domingo, 24 de agosto de 2003

Escrito este fim-de-semana sobre a crise do Iraque

Felizmente ainda há alguns comentadores políticos (poucos mas bons!) que se mantêm firmes no seu sentido de responsabilidade e fiéis aos seus princípios de sempre, sem se deixarem contaminar pelas fantasias demagógicas dos "habituais representantes do frentismo europeu antiamericano". Transcrevo algumas passagens de artigos escritos este fim-de-semana nos semanários "Expresso" e "O Independente", não deixando de recomendar a leitura dos respectivos artigos completos:

"Foram os militares notre-americanos que fizeram ir pelos ares, com um camião de explosivos o edifício da ONU em Bagdade (...)? Quase parece que sim ao ouvirem-se e lerem-se as reacções enviesadas dos habituais representantes do frentismo europeu antiamericano. Que em Portugal vai de Mário Soares (...) à costumeira ladainha dos comunicados oficiais do PCP, passando por Francisco Louçã e outros.
"Mais do que condenarem o acto terrorista e a loucura fanática (...) os arautos portugueses do antiamericanismo puseram a tónica no elogio das vítimas e, sobretudo, na culpabilização das "forças ocupantes norte-americanas".
"(...) Não é possível acabar com o terrorismo fundamentalista de um momento para o outro. (...) Mas é possível combatê-lo na origem, desmantelando as suas bases de operação, isolando os países e regimes que o fomentam - do Afeganistão à Arábia Saudita -, punindo os seus responsáveis e não cedendo à sua chantagem destruidora.
"Não deixa de ser por isso irónico ouvir as mesmas vozes de sempre a apelarem, neste momento, a que o combate ao terrorismo não recorra à força e à determinação das armas mas se faça "na dimensão cultoral e social". Daqui a 30 anos estarão a dizer o mesmo, enquanto a seu lado se esmagam aviões civis contra edifícios civis.
"(...) Ficarão, provavelmente, à espera do próximo atentado terrorista. Para provarem que não têm emenda".
José António Lima in "Expresso"

"(...) Muitos comentadores continuam a fazer análises como se o que estivesse em causa fossem problemas como o nacionalismo ou o imperialismo, tal como ele era definido na vulgata marxista de há 30 anos.
"(...) O ódio ao Ocidente por parte destes [os terroristas] radicais é o ódio à nossa tolerância, laicismo, desenvolvimento; é um ódio à democracia, à libertação das mulheres, à privatização do sagrado, à convivência de ideias diferentes. (...) Qualquer pessoa que não pense como eles é infiel e não merce viver. E por muito que discutamos as condições económicas, políticas e sociais que podem ou não privilegiar esta situação, não são estas causas, mas outras mais fundas que impulsionam a guerra que os terroristas nos movem."
In "Expresso Editorial"

"O terrorismo continua a matar, em Bagdade ou em Jerusalém. Não há raticida eficaz sem firmeza, persistência e determinação. (...) A vitória cultural dos movimentos pacifistas dos anos 80 está a ser festejada hoje. E só uma revolução de sentido oposto pode contrariar a tendência. Os "mass media" não vão colaborar, também eles vitimados pelos vírus.
"(...) impõe-se um caminho. George W. Bush, o idiota que a esquerda inventou, tem sido menos útil do que imaginavam. A sua reacção ao atentado de Bagdade demonstra isso mesmo."
Vitor Cunha in "O Independente

"(...) As palavras ocas de uma esquerda que espera um mundo perfeito não os comovem [aos terroristas]: como não os comove o facto do representante da ONU no Iraque ser um brasileiro e não um cidadão oriundo de uma das potências que combaterão Saddam. É-lhes pura e simplesmente indiferente.
"Por isso é bastante triste ver tantos comentadores olharem para este atentado e serem incapazes de outro raciocínio que não seja o medo. "Esperemos que os terroristas não tenham ganho mais um santuário", escrevia um deles. Mas não era o Iraque, com Saddam, um dos grandes suportes do terrorismo internacional?".
Henrique Monteiro, in "Expresso"

"(...) não há alternativa realista à tentativa de transformar, politicamente, a região.
"(...) Na Europa, muitos continuam a dizer que a guerra no Iraque aumenta o terrorismo e que este só acabará quando se "combater as causas profundas", como gosta de dizer a Dra. Ana Gomes com um ar muito sério.
"(...) Por outro lado, os que querem combater as causas profundas nunca nos dizem como é que isso se deve fazer. Falam de um modo muito vago da "moralidade, do direito e da justiça", como afirma uma "pomba" laica, republicana e socialista. Mas ficam-se por aí. Ora se alguém está a lidar com as causas profundas são os americanos no Iraque. Se acabar com um regime político, criar um novo governo, com novas instituições e com uma nova constituição não é lidar com as causas mais profundas, então não sei o que é preciso fazer. Muitos podem discordar do modo como os americanos lidam com estes problemas, mas a verdade é que ninguém apresentou alternativas credíveis que mereçam ser discutidas".
João Marques de Almeida in "O Independente"

Saúdo JAL, VC, HM e JMA, por não se deixarem contaminar pelo frentismo esquerdista que se tornou quase um pensamento único por estas bandas.

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