quinta-feira, 9 de junho de 2005

Um Caminho para Portugal...

...o regresso a um Federalismo Municipal

"(…) Vinde cá, defensores do absolutismo, quem vos deu o direito de falardes desta nobre terra de Portugal nos tempos em que era livre?

(…) Em Portugal o despotismo é que é moderno, e a liberdade antiga. Cerrai de todos os olhos, vós que amais curvar-vos ante um senhor dos vossos bens e das vossas cabeças.

(…) Em que dia desceu este do céu (…) para ordenar aos seus escribas que rasgassem centenas de pactos constitucionais, onde estavam escritos os foros e liberdades desta terra; centenas de pactos municipais, onde estavam consignadas as liberdades e garantias das cidades e vilas do reino?

Em que dia desceu o direito divino a santificar a conversão em simples leis fiscais, dos códigos em que se continham as imunidades e franquias populares, cujo espírito sempre e cuja letra muitas vezes provam que esses códigos eram rigorosos contratos políticos, livremente oferecidos e aceites?

(…) Respondei, defensores do absolutismo! Que eram os nossos parlamentos até 1480, senão as assembleias onde o povo protestava sempre, ameaçava não raro, e castigava algumas vezes cerrando as bolsas, as quebras do que, na linguagem imperfeita daquelas eras, chamava os seus privilégios, e que nós chamamos direitos e garantias políticas?"


Em "Alexandre Herculano contra o Absolutismo da Centralização"

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