quinta-feira, 5 de maio de 2005

Dinheiro

Dinheiro é apenas um expediente para transacções. De força de trabalho por produtos. Produtos por produtos. Etc. Dinheiro não é capital. Dinheiro não circula, reside sempre em saldos de pessoas concretas (propriedade concreta de alguém a cada momento).

Não existe qualquer benefício social no aumento da quantidade de dinheiro e na verdade o Ouro foi escolhido livremente por todas as civilizações porque a sua produção é apenas de 2% a 3% do total de stock existente a cada momento.

Qualquer quantidade de "dinheiro" é suficiente para a função que cumpre. Até podia ser fixo. Nenhuma riqueza ou produtividade adicional ou o que quer que seja é gerada porque se aumenta a quantidade de dinheiro por inflação monetária.

O actual sistema monetário apenas interessa aos Estados para financiarem os deficits sem recorrer a impostos adicionais e ao Sistema Bancário que passa a ser protegido por um emissor monopolista e que lhe permite conceder crédito sem a captação de poupança e o socorre sempre que aparecem problemas.

A inflação que o sistema produz representa sim que a cada momento, que quer os Estados, quer os Bancos e os seus principais clientes, concedem/conseguem crédito pela desvalorização continua do valor da moeda. Existe assim um redistribuição de riqueza porque as quantidades adicionais de dinheiro beneficiam os que primeiro o usam .

O efeito mais grave são as crises financeiras e os ciclos económicos. O efeito da produção de moeda para financiar a economia, provoca a acumulação de erros na relação entre investimento e a poupança real.

Num ciclo ascendente, a inflação monetária dá a sensação que todo o investimento é rentável e financiável no longo prazo, acumulando-se um erro economico generalizado, até ao momento em que a "economia" percebe que não existe poupança real disponivel para suportar os prazos de investimento nem consumidores suficientes, começando então um processo de liquidação de activos e diminuição do crédito instalado (falências, baixa da bolsa, sistema financeiro a tremer, etc). E é nesta altura, que o Estado (que vive e se justifica nas crises que ele próprio provoca) arranja ainda mais motivos adicionais para crescer e intervir e se mostrar como inevitável e essencial à civilização.

Assim começam as crises a que chamam de "crise do capitalismo", mas na verdade são do socialismo e as suas ilusões de "planeamento" e "gestão" implicito no actual sistema monetário compulsivo. Nada me parece mais estranho que a fixação de taxas de juro a nivel mundial por duas ou três entidades burocráticas.

MONEY AND ITS PURCHASING POWER (M. Rothbard): "We are now on the threshold of a great economic law, a truth that can hardly be overemphasized, considering the harm its neglect has caused throughout history. (...) An increase in the supply of a consumers’ good (when there has been no decrease in the supply of another good) is demonstrably a clear social benefit; for someone’s “real income” has increased and no one’s has decreased.[6]

Money, on the contrary, is solely useful for exchange purposes. Money, per se, cannot be consumed and cannot be used directly as a producers’ good in the productive process. Money per se is therefore unproductive; it is dead stock and produces nothing. Land or capital is always in the form of some specific good, some specific productive instrument. Money always remains in some­one’s cash balance.

Goods are useful and scarce, and any increment in goods is a social benefit. But money is useful not directly, but only in exchanges.(...)

We con­clude that there is no such thing as “too little” or “too much” money, that, whatever the social money stock, the benefits of money are always utilized to the maximum extent. An increase in the supply of money confers no social benefit whatever; it simply benefits some at the expense of others.(...)

One of the most important economic laws, therefore, is: Every supply of money is always utilized to its maximum extent, and hence no social utility can be conferred by increasing the supply of money."

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