domingo, 20 de março de 2005

Frei Bento Domingues, O.P, P-in-C?

No Público: "(...) As calúnias entre judeus e cristãos atingiram, ao longo de dois milénios, expressões inacreditáveis. É evidente que a noção de culpa colectiva e herdada pela morte de Jesus de Nazaré é absurda, maldosa e teve efeitos terríveis.

Mas a responsabilidade não deve ser atribuída só aos cristãos.

Segundo uma penetrante obra de Israel Shahak, o judaísmo está imbuído de um ódio profundo contra o cristianismo, combinado com a ignorância a seu respeito.Os relatos sobre Jesus que figuram no Talmude e na literatura pós-talmúdica são inexactos e mesmo caluniosos. São, no entanto, aquilo que os judeus acreditavam até ao séc. XIX e que muitos, em particular em Israel, ainda hoje acreditam. (3)Segundo o Talmude, Jesus foi executado - mediante sentença de um apropriado tribunal rabínico - por idolatria, por incitar outros judeus à idolatria e por desprezo da autoridade rabínica.

Todas as fontes clássicas judaicas que referem esta execução sentem-se orgulhosas de assumir a responsabilidade por ela. No relato talmúdico, os romanos nem sequer são mencionados! Os relatos mais populares - mas tomados muito a sério -, como o conhecido Toldot Yeshu, são ainda piores. Além dos crimes já apontados, também acusam Jesus de feitiçaria. O próprio nome Jesus era, para os judeus, o símbolo de tudo o que era abominável.

Esta tradição popular continua. Os Evangelhos são igualmente detestados. Não podem ser citados - muito menos ensinados - mesmo nas modernas escolas judaicas israelitas. Em 23 de Março de 1980, centenas de cópias do Novo Testamento foram queimadas pública e cerimonialmente em Jesusalém sob os auspícios do Yad Le"akhim, uma organização religiosa judaica subsidiada pelo Ministério israelita das Religiões.Segundo Israel Shahak, por razões teológicas, radicadas principalmente na ignorância, o cristianismo é uma religião classificada pelo ensino rabínico como idolatria. Isto baseia-se numa interpretação tosca das doutrinas cristãs sobre a Trindade e a Incarnação. Todas as representações pictóricas e emblemas cristãos são encarados como ídolos, mesmo por aqueles judeus que adoram literalmente manuscritos, pedras ou relíquias de "homens santos".

Pelos vistos, ainda há muito caminho a percorrer para que cristãos e judeus aprendam, pelo menos, a respeitarem-se mutuamente!"

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