segunda-feira, 17 de maio de 2004

Democracias e Guerras II

Aprova-se uma resolução como quem não quer a coisa:

"Statement on H. Con. Res. 398: Expressing the concern of Congress over Iran's development of the means to produce nuclear weapons, 6 May 2004:

The resolution "calls upon all State Parties to the Treaty on the Non-Proliferation of Nuclear Weapons (NPT), including the United States, to use all appropriate means to deter, dissuade, and prevent Iran from acquiring nuclear weapons..."



E mais tarde, uma guerra começa com a aprovação democrática citando-se "all appropriate means". Reparem que uma resolução que se intitula "Expressing the concern..." pode ser interpretada como uma pré-pré-declaração de guerra (se assim os Straussianos o quiserem) - "appropriate means" podem ser tudo o que se quiser.

Como se dizia em Rothbard sobre Leo Strauss:

"According to Strauss, the philosophers concealed their true opinions through esoteric writing. Seeming contradictions in a text by a great philosopher were not mistakes; they instead signaled the presence of a hidden message."

Falemos então de governo "for the people, by the people...", será que uma guerra contra o Irão está assim aprovada "By the people"? Ou será que as guerras não são para ser aprovadas por quem as financia? E ainda que as aprove, isso constitui legitimidade? E o que é mais importante, aprovação ou legitimidade? A legitimidade pode "obrigar" as populações a suportar uma guerra que não querem fazer? A aprovação pode supra-legitimar? O que é legitimidade? Praticar actos de guerra contra Estados potenciais construtores de armas nucleares é legítimo? E isso está aprovado pela população?

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