William Buckley, fundador da National Review, retira-se e afirma:
"With the benefit of minute hindsight, Saddam Hussein wasn't the kind of extra-territorial menace that was assumed by the administration one year ago. If I knew then what I know now about what kind of situation we would be in, I would have opposed the war."
William Buckley, era em 1955, à data da fundação da National Review, até muito conservative-libertarian, mas a migração da esquerda democrata (muitos dos quais ex-trotskistas e cuja dissidência com Estaline era precisamente contra o seu "socialismo num país" e a sua rejeição da revolução internacional) para os republicanos (liderada por Irving Kristol) que deu origem aos neo-conservadores e o seu virus internacionalista (cujos referências são os "War Presidentes" Democratas Woodrow Wilson, Roosevelt, Truman), acabou por convencer muitos, no cenário da guerra fria, de um novo papel internacionalista - nunca referido pelos "pais-fundadores" para o Estado Federal. Isso levou-o a proceder a uma purga de todas as facções dos conservadores tradicionais vindos da Old Right(na interpretação da Constituição, na rejeição do New Deal, na desconfiança contra o Estado Federal e por uma política externa minimalista) como Joseph Sobran, Patrick Buchanan e até a ignorar pensadores conservadores como Russel Kirk e Robert Nisbet que em larga medida, adaptaram Edmund Burke (ele próprio um observador preocupado com as próprias ambições do Império Britânico ao mesmo tempo que via o Jacobinismo como uma ameaça à ordem natural) ao mundo moderno.
A National Review, é hoje, uma das casa dos neo-conservadores, como o é a Weekly Standard de Bill Kristoll, o American Enterpise Institute (AEI) e o Manathan Institute, e todos embarcaram no lógica da missão ideológica da revolução social imposta pela força e para o bem de todos, mas especialmente para o bem de Israel. Muito Napoleónico e Jacobino embora não o reconheçam. Reconhecem-se em Churchill mas este era um arqui-imperialista que não acreditava na democracia nas colónias (incluindo a Índia) e cujas decisões que tomou trágicamente levaram precisamente à queda acelerada do seu (e nosso) amado império, porque de alguma forma julgou que a Segunda Guerra ia ser como a Primeira (a guerra inútil que destruiu a Europa como civilização no mundo) no qual os Impérios vencedores ficaram ainda maiores. Enganou-se, porque o resultado foi a consolidação do comunismo por mais 50 anos na Europa e Ásia (já tinha sido a Primeira a provocar a queda do Czar), onde factores de equilibrio regionais foram destruidos (como o Japão, deixando-se o caminho aberto para Mao na China, e os comunistas na Coreia) tal como na "Primeira", a destruição por Versailles do Império Austro-Hungaro provocou a ausência de balanceamento das ambições germânicas na Europa Central (a Prússia e os Austríacos sempre foram rivais). O pior de tudo, claro, foi que Napoleão viu concluido, no início do séc. 20, o seu trabalho de destruir as monarquias e a velha ordem para vermos a emergência das repúblicas comunistas e fascistas. Quem quer uma NOVA ORDEM tem de contar com efeitos inesperados. Quem quer uma NOVA ORDEM dificilmente pode ser confundido com um velho conservador inglês ou mesmo americano.
Mas foram estes que apelidaram os Conservadores tradicionais pela "Republic, not an empire" de "unpatriotic conservatives" who have "turned their back on their country." (David Frum, o canadiano, na National Review).
A ironia é que hoje o militarismo e até tendências revolucionárias (como digo, muito napoleónico), reside nos que se acham "moderados e esclarecidos", muitas vezes críticos da Alemanha precisamente pela sua história militarista mas ao mesmo tempo críticos pelo seu aparente pacifismo. E num aspecto pouco compreendido na batalha das ideias na América é que a sua hard-right é apelidade de "isolacionista" mas também de "moderada", enquanto o espectro consensual social-democrata ao centro estatista (neoconservadores-republicanos -democratas) é quem se bate pelo estender dos conflitos e uso dos militares, para uma NOVA ORDEM, e portanto, muito pouco moderada.
Outras vozes:
Sen. Chuck Hagel, an influential moderate Republican from Nebraska, sharply criticized the Bush administration in an interview here Tuesday, saying that the war in Iraq appears to have hurt America in its battle against terrorism."
Hagel, a politician sometimes mentioned as a future presidential contender, also said the United States is going to have to consider restarting the draft to maintain its many military commitments abroad. (...)
"This put in motion a new geographic dispersion" of the terrorists, said Hagel, 58, in an interview before delivering a speech to the World Affairs Council in Los Angeles. "It's harder to deal with them because they're not as contained. Iraq has become a training ground."
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