Via DIÁRIO DA MINHA VIAGEM PARA FILADÉLFIA (1798-1799) por Hipólito da Costa
"20 de novembro de 1798
É tal a escassez do dinheiro e ouro nos Estados Unidos que o incômodo de levar os dólares nas viagens, etc. obriga a entregá-los a um banco que dá por eles um certificado em papel, bem aceito sim em toda a parte, e pelo mesmo banco sempre que se queira outra vez a prata."
História simplificada:
E depois? Depois os bancos descobriram que podiam fácilmente emitir certificados de papel (notas) falsos porque não correspondiam a nenhuma moeda de prata ou ouro efectivamente depositada e com isso conceder crédito sem captar poupança.
Depois o Estado descobriu que podia socorrer-se de crédito bancário para financiar os déficits orçamentais, crédito este concedido pela emissão de certificados (notas) falsos que acabam depois por circular na economia.
Depois, o depositante percebendo da falsidade do seu certificado (nota), reclama reaver as suas moedas, descobrindo então que estas não existem de todo.
Depois, perante as sucessivas crises bancárias que mais não significavam que a reposição da legalidade e o elevado montante de dívida pública, o Estado e os Bancos criam os Bancos Centrais, como forma de cartelizar a indústria e facilitar a emissão de certificados (notas) falsos diminuindo a probabilidade da legalidade ser reposta (falência bancária).
Mas como as "crises bancárias" não desapareceram e a dívida pública continuou a aumentar (essencialmente os eventos chave eram as guerras, em especial, a "Grande Guerra"), o Estado declara a nacionalização (extorsão) de todas as moedas de ouro e prata da população e declara por legislação imposta sobre o Direito Civil, nulo o contrato civil representado pelos certificados (notas) que titulam o depósito civil de um bem num armazém de confiança (Banco), e impondo que os certificados (mero papel) passam a ser a nova e única "moeda" em circulação.
Mais tarde, um espertinho chamado Keynes, convence toda a ciência económica que a resolução das depressões (elas próprias causadas pelo efeito da concessão de crédito sem captação de poupança) está na pura emissão de notas para financiar a despesa do governo e os déficits orçamentais.
O misticismo conquista a ciência, os economistas carreiras nos bancos centrais, os professores de economia acedem à corte de intelectuais que sustenta o sistema, os bancos a moeda "elástica". (revisto)
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