sexta-feira, 11 de agosto de 2006

Valores Morais e o Capital

"Capital is not a free gift of God or of nature. It is the outcome of a provident restriction of consumption on the part of man. It is created and increased by saving and maintained by the abstention from dissaving.

Neither have capital or capital goods in themselves the power to raise the productivity of natural resources and of human labor. Only if the fruits of saving are wisely employed or invested, do they increase the output per unit of the input of natural resources and of labor. If this is not the case, they are dissipated or wasted.

The accumulation of new capital, the maintenance of previously accumulated capital and the utilization of capital for raising the productivity of human effort are the fruits of purposive human action. They are the outcome of the conduct of thrifty people who save and abstain from dissaving, viz., the capitalists who earn interest; and of people who succeed in utilizing the capital available for the best possible satisfaction of the needs of the consumers, viz., the entrepreneurs who earn profit." The Noneconomic Objections to Capitalism
by Ludwig von Mises

PS: No entanto , quanto a "Capital is not a free gift of God or of nature" é preciso não deprezar o factor cultura-religioso que faz com que as pessoas moralmente escolham livremente abster-se de consumir, permitindo a acumulação de capital.

A baixa preferência temporal, que faz com que um poupador nato se abstenha de consumir é o que faz também "baixar" as taxas de juro (e não, a noção totalmente ridícula e mística não-científica, que tal é decidido por um banco central), aumentando as oportunidades para o empreendedor tentar novas formas de aumento de produção/produtividade.

Mas essa baixa preferência temporal depende largamente da visão intemporal da existência. Da continuidade da existência para além da sua própria existência. Por isso a família é o núcleo da civilização. E por isso a cultura homosexual é pouco dada a grandes abstenções de consumo.

PS: Quem queira perceber o meu antagonismo crónico (e de outros libertarians) às guerras dos Estados, só tem de pensar que quem vê o capital acumulado como uma graça que nos é concedida, resultado da interacção humana passada acumulada, e nisso vê (o que outros pretendem ver na Natureza em "estado puro") um quase milagre a ser preservado, só tem de pensar que as Guerras são os maiores destruidores de património e capital conhecido.

Mesmo a defesa da "liberdade", muitas vezes um conceito apenas abstracto, tem de ser ponderado perante os seus custos imediatos, ou seja, a defesa imediatista que implica o apelo a todos os meios estatistas de usar recursos para a destruição, deve ser medida contra o combate mais a longo prazo e menos destrutivas de capital possiveis contra esses atentados à liberdade (por exemplo, a da desobediência civil a uma ocupação - evita-se a destruição do "nosso" património na sua defesa, e a longo prazo, nenhuma ocupação militar é bem sucedida porque é económicamente ineficiente).

Como digo, o pacifismo tem a sua racionalidade, embora não o advogue em absoluto. Sou um pacifista do ponto vista estatista, mas a defesa objectiva e não abstracta da nossa propriedade e vida é que deve ser ponderada e activada, em interesse local, não na defesa do Estado.

Sem comentários:

Enviar um comentário