Pede Bernardo Pires de Lima no Ocidental, sobre o Iraque.
Aqui vai: retirada pura e simples.
O que acontecer depois não é da "nossa" (Ocidente) conta (já a invasão do Koweit não era). A "nossa" (Ocidente) presença lá, parece não contribuir nem para reduzir o terrorismo (pelo contrário) nem diminuir o preço do petróleo (pelo contrário). Nem devemos deixar a ONU conceber qualquer programa de ajuda em massa de reconstrução ou de sustentação artificial de qualquer regime (tal como no Afeganistão).
Quanto mais adiada for a retirada mais "unintended consequences" nos arriscamos a vir a colher mais tarde, se bem que, ter destruido um regime secular e até tolerante em termos comparativos com o cristianismo, e enfranquecido a influência Sunita, parece ter colocado o Estado num caminho irremediável de separação-secessão pré-anunciada. Ou talvez não. Quem sabe e depois... who cares?
Para além disso, os ideológos neo-napoleónicos da intervenção militar como instrumento revolucionário e iluminista de novas ordens, provavelmente irão aproveitar todo e qualquer incidente menor com os vizinhos para subir a parada. Por exemplo, reclamar que a Siria não faz nada para impedir a entrada (ou será saida?) de umas centenas de combatentes voluntários quando os EUA não conseguem fazer parar a entrada ilegal pela sua fronteira de centenas de milhares de mexicanos todos os anos.
Uma coisa é certa, tanta preocupação pela revolução democrática e bem estar islâmico não parece muito conservador, e estes devem ter uma especial sensibilidade pelas consequências de um império (falemos do Ocidente) que pensa poder assumir e carregar os males do mundo.
Enquanto nos distraimos no meio da areia por causa de um liquido preto e levar as maravilhas e defeitos do centralismo democrático (que históricamente apenas levaram à social-democracia), a mudança de polaridade da civilização para a Ásia continua. Uma guerra ou crise política e económica a mais (sistema monetário e estado social) e a civilização cristã (desaparecida no meio dos fluxos demográficos, contracepção, aborto, familia monoparental, livre emigração, etc) vai ser encontrada como uma curiosidade num qualquer texto de história daqui por uns séculos.
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