segunda-feira, 30 de maio de 2005

Totalitarismos

Medina Carreira (Via Insurgente): "Ah, vejo convenientes concerteza! Nós todos... se o meu amigo pagar menos do que deve, provavelmente eu vou pagar mais do que aquilo que devo. Portanto, eu tenho legitimidade para saber o que é todos pagam e todos têm legitimidade para saber o que eu pago. Não vejo nenhum problema nisso."

Pois:

A EDP vai passar a publicar quem está em atraso no pagamento das contas porque esses também são culpados da minha conta ser tão alta.

Os Bancos passam a publicar todos os devedores de prestações em atraso porque estes são os culpados de eu pagar uma taxa de juro mais alta do que o necessário (isto é, se todos cumprissem com os compromissos, o crédito seria mais barato porque a taxa de juro não incorporaria qualquer risco de actividade).


O que tem piada neste raciocínio é a áurea de legitimidade. “Eu”, “eu”(!) tenho legitimidade para saber o que todos pagam.

Pois bem, saiba que nenhum funcionário público, incluindo políticos e intelectuais de universidades públicas, paga um chavo de impostos (que decorre da sua actividade "publica") e vive exclusivamente deles.

Esses, devem ser os primeiros a ser publicados, mas na rubrica: Não Pagam Absolutamente Nada.

PS: os rendimentos acima dos 30 000 Euros são responsáveis por cerca de 66% da colecta de IRS. Porque e que ficamos com a impressão que todas estas medidas (para alem de novos escalões de 42%) têm como pressuposto que os maiores rendimentos são quem menos pagam (e o fazem criminosamente)?

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