sexta-feira, 22 de outubro de 2004

O fim do padrão ouro

Foi um acto voluntário? Não, foi um acto criminoso em massa como só os Estados têm a capacidade de realizar: foi proibida a posse de moedas de ouro, a obrigatoriedade em as depositar nos Bancos, recebendo papel moeda em troca e declarando depois o fim da "convertabilidade" desse mesmo papel moeda.

Todo o ouro da população acabou nos cofres dos Bancos Centrais, que passaram a ser os depositários receptores de um crime de extorsão. Os bancos claro, agradeceram ao sistema politico, poderem deixar de cumprir com a obrigação legal de trocarem os recibos de depósito de moedas de ouro (papel moeda) - imaginem que um armazenista deixa de ter de devolver os bens entregues à sua custódia - e assim, aquilo que chamamos de Bancos Centrais representam umas das entidades mais repulsivas da civilização: receptores do ouro tirado à população por um lado, financiadores do imposto não declarado que são os déficits (por emissão de moeda), capazes de criar (ou tirar fotocópias) em quantidades infinitas (pelo menos num primeiro momento) aquilo que a LEI nos obriga a usar como moeda. Ainda por cima, têm-se divertido nos últimos anos a vender o ouro amealhado ao longo de anos para o trocarem por...mais papéis emitidos por outros Bancos Centrais.

Os Bancos, claro, também agradecem poder conceder crédito por emissão monetária ( e não por captação de poupança) , até porque, quando as coisas ficam feias, os Bancos Centrais correm a "estabilizar o sistema" (tradução: emissão de mais papel para satisfazer o esporádico e irracional medo dos depositantes - esses parvos e ignorantes - que por vezes querem mesmo levantar e ficar na posse dos tais papéis - os únicos que a lei reconhece como moeda).

Em todos os Estados, os acontecimentos seguiram mais ou menos o mesmo padrão, no caso americano foi o muito apreciado Roosevelt (incluindo pela direita estatista) cujo New Deal prolongou desnecessáriamente a recessão e até a piorou significativamente.

Fica aqui a declaração executiva de Roosevelt, 5 abril de 1933:

"Forbidding the Hoarding of Gold Coin, Gold Bullion and Gold Certificates By virtue of the authority vested in me (...)

I, Franklin D. Roosevelt, President of the United States of America, do declare that said national emergency still continues to exist and pursuant to said section to do hereby prohibit the hoarding gold coin, gold bullion, and gold certificates within the continental United States by individuals, partnerships, associations and corporations and hereby prescribe the following regulations for carrying out the purposes of the order:

(...) All persons are hereby required to deliver on or before May 1, 1933, to a Federal Reserve bank or a branch or agency thereof or to any member bank of the Federal Reserve System all gold coin, gold bullion, and gold certificates now owned by them or coming into their ownership on or before April 28, 1933"

Murray Rothbard: in
Taking Money Back

In addition to cancelling the redemption of dollars into gold, Roosevelt in 1933 committed another criminal act: literally confiscating all gold and bullion held by Americans, exchanging them for arbitrarily valued "dollars."

It is curious that, even though the Fed and the government establishment continually proclaim the obsolescence and worthlessness of gold as a monetary metal, the Fed (as well as all other central banks) clings to its gold for dear life. Our confiscated gold is still owned by the Federal Reserve, which keeps it on deposit with the Treasury at Fort Knox and other gold depositaries. Indeed, from 1933 until the 1970s, it continued to be illegal for any Americans to own monetary gold of any kind, whether coin or bullion or even in safe deposit boxes at home or abroad."

Quando falo deste assunto, fico sempre a pensar no significado de LEI. Terá o sistema político ou uma decisão maioritária, a capacidade de transformar um crime em algo honesto? Não, não tem.

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