Noto que AAA sabe fazer o elogio do "adversário" que as boas regras da retórica recomendam... Entrando na matéria, não sei se tem muito sentido considerarmos autores da Idade Média (portanto, anteriores à Reforma) como parte de uma "contenda" entre católicos e protestantes - ou melhor, como podendo ser reclamados só por uma das partes. Os protestantes separaram-se da comunhão com Roma, mas não enjeitam como sua a história cristã anterior à Reforma - com as suas glórias e misérias...
Quanto às fronteiras da infalibilidade (que por ter sido só consagrada em 1871 não significa que não fosse já antes reclamada por Roma), não só me parecem pouco definidas, como julgo difícil não considerar matérias como as que temos estado a tratar incluídas no campo da moral - se por esta entendermos a reflexão sobre os costumes (e não vejo que a perspectiva da hierarquia católica sobre a moral seja outra). De qualquer forma, a DSI formou-se já na era dos "papas infalíveis" e, se não for em matérias versadas nas encíclicas, não percebo (admito que seja um problema meu) onde e como se exerce a infalibilidade que, curiosamente e enquanto tal, parece levantar tão poucos problemas a AAA (permito-me o àparte de que, se AAA fosse crente, seria precisamente a "jurisdição" da infalibilidade em matérias de fé e moral que lhe levantariam problemas e o resto seria acessório).
Sobre Aristóteles, eu queria referir-me ao seu maior legado, que foram as regras da lógica e da retórica (e, penso eu, a partir daí, de todo o esforço de compreensão da realidade) e não o que ele dissera especificamente sobre dinheiro e juros; isto é, foi a exigência de construção, na esteira de Aristóteles, de um discurso lógico e conceptualmente rigoroso sobre essas realidades que permitiu ultrapassar concepções que se baseavam numa percepção demasiado intuitiva e simbólica das funções do dinheiro e do juro...
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