quinta-feira, 6 de janeiro de 2005

Boa piada

Jornal de Negócios:

"Governo diz a Bruxelas que todos os serviços vão pagar contribuição patronal à CGA

O Governo pretende alargar a todas as entidades do Estado o pagamento de uma taxa de contribuição patronal idêntica à do regime geral da Segurança Social, revela a actualização do Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC) entregue à Comissão Europeia pelo Executivo de gestão."

Nota: antigamente, assumia-se que os funcionários publicos não pagavam impostos. Depois, um ida, lembraram-se de dizer que iam passar também a pagar impostos. Agora querem refinar ainda mais a ilusão de óptica.

Vamos lá ser claros:

A totalidade da massa salarial paga pelo Estado provém exclusivamente dos impostos pagos. A das reformas dos funcionários publicos também.

De referir que parece que a diferença (positiva) de salário médio entre os funcionários públicos portugueses e a do resto da população é uma das maiores da Europa (até creio que é a maior).

E já agora: é na Grande Lisboa que existe maior concentração de massa salarial "pública" e onde o indice de rendimento médio comparado por exemplo com o da região Norte é praticamente o dobro.

A transferência de rendimento do resto país, rendimento realmente produzido (no sentido de que é gerado por venda de produtos/serviços em mercado voluntário), para pagar o nivel de salários públicos (ainda por cima, acima do rendimento médio daquilo que é pago no sector de economia livre) para prestadores de serviços compulsórios tem uma dimensão realmente significativa. Seria interessante estimar
valores concretos.

A luta de classes que existe é: os que pagam em termos liquidos versus os que recebem em termos liquidos. Temos de ter em conta que o sistema se auto-justifica por razões altruistas, mas a pobreza, falta de emprego e inutilidade do sistema educacional continuam a existir.

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