sexta-feira, 22 de agosto de 2003

Disclaimer

As minhas opiniões aqui expressas são inteiramente pessoais e não correspondem a qualquer consenso na Causa Liberal.

Considero-me um "antiwar conservative-libertarian", na melhor tradição americana da "Old Right" que combateu o New Deal de Roosevelt e revejo-me nos princípios da neutralidade e contenção nos assuntos externos (“isolacionismo”) defendidos por George Wasghinton, Thomas Jefferson, John Quincy Adams e hoje em dia expressos também no Cato Institute, Future Freedom Foundation, LRC, Libertarian Party, nos denominados Paleo-Conservadores (que infelizmente, têm alguns tiques de proteccionismo tarifário) e numa boa parte do movimento "libertarian", fundado em grande medida pelo grande Murray N. Rothbard, discípulo e amigo pessoal de Ludwig von Mises - o campeão da defesa do Liberalismo Clássico no século 20. Não sou pacifista, a posse de armas é para mim um direito natural e não me oponho à pena de morte.

Revejo-me portanto na tradição "A Republic not an Empire" americana e sou critico do pensamento neo-conservador, que de resto, deve as suas origens à esquerda, quer em termos dos seus principais pensadores quer naquilo que defendem. Pessoalmente considero-os uma espécie de centrismo social-democrata radical, fusionando o desejo de revolução social e internacionalismo da esquerda com o militarismo e até nacionalismo ("national greatness" - Kristol) da direita, usando o mais antigo truque - o da emergência e da segurança - para unir as vontades à volta da sua ideologia, estranha ao ethos conservador americano, e que Russel Kirk denominou de globalismo democrático ou Nova Ordem Mundial, não sendo possível, mesmo para os mais distraídos, deixar de reparar numa certa turculência jacobina revolucionária nos seus modos ("liberation", o combate ao islamo-fascismo, deitar abaixo a "velha ordem", a mudança de regimes, o ataque preventivo, etc) análoga ao que Napoleão quis pela força militar fazer, mudando regimes e estabelecendo uma nova ordem iluminista na Europa e no Médio Oriente.

O maior exemplo que a história nos dá do desastre a que podem levar as alianças, o ataque preventivo, a atitude "tough", o desejo de exportar a democracia, e ainda por cima tudo isto por causa do combate ao terrorismo é a Grande Guerra, que começou por ser um conflito local por causa de um atentado terrorista, acabando num conflito planetário que abalou a velha civilização e saindo das suas cinzas o comunismo, o fascismo, o nazismo, a Segunda Grande Guerra e a elevação da União Soviética à categoria de potência militar e ideológica. Pelo caminho, o Liberalismo Clássico do século 19, foi subsituido pelo socialismo, a social-democracia e o Big State, ontem Nacional, hoje a caminho do Mundial.

Mais uma vez, repito, esta é uma opinião exclusivamente pessoal, não cometendo, creio, nenhuma inconfidência ou erro por estar longe da verdade, ao afirmar que é largamente minoritária na Causa Liberal.

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