O Carlos Santos do "O valor das ideias" consegue fazer afirmações sobre afirmações sobre afirmações sobre o que pensa que os outros pensam e levando como certo aquilo que ele próprio pensa.
Exemplo:
"a teoria neoclássica contradiz-se a si mesma. Porque estando nela fundada a teoria da agência e havendo, como acho consensual, separação entre gestão e propriedade, o problema do risco moral coloca-se aos próprios gestores. Como pode alguém garantir que eles buscam o máximo lucro que a teoria assume para chegar a esse fantástico equilíbrio de mercado? Dirão que há incentivos (incluir opções de compra na remuneração dos gestores). Falta saber se esses incentivos são mais fortes que outros que aplicações de risco elevado podem oferecer. E com o sistema de para-quedas dourados, porque não correr o risco? Se quiserem perceber parte da crise entendam isto.
Enfim, espero que isto tenha sido transparente a todos. Há outras contradições no mundo neoliberal, como acreditar que o subsídio de desemprego desencoraja a procura de trabalho. Então as pessoas não eram racionais? E não sabiam que o subsídio tem duração limitada no tempo? "
Descobrindo a Teoria da Agência achar que isso descarta a possibilidade de "equilíbrio" ... criando um problema de Agência muito maior: A acção do político-bem-intencionado. Seja qual fôr o problema de incentivos nas grandes empresas, toda a acção da política e o seu intervencionismo é infinitamente maior.
E parte do problema da crise parece que é esse. E suponho que o pretende resolver subsidiando e impedindo a liquidação das empresas que aparentemente foram sujeitas a problemas de agência sérios. Nenhuma contradição aqui?...
Depois salta para o "subsídio de desemprego" como se isso fosse uma questão essencial. Parece duvidar que o "subsídio de desemprego desencoraja a procura de trabalho", este tipo de dúvidas é estranho, e devia ter em conta que a primeira coisa de que se lembra um politico em qualquer crise é estender ainda mais o período de recebimento desse subsídio.
Referência:
A insistência nas falácias do neoliberalismo
Os erros no desenho neoliberal da UEM e as consequências que a crise expõe
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