quinta-feira, 23 de agosto de 2007

Economia e Moeda

A melhor forma de investigar os fenómenos económicos é a de imaginar uma economia com quantidade de moeda fixa. Aliás, hoje percebo que esse deveria ser o caminho lógico dos cursos de economia.

[Só depois se deveria introduzir o aumento da complexidade de uma moeda livre (mas 100% de reservas), depois para uma moeda livre (mas sem exigência legal de reservas) e só depois passar para o sistema coercivo actual onde não existem reservas mas sim onde as "reservas/taxa de juro/massa monetária" são uma decisão/regulação do Banco Central e de mercado livre no resto do sistema]

Com uma quantidade fixa de moeda é possível perceber e "visualizar" que:

1. O crescimento económico materializa-se na descida geral dos preços (o que se compreende também se pensarmos que com o "crescimento" as mesmas horas de trabalho mensal produzidas por uma pessoa conseguem produzir/consumir mais bens).

2. Todo o investimento requer obrigatoriamente que exista poupança monetária anterior (abstenção de consumo). Para efectuar esse investimento será exigido um juro que corresponde a uma quantidade adicional de dinheiro (poder aquisitivo adicional) no futuro. É que quem poupa tem a alternativa de apenas guardar o dinheiro sem juro.

Agora, imaginemos que uma dada entidade tem a capacidade de conceder crédito aumentando a massa monetária. O processo é o seguinte: O Banco 1 empresta dinheiro a A, criando um saldo positivo na sua conta a Ordem. Sem esforço nem custo.

Os efeitos:

1. A taxa de juro é menor do que seria porque para conceder o crédito o Banco não teve de convencer ninguém a abdicar de consumir esse exacto montante.

Beneficiados: Banco 1 e o Investidor A

Porquê? O Banco 1 ganha mais negócio. O Investidor A paga uma taxa de juro mais baixa por um lado, por outro quando vai gastar o dinheiro os preços gerais não reflectem ainda a subida da massa monetária, assim não só beneficia porque a taxa de juro é mais baixa como o poder aquisitivo desse dinheiro é mais alta do que será mais tarde.

Prejudicados: os detentores de poupança a quem seria pago uma taxa de juro maior (negócio apropriado pelo Banco 1). E os últimos a utilizar esse dinheiro na economia porque quando essa nova quantidade de dinheiro criada lhe chega às mãos já os preços subiram (e quem são em parte? o sector primário: os agricultores, etc).

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