sábado, 7 de março de 2009

Projectos

Eu e o Luís Aguiar Santos (espero que ele não se importe de o referir aqui) falamos brevemente sobre a possibilidade de escrever um texto que eu classificaria de notas avançadas sobre teoria e história monetária ("avançado" mas não complexo para não economistas) pegando em notas de ambos assim como contribuições e pontos contra entretanto recebidas em discussões sobre o tema (por exemplo do Miguel Madeira, e se calhar de algumas trocas de opinião como o Pedro Arroja). Assim, acho que uma secção pode ser a menção e tentativa de refutação de todo o tipo de argumentos.

Além disso, outras contribuições se podem juntar aqui, para quem quiser ou puder enviar referências ou argumentos. Uma das coisas boas do apriorismo é que um argumento vale por si próprio, tanto faz ser um académico como um não economista, o peso é o mesmo. O argumento é que vale.  O peso de quem o faz é como que irrelevante. As referências externas são pouco relevante, e os estudos empíricos quanto muito um complemento, poupando-se assim muito nevoeiro ao essencial que é procurar leis universais independentes do tempo, ideologia, tecnologia.

Acho que se poderia chamar "Padrão ouro ou a nacionalização da economia: a escolha" ou coisa do género.

1. Argumentar que num regime de liberdade monetária , não só o ouro e prata emergem como moedas (da mesma forma que para desaparecerem foi necessária a nacionalização e proibição pela força do seu uso) como tendencialmente os emitentes de notas e recebedores de depósitos oferecem um sistema de 100% de reserva dado que o "good money will drive out bad money" (precisamente o inverso do conhecido postulado que se aplica como sabemos, a situações onde o Estado fixa valores arbitrários para várias moedas (ouro e prata por exemplo, ou ouro puro versus moedas com ouro menos puro), fazendo desaparecer a "boa moeda" - aquela vista com a mais valiosa em termos relativos).

Espero se calhar complementar com um argumento rothbardiano (tenho que falar com o LAS sobre este ponto) com o sabor de inevitabilidade histórica algo pessimista, e que na verdade não é de futurologia - é na realidade observável na história dos bancos e do Estado Moderno.

2. Que no momento em que um Estado no sentido Moderno  se estabelece, é relativamente previsível que acabe a nacionalizar o sistema monetário, o que satisfaz a sua necessidade de incorrer em deficits permanentes financiando-se assim em parte por inflacionismo mas também a vontade do sistema bancário em poder (e o poder de) dar crédito sem ter que captar poupança, o que torna os ciclos económicos inevitáveis conduzindo a novas medidas de estatismo para pretender resolver os problemas que criou em primeiro lugar (nacionalização da banca?...)

Mas o que será mais inevitável no longo prazo? O primeiro ou o segundo?

PS: Quem quiser colocar os seus pensamentos, simples perguntas, comentários, ou o que gostaria de ver abordado, ou o que poderia ser abordado, que o faça nos comentários.  Diga-se que escrevi isto para me convencer a mim a ao LAS a começar (mesmo que possa demorar a acabar). 

Pelo caminho estou a (tentar) traduzir um texto pequeno "The Misesian Case against Keynes" de Hans-Hermann HoppeUniversity of Nevada at Las VegasThe Ludwig von Mises Institute - que me parece um bom resumo para interessados e candidatos a "austríacos" (digamos assim). Mas notar que o livro de Henry Hazlitt já mencionado neste blog deve ser a grande referência na refutação pormenorizada de Keynes e esse é que devia ser traduzido.

Sem comentários:

Enviar um comentário