A subida pura e simples de preços está mais associada à emissão de moeda para financiar directamente a despesa pública (coisa que de resto continua a acontecer porque os Bancos Centrais compram efectivamente dívida pública por emissão monetária, apenas aprenderam a fazê-lo de forma mais moderada), efeito que é tão directo e claro que quase que se pode dizer que acaba por ser detectado por toda a população.
Com o "crédito fácil" (vamos definir que existe "crédito fácil" quando a taxa de juro fixada pelo B.C. e as operações de intervenção e regulação por este conduzem a uma taxa de juro abaixo do que a que se obteria numa economia livre) o que obtém são efeitos mais invisiveis porque precisamente a sua consequência não é a "subida de preços no consumidor", mas sim o desequilíbrio entre consumo-poupança- investimento.
Nem a população tem a responsabilidade de o saber, nem mesmo os economistas o perceberam nos últimos 70-80 anos. Pelo contrário, até compraram fantasias como o "multiplicador"/"curva de Philips"/etc (erros tão claros que até deviam envergonhar a classe) e outras coisas que tais (e ainda hoje a coisa não é consensual. Como é tipico comportamental de um qualquer mainstream, ninguém declara derrota e assume erros. Aos poucos deixam de falar no assunto até que um dia até parece que nunca o disseram).
Uma das dúvidas existenciais dos Bancos Centrais é saber se devem incorporar os preços dos activos nos seus modelos (como preços das acções, casas, etc). Parece-me óbvio que sim, mas também é visivel que é impossível determinar o que é uma subida de preços normal ou não normal ou ainda construir um indice de preços que junte consumo e activos.
Certo é que a determinação de uma taxa de juro de intervenção e de oferta de reservas não controla por si só a quantidade monetária. Essa taxa, em média estará sempre abaixo do que se poderia observar numa economia livre.
Adenda: Deve entender-se aqui como taxa de juro real.
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