sábado, 23 de agosto de 2003

Por Timor e Maggiolo...

É de louvar a atitude serena do governo e do ministro Paulo Portas sobre a trasladação dos restos mortais do tenente-coronel Maggiolo Gouveia, efectuadas com as devidas honras militares (e inscrição do seu nome no monumento de Belém aos mortos no Ultramar), bem como o apoio que lhe reafirmou o ex-ministro da Defesa, Rui Pena. No ambiente de total indisciplina militar e desordem civil criado em Timor em 1975 pela Fretilin e pelos oficiais do M.F.A. que a quiseram promover a movimento "vanguardista" e representante único (e à força) dos povos do território, Maggiolo assumiu uma atitude corajosa de defesa do mal menor que era a solução gradualista da U.D.T. (a única, por sinal, que poderia ter dissuadido os Indonésios de invadirem aquela província ultramarina portuguesa). Para a história, ficarão as declarações mesquinhas daqueles que em Portugal acham politicamente inconveniente fazer hoje justiça a Maggiolo (como se as relações entre Portugueses e Timorenses devessem assentar preferencialmente na mentira e na hipocrisia) e a incapacidade dos líderes históricos da Fretilin de reconhecerem os seus crimes – para já não falar da sua parte de responsabilidade nos acontecimentos de 1975 e na tragédia que se lhe seguiu.

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