terça-feira, 21 de agosto de 2007

Para perceber II

Devia ser simples perceber que se a taxa de juro é artificialmente mais baixa do que seria se não existisse pura criação monetária para conceder crédito, sabendo (quase) todos que a essa criação monetária não corresponde poupança real e voluntária, não só o investimento não sustentado é incentivado, como sendo a taxa de juro mais baixa do que seria numa situação de mercado livre e de Direito (100% de reservas para os depósitos à ordem), o consumo é incentivado.

Assim, não só o investimento é aumentado para além do que seria suportado pela poupança real e voluntária, também o consumo é aumentado para além do suportado pelo actual rendimento.

O resultado é o consumo de capital conduzindo à recessão e depressão. Existe um culpado: o socialismo inerente ao actual sistema monetário. 

E depois quando as crises surgem, aparecem os Bancos Centrais a concederem ilimitado (caso do BCE no dia 16 e 17) crédito de curto prazo (em caso mais sério, passa a crédito de mais longo prazo e quem sabe intervenção ao nível de capital) com o recurso à pura criação de dinheiro para socorrer os agentes financeiros que mais se aproveitaram de um ciclo de expansão falsamente sustentado no crescimento monetário e não em poupança real e voluntária.

Perceber as origens dos ciclos económicos e os efeitos redistributivos do crescimento da massa monetária deve conduzir a uma reivindicação: abolir os Bancos Centrais, talvez apenas como reguladores de um sistema de 100% de reservas, mas para isso, o direito civil basta.

A solução é simples, até porque podem simplesmente conceder que qualquer moeda emitida livremente é livremente circulável.

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