O problema do uso da razão no que respeita a ordens sociais não é própriamente que alguém (ou um grupo, ou uma maioria) exerça essa capacidade para "desenhar" uma ordem social, mas sim que o seu uso se expresse em comandos compulsórios-coercivos negando os direitos naturais (que confere a capacidade de os recusar), a base de qualquer presunção de voluntarismo em aceitar uma dada ordem social (incluindo a democracia).
Esse é o problema ético de qualquer tipo de "racionalismo construtivista". E quanto mais abrangente (mais pessoas sujeitas) maior o mal.
O problema utilitário é que passando por cima da imoralidade de ser imposta uma da ordem social, essa imposição tende a provocar maus resultados dada a probabilidade dessa ordem social falhar económicamente.
O cristianismo será a religião que melhor (tenta? consegue?) compatibiliza a Revelação dos direitos naturais com a capacidade de descoberta dessa direitos pelo uso da razão. Fé e Razão.
Daí o seu maior afastamento do poder político do que em outras civilizações, criando a ideia subversiva dos direitos naturais como independentes de qualquer autoridade política.
Imagino que uma crítica possível seja a que o raciocínio está viciado porque parte da permissa da pré-existência dos direitos naturais.
Pois, é verdade. Tudo se discute aí, ou existe revelação e/ou descoberta pela razão do direito natural, ou não existe nada.
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