

No inicio da actividade teriamos qualquer coisa como (custos negativos, vendas 0 ou positivas):

Mês 1: -100 + 0 = -100
Mês 2: -100 +0 = -100
Mês 3: -100 +20= -80
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Mês N: -100 + 120= 20

Percebe-se assim bem, que aquilo que chamamos de capital para investir constitui simplesmente a poupança necessária que a economia tem de efectuar anteriormente (e disponibilizada pelos accionistas e credores) para que seja possível "aguentar" a tesouraria negativa (-100-100-80) durante o ciclo inicial (e correndo o risco de se as vendas forem mal sucedidas, o "capital"/poupança colocado de lado para aguentar períodos negativos de tesouraria não será suficiente, obrigando ao fecho da actividade, e perdendo os accionistas e credores todo o dinheiro disponibilizado).

Muito semelhante em analogia, ao exemplo de R. Crusoé numa ilha que tem de acumular alimentos suficientes para ser capaz de se dedicar à actividade de produção de instrumentos durante x tempo, tendo em conta a perspectiva de estes poderem aumentar mais tarde a quantidade de bens "produzidos" e "consumidos". O problema (falência individual ou ciclo económico generalizado) é que se não acumular alimentos suficientes, pode não conseguir acabar os instrumentos, sendo obrigado a deixá-los inacabados, sendo obrigado a voltar ao seu "nível económico" anterior.

Agora, quem disponibiliza as máquinas e outros meios, recebendo uma renda, exige que essa renda tenha um juro implícito ou prémio exigido por não ter disponível a totalidade do valor para consumo ("preferência temporal"), recebendo de volta o valor emprestado ao longo do tempo.

"Frank Fetter was the great American Austrian who devoted a fantastic part of his professional life to arguing on behalf of the pure time preference theory of interest. His work is lucid and powerful, and largely would have been forgotten if Murray Rothbard had not assembled this excellent volume of his writings. It supports the Misesian case in every detail, and set it against the productivity theory and other false notions of interest. "

"Capital, Interest, and Rent" is now available for free download or print on demand.

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