Ontem no "Prós e Contras", na RTP1, Medina Carreira voltou a brilhar e a pôr os pontos nos ii: a economia, esmagada por uma despesa pública que é já 50% do PIB (e continua a crescer), não vai "arrancar"; a receita fiscal já chegou ao limite do que é tributável e também não vai crescer; ninguém acredita que os mercados financeiros continuem a alimentar a dívida pública numa altura em que a própria situação financeira do Estado se encarrega de pressionar em sentido ascendente os juros que pagamos pelo dinheiro já tomado de empréstimo pela República. Ou seja, ou se corta na despesa, e já, ou dentro de alguns anos o Estado está na bancarrota e nós estaremos todos a entregar cada vez mais do que ganhamos ao governo: 70% de IRS? 50% de IVA?
Outro cenário possível, como já aqui disse, é uma "inflação continental" que nos "salve"; mas desenganem-se os keynesianos funcionais de todos os partidos: mesmo que essa inflação chegue, ela não melhorará este cenário, antes o agravará.
Também não nos salvará o paleio da "inovação", dos "estímulos" e coisas do género em que se entretiveram alguns dos comparsas de Medina Carreira na conversa da noite. Tudo isso são floreados que não fazem sumir o buraco gigantesco do qual o País se aproxima a passos largos. Nem os subsídios à inovação para indústrias exportadoras, referidas pelo cérebro ainda mercantilista de Silva Lopes.
O que não se percebeu em Medina Carreira foi que advogasse o regresso ao proteccionismo! Tinha, vossa excelência, de estragar tudo? Ao proteccionismo?! Ainda não aprendemos com os nossos séculos XIX e XX? Valha-me Deus!
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