segunda-feira, 27 de agosto de 2007

Governo e Estado

Vamos lá dizer que um grande projecto imobiliário residencial e comercial é traçado por um empresa especialista no sector (que é proprietária de grandes centros comerciais e zonas residenciais anuncia um plano de compra de um terreno em estado de abandono a um determinado Estado (talvez um conjunto de ilhas, etc) e propõe-se comprá-lo para o desenvolver de forma integrada num grande projecto residencial diversificado e comercial (e até com espaço industrial, etc) com a condição que o Estado renuncie à sua soberania (mediante um acordo que regule as relações pós-secessão, etc).

Nesse projecto, a empresa procederá ao desenho de soluções pós-desenvolvimento, como, retendo direitos sobre o comércio sob o qual cobrar uma taxa sobre as vendas, organizar a segurança, o relacionamento entre os vários condomínios e com a empresa gestora, etc. Podermos chamar-lhe Estatutos ou quem sabe Constituição Privada. Com toda a certeza, um modelo onde o núcleo mínimo de decisão será o proprietário ou residente, mais do que o indivíduo, mas onde o interesse em atrair residentes obrigará a explicitar limites e regras estáveis consensuais e papel possível quanto aos não-proprietários (referendos muito específicos), etc.

E assim, se o quisermos podemos dizer que existe um Governo. Mas existe um Estado?

Os grandes Centros Comerciais já hoje cobram taxas sobre as vendas para além de cobrar valores de arrendamento fixo (embora proporcionais aos m2 e localização), e com isso financiam a Segurança e Ordem Interna, etc. São "Impostos"?

O Orçamento operacional da sociedade gestora corresponde a um peso do "Estado sobre a economia"?

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