"Like almost all libertarians, I can’t claim to be an expert on Arab or Muslim thought. But I find a number of reasons to think that the threat of "Islamo-Fascism" is greatly exaggerated. First, much of the violence in the Muslim world is sectarian in nature. Thus, the suggestion that Shi’a Iran and Sunni Saudi Arabia represent some sort of unified threat to the West lacks credibility. Also, like many libertarians, I’ve met Muslims that don’t attend mosques regularly and who are quite willing to condemn acts of violence like those committed on September 11th.
Indeed, it seems quite plausible to me that al Qaeda launched the September 11th attacks in order to trigger U.S. intervention in the Islamic world in hopes of using this intervention as a recruiting device. This would comport well with the suggestion made by some analysts that al Qaeda and other jihadists are primarily interested in establishing more traditional Islamic states in the Muslim world. Since this goal is contrary to the desires of the ruling elites in many Muslim states – including Syria, Jordan, Pakistan and Egypt – it would appear that al Qaeda has a lot of work to do before it’s ready to take on the challenge of destroying America. In fact, it seems that the ongoing existence of America and other Western nations, serves jihadist interests because it gives them something to demonize.
Further, I’m not persuaded by the argument that the "Islamo-Fascist" threat arises from hatred of Western values rather than from anger at U.S. policies. It’s worth noting that al Qaeda formed after U.S. troops set foot on Saudi soil in preparation for the Gulf War. Before that, elements of what became al Qaeda actually were allied with the U.S. in the war against the Soviet occupation of Afghanistan. Bin Laden’s rhetoric typically focuses on U.S. foreign policy, so either he is personally animated by it or at least he believes that highlighting U.S. interventions is an effective recruiting tool. If "Islamo-Fascists" are attacking us simply because they hate what we are, why would bin Laden make these points rather than simply focus his messages entirely on the infidelity and profligacy of the West?" An Open Letter to Libertarians Who Support the War on Terror by Marc Joffe
PS: Correndo o risco de me repetir, acho que é relevante notar que:
* os países islâmicos não são fascistas e os fascistas não são islâmicos. (quem criou o termo foram precisamente os actuais neo-cons com raízes passadas no trotskismo anti-estalinista, ou seja, na histórica rivalidade e cisma comunista da "revolução internacionalista" de Trotsky versus o realismo do "socialismo num país" de Estaline). Que conservadores e direita se vejam metidos e influenciados por este tipo de intelectuais e a sua dialética é no mínimo irónico.
Dentro dos islâmicos temos as monarquias absolutas que constituem os mais funcionais e até desenvolvidas economias, alguns até plenamente capitalistas (quer os pequenos, como o Dubai, Qatar, etc, e a Arábia Saudita).
Os "fassistas" (como passei pelo 25 de Abril e ainda me lembro da caça a todos os fassistas, ter que aturar isto da direita faz-me perder um pouco a paciência...) são precisamente os Seculares. Se Saddam era um tirano (que percebemos agora o que é necessário para manter a unidade e ordem num país artificial multi-étnico - mais um - criado no desastre da WWI), pelo menos tinha um ministro cristão, e como todos os sunitas, bastante secular. O mesmo se passa na Síria e no Egipto.
Quanto ao tipo de terrorismo da AlQaeda é óbviamente inimiga quer de uns quer de outros. O que se passa é que interessa a muitos misturar todas as facetas num mesmo caldeirão. E isso passa por tentar colocar no mesmo plano a possível simpatia pelos palestinianos (de resto, compreensível mesmo que não concordemos) num conflito por um status quo territorial, com a AlQaeda e ainda o antigo regime de Saddam. Este tipo de confusão estratégica é lamentável e não fica nada bem a qualquer tipo de direita.
E depois temos o Irão, que recebe dos EUA a possibilidade de serem a única potência na zona.
Mais uma vez, tem piada como todas as previsões para o Presidente pelos tais anti-islamo-fascistas sairam furadas tendo sido eleito um candidato secular supresa, antigo Presidente da Câmara de Teerão (durante o qual implementou uma política tolerante quanto ao tratamento da droga -um problema grave no Irão - com a abertura de dezenas de centros de tratamento por metadona). O Irão foi objecto de um Golpe de Estado por parte da CIA e Britânicos contra um Presidente eleito em eleições nos anos 50 (e que acaba na Rev. Islâmica como reacção) e depois envolvido numa Guerra contra Saddam apoiado pelos EUA e outros.
Depois, aproveitam-se pequenas deturpações de traduções de afirmações avulso e fora de contexto, histórias sobre estrelas em cristãos e judeus, etc. Ao mesmo tempo surgem sinais de apoio a grupos separatistas e fomentaçao de rivalidades étnicas em território iraniano por parte de serviços secreto. É certo que a história e condições de formação do Estado proto-teocrático-étnico de Israel levanta interrogações, mas os seus apoiantes parecem achar incompreensível que existam árabes (adenda: e depois os persas do Irão) que o tenham aceitado mal, ou seja, até é também compreensível que se apoie o lado de Israel, o que é demagógico e pouco honesto é fingir não perceber o outro lado.
Falta o Afeganistão, sendo que Bin Laden se preocupou em assumir a liderança do 11-9, a origem foi marcadamente Saudita. Bin Laden era um herói para os afegãos na luta contra os Soviéticos e os Taliban conviviam com ele. Os Taliban, recorde-se puseram ordem num país em guerra civil e até tinham sido premiados pelo Estado Americano pela sua luta contra a droga.
Como diz o texto, uma operação especial contra Bin Laden tinha perfeita justificação. Já a invasão, ocupação e mudança de regime no Afeganistão, não, e só trouxe mais "unintended consequences". No final, é o nosso inconfessável gosto por querer um boa guerra pelo bem que cega o necessário realismo e contenção.
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