Bom...estando em Londres depois de duas noites de jantares e copos com traders de energia e agora a ver e ouvir Artic Monkeys at Apollo na TV vejo-me perante a necessidade de discorrer com Carlos Santos sobre a estranha noção de que ... a modos que .... informação é incompleta (o que é uma falha completa dos pobres dos seres humanos...não serem Deuses)... mas felizmente está cá o Estado para a tornar mais completa.
Exemplo dado:
"Se as pessoas que procuram emprego não conhecerem todas as vagas e vice versa, como se pode garantir que o salário que se gera é de equilíbrio? "
Aí está, o pessoal não consegue ler todas as ofertas de emprego ... e para isso está cá o... Estado. Para a tornar completa. Assim tipo, como o pessoal vai a um supermercado comprar ovos mas não tem disponível toda a informação sobre as condições de preço de vendas de ovos no planeta terra and beyond ... o mercado não pode funcionar verdadeiramente porque a informação é incompleta ... mas está cá o Carlos Santos para recomendar cobrar impostos que não queremos pagar para nos ser fornecida uma lista de preços de ovos em tempo real naquele exacto momento em todo o mundo .... para finalmente sim, existirem condições de, vá lá, algum "equilíbrio" decente.
Vamos agora "Para conseguir que um dado número de trabalhadores não seja….tentado pelo risco moral, isto é, não façam menos do que a empresa espera que eles façam, vai-se pagar a esses trabalhadores um salário superior ao valor da sua produtividade marginal. "
Existe aqui um engano por definição: se uma empresa paga acima da produtividade marginal do trabalhador por definição essa empresa ou tem prejuízo ou está prestes a desaparecer dada a concorrência com empresas que se limitam a pagar a produtividade marginal, diminuindo custos e preços.
Continuemos:
"Agora o que eu o desafiava, a bem da honestidade intelectual do debate, a fazer era referenciar em que estudos publicados se baseia para afirmar que: o problema de incentivos é sempre maior na política do que nas grandes empresas. Isto é o seu ponto (3) e corresponde a uma profissão de fé."
De forma honesta, achar-se-á mesmo que um estudo empírico é necessário para provar tal coisa? (pondo de lado de como seria possível fazer tal coisa). Se existe problema de agência entre accionistas e gestores, sendo os accionistas agentes que investem capital de livre vontade e a todo o momento podem desinvestir vendendo as suas posições o que dizer da ... Política constituída por promessas pagas por impostos presente e futuros e claro inflacionismo.
Enfim, o empirismo tem destes problemas, as pessoas recusam-se simplesmente a pensar dedutivamente por mais simples que seja a lógica em causa.
E daí passamos para a crendice misticista no inflacionismo.
Carlos Santos quer abordar o problema das bolhas que rebentam seguidas de crises bancárias como prova da sua teoria da agência...e ... tem razão... para me dar razão.
O sistema monetário actual (que foi implementado pela força depois de roubarem o ouro da população e o terem proibido como meio de troca legal - pergunta-se a esta tribo de adoradores de pedaços de papel - se a superioridade desses pedaços de papel hoje usado é assim tão superior ... porquê usar métodos violentos para acabar com a concorrência?) é baseado no simples facto que o crescimento de crédito tem lugar pela pura criação de moeda em vez de captação de poupança.
O Carlos Santos convirá que não é preciso um estudo empírico para provar que a poupança precede o investimento, e que se o crédito é agora concedido pelo sistema bancário sem que tenha de convencer um aforrador a mobilizar essa poupança para ser possível o crédito, a taxa de juro será menor do que a que seria assim tivesse o banco que intermediar essa transferência, em vez de... simplesmente por movimento contabilístico creditar do nada a conta DO do credor.
Estas afirmações são de pura lógica da realidade - criando moeda para conceder crédito o sistema bancário não tem de competir pela poupança existente para conceder esse novo crédito, daí a taxa de juro ser marginalmente mais baixa do que seria, assim o natural acontecesse: para dar crédito é preciso alguém poupar e ser convencida a transferir a sua poupança para uma operação de crédito.
Sendo a taxa de juro mais baixa do que seria, o investimento parece agora rentável quando não o seria. Além disso, o investidor consegue agora uma nova quantidade de dinheiro que entra agora na economia ainda antes desta de adaptar com os preços em alta. Existe assim uma redistribuição de rendimento a seu favor dado poder usar o dinheiro com um poder de compra ainda preservado, mas sendo certo que os prejudicados serão os últimos agentes a quem essa nova quantidade de dinheiro chegar.
E assim se formam as bolhas. Nova moeda a taxa de juro artificialmente baixa compra isto e aquilo (como casas) e cujo preço vai subindo por novas quantidades de dinheiro (sem que poupança se tenha formado para esse efeito) formando-se uma bolha que arrebenta quando a economia percebe que não existe a poupança prévia implícita em todo o investimento efectuado. E com isso as crises bancárias dado que o valor do activo colapsa (os créditos concedidos) mas a moeda criada sobre a forma de depósitos (criados) não, tornando os bancos na vertigem de colapsarem ao primeiro pedido de transferência ou levantamento mais elevado - dado que os Banco só têm de ter 3% a 5% da totalidade dos depósitos. Todas as crises económicas e bancárias sem razão aparente tem a mesma origem - ela foi caracterizada há muito tempo por Mises (1913) e desenvolvida por Hayek, Rothbard e outros "austríacos".
(o Carlos Santos deve partir do princípio que a Escola Austríaca e a de Chicago são opostas - quando não declaradamente hostis - em muitos pontos - especialmente na teoria monetária e crédito, de capital e juro).
E deviam colapsar. Assim como os tomadores de crédito. Culpa da crença misticista no crédito sem poupança.
Sugiro sempre aos da tribo de adoradores de pedaços de papel fabricáveis a custo zero, o exercício de pensar que a quantidade de moeda é fixa e que os depósitos são cobertos por 100% de reservas. Nenhum crédito é concedido que não seja pela existência de uma contra parte de poupança.
Vamos agora falar da quantidade de moeda e dos preços. Mais moeda significa preços maiores do que o seriam nas mesmas exactas condições mas sem incremento nessa quantidade de moeda (os preços podem até subir como podem descer ou manter-se em termos nominais, mas para isso suceder terão de acontecer alterações na procura de moeda, o que é outra expressão, bem mais exacta e real que o conceito de "Velocity", como se a moeda tivesse velocidade... na verdade a cada momento toda a moeda está no bolso de alguém).
Agora quanto a Bancos Centrais como "lenders of last resourt". Ilusões de óptica. Se os Bancos Centrais criam moeda, isso não pode ser considerado "lending of last resort" mas sim "pure fabrication of last resort". Parece pouco mas não é. Os Bancos Centrais existem apenas por decreto.
Vamos agora a um ponto importante: "A fixação com o ouro fascina-me, mas já lá vou. Só pergunto isto. Imagine que circulam na economia apenas moedas de ouro. Têm um valor cunhado. Suponha que uma moeda de 5 euros em ouro vale de facto, em termos do seu peso, 5 euros em ouro."
Se na economia circula apena moedas de ouro (pode incluir prata) significa que a expressão "uma moeda vale 5 euros em ouro" deixa de ter sentido.
Uma moeda de um euro pode convencionar-se ser constituída por 1 grama de ouro. Assim, a moeda de um euro é exactamente um moeda de ouro pesando 1 grama. Como já disse, podemos até imaginar que a quantidade de ouro é fixa na economia, o que faria com que todo o crescimento se traduzisse em descidas de preços nominais, custos e até salários. Reduzindo-se os preços mais que os salários, aumentaria o poder de compra dos salários.
Quanto à "livre emissão de moeda"...sim claro, mas essa liberdade em concorrência faria voltar o ouro e a prata como moedas por serem os metais cuja estabilidade da quantidade total é a mais elevada que qualquer outro elemento conhecido.
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