quinta-feira, 10 de março de 2005

Liberalismo e politica externa e de defesa

Do meu ponto de vista, um liberal, deve apontar tantos defeitos a uma politica de intervencionismo externo como em qualquer outro assunto económico ou social. E quando vêm com a conversas morais e idealistas, ainda especialmente mais. E quando nos apontam timidos e ainda incertos resultado depois de, por exemplo, se gastarem 300 bilióes de dólares, milhares de mortos e significativa destruição material e moral, ainda mais ainda.

Não é preciso ir mais longe na história do que a Grande Guerra para observar como as decisões aparentemente legitimas e racionais de todas as partes produziu o maior desastre da civilização, provocando quer o aparecimento do comunismo, do fascismo como no final da social-democracia centralizada em geral (e uma guerra adicional) - foi o que se chama a revolução total. E os conservadores olhando para os resultados das guerras do século 20 deviam ter já cultivado a maior dos pessimismos quanto aos efeitos inesperados e "unintended consequences" que só se vislumbram no longo prazo (como em qualquer programa de planeamento económico e social).

Na actual senda neo-conservadora pela revolução mundial (que muito se deve às origens revolucionárias dos seus mentores), está-se a percorrer os mesmos caminhos que outros impérios de outros tempos,que descobriram tarde demais, que de repente, se tornam reféns dos acontecimentos. Por exemplo, Churchill que desde o inicio do século procurou impedir as ambições de uma Alemanha ainda civilizada (isto é monárquica e efectivo federalismo), viu-se envolvido no fim de todas as monarquias europeias relevantes (e em especial, o Austro-Hungaro - um factor de equilibrio), para depois vir a combater uma república nazi (tendo como aliado uma república estalinista), a cujo combate, provocou o fim do seu querido (e nosso) Imprério Britânico.


A razão para a situação no Iraque ser ainda, apensar de tudo, gerivel, é porque os interesses xiitas e kurdos vão no sentido de esmagar a influência sunita. Sunitas que são a influência mais secular e menos radical do mundo islâmico, incluindo na Siria (quem não perceber isto não vai conseguir perceber nada).

Entre democratização e caos o caminho é curto, e mesmo que a curto prazo se percepcionem sinais positivos, temos que nos lembrar que a Segunda Guerra que fez do mass-murder Estaline um aliado do Ocidente e entregou de bandeja o comunismo ao mundo por 50 anos, resultou do que parecia ser a Guerra para acabar com as Guerras e fazer o mundo mais seguro para a democracia, e tudo isso, em grande parte resultado das decisões de um Presidente idealista referência incontornável dos Neo-Cons.

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