terça-feira, 16 de maio de 2006

"Manipulação" de Mercado é Mercado

O regulador, como cada vez mais é norma, assume o papel de condenar não-crimes (concentrando o poder legislativo/judicial), onde não existe queixa nem lesado (como no não-crime chamado insider-trading).

Para além disso, os reguladores impedem o mercado de encontrar soluções. São precisamente os eventos extremos que incentivam o mercado a encontrar formas de equilibrar-se e a prevenir situações extremas que representam no fim de contas, oportunidades de arbitragem. Quando os reguladores actuam "em nome do mercado" a sua acção tem efeitos precisamente contrários.

1. Quem é que se queixou?
2. Se existiu crime como é que a entidade reguladora encaixa enormes receitas (e que vão financiar mais actividades "reguladoras"), e não os lesados"?
3. Definam-me lá "manipulação".

As únicas entidades que se devem preocupar com o assunto são os locais de negociação (bolsas) que podem, se assim o entender, terem regras de actuação como condição de actuação, no âmbito de auto-regulação. No caso, o "MTS" é uma iniciativa dos participantes nos negócios em causa. Não consta que as contrapartes tenham querido actuar sobre o Citibank.

Via Público. "Em causa esteve uma venda concretizada num curto espaço de tempo e que ascendeu a 12.940 milhões de euros. O grupo viria a recomprar uma parte das obrigações pouco tempo depois, aproveitando a cotação em baixa, o que lhe permitiu no espaço de uma hora encaixar lucros volumosos. A conduta irregular levou as entidades de supervisão dos mercados de capitais do Reino Unido, da Alemanha, de Itália e de Espanha a actuarem. E em Junho de 2005, os britânicos multaram o Citigroup em 20 milhões de euros, enquanto Roma proibiu o banco de actuar no mercado público italiano durante dois anos. Já os alemães enviaram o processo para outras instâncias. Apenas a Espanha optou por arquivar o dossier.

O Financial Times daria conta mais tarde da existência de um memorando interno do Citi londrino, que aconselhava o banco a lucrar com as diferenças de liquidez entre os mercados obrigacionistas europeus. Uma estratégia que, segundo o jornal, se destinava a abalar "o mercado obrigacionista da zona euro", transformando "o segmento de obrigações estatais europeu num que se pareça mais" com "o mercado de obrigações do Tesouro dos EUA, que é menos transparente e é dominado por um número mais reduzido de bancos de investimento"."

Sem comentários:

Enviar um comentário