quinta-feira, 19 de maio de 2005

Liberalismos (Classicos) do Papa Bento XVI

"Em última análise, a segurança de que precisamos como pressuposto da nossa liberdade e da nossa dignidade, não pode provir de sistemas técnicos de controlo, mas apenas da força moral do homem: onde ela falta ou não é suficiente, o poder do homem transforma-se cada vez mais num poder de destruição.

É verdade que existe hoje um novo moralismo, cujas palavras-chave são justiça, paz, conservação do criado – palavras que chamam a atenção para os valores morais essenciais de que precisamos. Mas este moralismo permanece vago e assim “escorrega”, quase inevitavelmente, na esfera político-partítica. Ele é acima de tudo uma pretensão para com os outros, e demasiado pouco um dever pessoal da nossa vida quotidiana."

"O conceito de discriminação é cada vez mais alargado, e assim a proibição de discriminar pode-se transformar cada vez mais numa limitação da liberdade de opinião e da liberdade religiosa."

"Uma confusa ideologia da liberdade conduz a um dogmatismo que se está a revelar cada vez mais hostil para com a própria liberdade."

"as modernas filosofias iluministas, consideradas no seu complexo, se podem considerar como a última palavra da razão comum a todos os homens. Estas filosofias caracterizam-se pelo facto de serem positivistas e, por isso, anti-metafísicas, de tal modo que, no fim, Deus não pode ter nelas qualquer lugar.

Elas estão baseadas numa auto-limitação da razão positiva, que é adequada para o âmbito técnico, mas que, quando é generalizada, leva pelo contrário a uma mutilação do homem.
Consequentemente, o homem já não admite qualquer instância moral para além dos seus cálculos e, tal como vimos, até o próprio conceito de liberdade, que à primeira vista parecia estender-se de modo ilimitado, leva no fim à auto-destruição da liberdade."

Via Ratzinger/BentoXVI - TEXTO INÉDITO. As bases ideológicas da Constituição Europeia, enviado por: redacção pensaBEM.net

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