domingo, 5 de dezembro de 2004

José Manuel Fernandes ataca Napoleão

...que quis acabar com a Velha Europa e estabelecer uma Nova Ordem que quis estender ao Médio Oriente. E fala do "Código Civil ainda hoje celebrado em certos meios jurídicos", como se todo o Estado Moderno não tenha sido, no fundo, o triunfo de Napoleão (ainda hoje, pormenores como as restrições ao livre estabelecimento das heranças - e que acabou com o costume de preservar num único herdeiro o património da família - são celebrados e mantidos).

Fala de "o último general que levou os seus exércitos à vitória - a partir de então a França não ganhou sozinha ou perdeu mesmo todas as guerras em que se envolveu, desde a de 1871 com a Prússia à da Argélia, passando pelas duas Guerras Mundiais e pela Indochina - ajuda a compreender o que é hoje aquele país e em que memórias se alicerça. ", mas nenhuma outra nação assumiu tão prontamente conflitos contra a Prússia e a Alemanha. Ainda assim, concordo que de certa forma se possa afirmar que a França (como todos os outros) perderam quer a Primeira (para a Revolução Soviética) quer a Segunda Guerra (para Estaline) para o comunismo, incluindo a indochina (para o vietname comunista, não que mais uma vez não tenham sido ajudados...não sabemos é se nessa como em todas as outras, mais valia terem de facto ficado realmente sozinhos, porque naquela em que o ficaram - contra a Prússia - o maior mal que aconteceu foi a federalização - essa grande realização política - da Alemanha).


Mas o fim das monarquias europeias representou a vitória tardia de Napoleão coroada agora com o iluminismo pro-federal europeu e a sua constituição social-democrata e que bem no fundo, tem como outra referência esse grande construtor do grande estado-supra-estados que foi Lincoln (que por acaso também tem acusações de "censura, as prisões arbitrárias, a tortura e as execuções" ) e ambos acabaram por usar a igualdade para legitimar a força usada) e que acabou com o espirito original da Revolução Americana tão bem expressa nos Artigo da Confederação (Article II. Each state retains its sovereignty, freedom, and independence, and every power, jurisdiction, and right, which is not by this Confederation expressly delegated to the United States, in Congress assembled.

Ainda aproveita para fazer a comparação com o movimento independentista americano "Washington é respeitado como o general da Guerra da Independência" (que na linguagem de hoje poderia ser o chefe terrorista e separatista fortemente apoiado pelos franceses...)
e acusa Napoleão de querer ser o próprio o juiz que determina quando "é preciso impor aos homens o Governo que eles desejam" o que me faz lembrar a sua outra máxima ao "libertar" o norte da Itália da influência do império austriaco: "Vamos trazer-vos a liberdade quer vocês queiram ou não".


Tudo isso está muito bem, incluindo a areferência ao " pouco respeito que tinha pela vida dos soldados que comandava" (se bem que mais tarde, no século 20, os governantes de todos os quadrantes perderam o respeito pelas vidas dos civis ), mas será que se aprendeu alguma coisa?

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