terça-feira, 9 de novembro de 2004

Destaques

1. António Lobo Antune: "Nós nunca vivemos em democracia, tal como os EUA não vivem em democracia. A democracia implicaria um referendar constante das decisões, e isso não acontece."

O mal entendido quanto às decisões colectivas é que para serem legítimas, primeiro têm os participantes que concordar em submeter-se a essas decisões colectivas, o que não acontece, portanto, a democracia política (ao contrário da democracia civil das empresas-associações-condomínios/comunidades) invade tanto a liberdade individual como qualquer outro processo.

Outro aspecto: dizem que os referendos são perigosos (e podem ser) porque as pessoas podem ser mal influenciadas ou conhecer mal o que é decidido, mas estão como é que o sistema funciona melhor com as mesmas pessoas a escolher outras pessoas que quase nunca dão a conhecer especificamente o que vão ou não fazer? E como defender que o "sistema" funciona melhor quando as pessoas escolhem "personalidades" (pela postura, forma como se veste, cara, aspecto, maneira como fala, etc) do que quando decidem sobre "assuntos específicos"?

Portanto, é tão ou mais válido termos um Monarca hereditário que pouco intervem na economia e segue a tradição e costume da população (válido até nas presentes monarquias absolutas no Koweit, Qatar, etc) como, sem o desejarmos, submetermo-nos à inevitável social-democracia centralizada dos processos macro-democráticos e universais (pelo meio, temos que nos lembrar que quando esses monarcas desapareceram na Europa o que obtivemos foi o comunismo e fascismo), e agora caminhamos para o fim do Estado Nação, porque dizem, quanto maior for o circulo eleitoral, melhor.

2. A nação Bush , Pedro Lomba

"O conservadorismo americano é a ideologia mais poderosa da História "

Se hoje é uma ideologia é porque já não existe conservadorismo americano. E quem se torna "o mais poderoso" da História, diz a História que costuma acabar mal e mais ou menos no momento em que toma consciência de que o é e que por isso tem uma missão - fazer a guerra para trazer a paz ao mundo (Roma, Império Britânico, etc).

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