quarta-feira, 17 de setembro de 2003

re: Estabilizar desestabilizando...

Qualquer doutrina económica que sugere que a poupança (ausência de consumo) possa estar na origem de qualquer mal económico deve ser exposta ao ridículo, como assim o merece a sugestão que a descida de preços seja a causa do que quer que seja. Toda a reputação da generalidade dos economistas parece estar apostada na incrível concepção que o actual sistema monetário, que pela coerção legislativa nos obriga a usar uns pedaços de papel fotocopiados, sem qualquer valor intrínseco, e cuja quantidade (da massa monetária imposta por legislação) é aumentada quer para financiar os deficits públicos quer para o sistema bancário poder conceder crédito sem a captação de poupança voluntária, é economicamente defensável.

O sistema actual é piramidal, os Bancos Centrais acumulam pedaços de papel de outros Bancos Centrais e acham que isso constitui um activo válido que lhes trás segurança, ao mesmo tempo que não perdem tempo em desfazer-se do único activo real que detêm – Ouro. Nunca na história da civilização, o poder de criar e destruir se concentrou tanto como nos Bancos Centrais actuais. Com o esforço de um movimento contabilístico, os Bancos Centrais podem criar do nada, monstruosas quantidades de fiat money, com poder aquisitivo para aquilo que o Estado bem lhe apeteça – financiar o welfare warfare state, comprar acções, dívidas, bens, em quantidades monstruosas. E como sabem, quem tudo pode criar, tudo pode destruir – algo que só a Deus concedemos.

E à medida que o sistema vai tendo os inevitáveis sobressaltos (crise asiática, Argentina, Turquia, etc.), a tendência é para ir concentrando o sistema monetário a nível mundial, (euro, zonas monetárias, “coordenação internacional”, FMI, Banco Mundial, BIS, etc.) para impedir (na verdade, adiar) o seu colapso. Hoje, o sonho de alguns, é termos uma moeda mundial com um Banco Central mundial, proibindo ao mesmo tempo que apareçam alternativas de mercado. Desta forma, a nível planetário deixariam as pessoas de poder vender a sua má moeda por outra menos má, ou pela única livre (o padrão ouro). Esquecem-se estes que sob o padrão ouro, teríamos uma moeda livre e mundial e que por definição obrigaria ao equilíbrio dos deficits públicos. But, who the hell wants that, anyway?

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